Bem depois do título acho que não há surpresas… este post é sobre 3 sítios que visito muitas vezes e que ficam relativamente perto de Lisboa. São locais que vos darão um dia ou uma tarde espetaculares. Até se pode dizer que Sintra e o Cabo da Roca pertencem a este post, mas eles são por si só sítios que merecem uma maior atenção e foi por isso que decidi escrever post individuais para esses dois locais.
Os locais incluídos neste post são:
- Palácio Nacional e Jardins de Queluz
- Bacalhôa Buddha Edden
- Aldeia típica de José Franco e praia do Magoito
Claro está que há muitos outros lugares nos arredores de Lisboa que também merecem ser visitados, mas estes são aqueles que conheço com mais detalhe e que de certa forma tenho uma opinião mais completa. E há bastantes sítios que gostava de conhecer, como visitar o Cristo Rei, o parque natural da Arrábida e a ilha das Berlengas. São locais que estão na lista para um futuro próximo.
Palácio Nacional e Jardins de Queluz

Devido à sua localização este palácio é menos conhecido, especialmente quando comparado com o Palácio da Pena ou mesmo com o Palácio Nacional de Sintra. Este palácio fica em Queluz, ao pé da Amadora, e podem chegar aqui ou de carro ou de comboio se saírem na estacão de Queluz (se vierem de Lisboa apanham o comboio com destino a Sintra). O palácio foi inicialmente construído como casa de campo em 1654, mas em 1794 o Palácio de Queluz tornou-se a residência oficial da rainha D. Maria I. Nesta altura, o Palácio de Queluz era o local onde a corte ia desfrutar de momentos de lazer e assistir a serenatas. Com a chegada das invasões francesas em 1807 a família real fugiu para o Brasil e o palácio deixou de ser habitado.


O general Junot, comandante das invasões francesas, visitou este palácio e até alimentou esperanças de este ser o local escolhido para o Napoleão Bonaparte se instalar. No entanto, tal não aconteceu e na geração seguinte o Palácio de Queluz é palco da morte de D. Pedro IV. Anos mais tarde, já em 1910, o Palácio de Queluz é classificado como Monumento Nacional e em 2020 o Palácio Nacional e os Jardins de Queluz são adicionados à “Rota Europeia de Jardins Históricos”.

Se por dentro o palácio é impressionante e faustoso muito mais são os seus jardins. A não perder nos jardins estão incluídos a cascata grande, o canal dos azulejos e o lago das medalhas. O jardim em frente do palácio então não há palavras para o descrever. Decididamente que este é um local a visitar, um palácio que desde 1957 recebe Chefes de Estado vindos do estrangeiro em visita oficial a Portugal.


Outras sugestões na zona:
Deixo-vos aqui dois restaurantes que recomendo se vierem a Queluz. Maria Azeitona ou O Quintal, dois restaurantes com ambientes íntimos e comida maravilhosa. Aconselho a fazerem marcação prévia uma vez que eles são extremamente concorridos.
Bacalhôa Buddha Eden
Dos 3 lugares mencionados neste post este é o que fica mais longe de Lisboa, já a 1hora e 15 de carro, mas é um local muito especial, diferente da cultura portuguesa, e por isso um lugar peculiar. O Bacalhôa Buddha Eden é um jardim oriental, fica dentro da Quinta dos Loridos no Bombarral, e conta com 35 hectares de jardins, estatuas e até de um lago. Estima-se que foram usadas cerca de 6 mil toneladas de mármore e granito para construir as várias estátuas de budas, de pagodes e de terracota.

O ponto principal do jardim é a escadaria central onde grandes estátuas de budas recebem os visitantes. A viagem até a este jardim até pode ser considerada demasiado longa para quem esta apenas interessado em conhecer Lisboa, mas para quem pode visitar o Bacalhôa Buddha Eden, por favor façam-no. A cultura, os diferentes jardins, e estátuas fazem-nos sentir que estamos noutro país. Apenas visitei este lugar uma vez, mas foi uma viagem que marcou e que espero que tenha o mesmo impacto a outros visitantes.

Este jardim foi construído como protesto contra a destruição dos Budas Gigantes de Bamyan que teve lugar em 2001 no Afeganistão. Neste ataque as mais altas estatuas de Budas do mundo feitas em arenito foram perdidas para sempre após a sua destruição. Este foi e ainda é considerado um dos maiores atos bárbaros contra a cultura, onde foram completamente apagadas obras primas da Arte de Gandhara.
Aldeia Típica de José Franco e Praia do Magoito
Estes dois locais fazem parte da viagem mais comum que fiz durante a minha infância e que me trazem mais recordações. Se era para fazer uma viagem de um dia já se sabia que era aqui que vínhamos parar.

Começávamos pela praia do Magoito, uma praia costeira a norte das Azenhas do Mar, mais em específico em São João das Lampas, ainda pertencente ao Parque Natural Sintra-Cascais. Apesar do nome não era para a praia que íamos, até porque o mar é bastante perigoso nesta zona da costa. Parávamos antes no paredão no topo da encosta e passeávamos por ali a respirar aquele ar maravilhoso de cheiro a mar. Muitas vezes havia por ali pescadores a tentar a sua sorte e tantos outros a aproveitar aquela vista maravilhosa de rocha, mar e sol. Já há algum tempo que não venho à praia do Magoito, mas é um ótimo local para nos sentarmos a ouvir as ondas a bater nas rochas, especialmente com um livro na mão, se forem amantes de leitura como eu.

Agora um sítio ainda mais especial – a Aldeia Típica de José Franco. Fica a 30 minutos de Lisboa, no Sobreiro ao pé de Mafra, e também é conhecido como Aldeia Saloia. A aldeia típica portuguesa foi construída pelo escultor e oleiro José Franco e por toda a aldeia estão representadas diferentes ocupações típicas do Portugal antigo – são pequenos espaços com esculturas e com os utensílios necessários para a ocupação que representa – a olaria, a azenha, a escola, a farmácia, o ferreiro, a carpintaria e até a loja da “Ti Lena” (mercearia) são alguns dos pontos de paragem nesta aldeia que é um autentico museu etnográfico.


Já em miniatura está representada uma aldeia piscatória onde o movimento da água faz mexer certas esculturas.A entrada é gratuita e depois aqui podem encontrar uma coisa deliciosa – pão com chouriço. Não estou a brincar quando digo que é o melhor pão com chouriço do mundo. Não há vez que aqui se vá que não se traga pão saloio recheado com chouriço.

Não tenho nada de mal a dizer sobre esta Aldeia Saloia, é na verdade um local que me é muito querido e que me traz imensas memórias.


Mais sugestões na zona
Se vieram passar um longo dia nesta bonita zona de Portugal, independente se se decidirem primeiro pelo Sobreiro e depois Magoito ou Magoito e depois Sobreiro, indico-vos aqui um restaurante para almoçar ou jantar – o restaurante Don Pedro Guedes. Este restaurante tem serviço de buffet e é um local extremamente concorrido por isso marcação prévia é mais que aconselhada. Desde queijos, a enchidos, a pratos de bacalhau, a pratos de carne assada até a variadíssimas sobremesas, há de tudo um pouco para todas as bocas. O difícil é escolher.