Serra de Sintra e arredores

Sintra

A quem visita Lisboa eu sempre recomendo sempre tirarem um dia (pelo menos) para visitarem Sintra. Eu até diria que Sintra merece para aí uns 3 dias para se puder ver tudo ao pormenor, mas qualquer que seja o tempo passado nesta vila é certamente tempo bem passado.

Do centro de Lisboa a Sintra a viagem fica a cerca de 1 hora. O mais fácil é apanhar o comboio da CP para Sintra que parte várias vezes durante o dia do Rossio. Será mais tempo em dias de greve que visto estarmos a falar de Portugal é sempre um bom costume verificar. A estação de comboios em Sintra fica a cerca de 5-10 minutos do centro da vila e desde o momento em que saímos do comboio percebemos o porquê de Sintra ser tão aclamado. A casa amarela de estilo castelo levanta a ponta do véu do que Sintra tem para oferecer (fotografia em baixo à esquerda).

Se podem vir de carro? Podem, mas apenas se tiverem paciência e alguma teimosia. A maior parte da cidade está interdita à circulação de carros, não contando com os milhares de pessoas que acham que andar a passo lento no meio da estrada é de bom gosto. Depois também há aqueles ruazinhas que se forem de duas direções é para os tempos em que o que circulava eram carroças e dois burros. Ou quatro, dependendo de quem ia em cima das carroças.

O meu conselho é – se vierem para visitar a vila e a floresta venham de transportes. Se quiserem apenas visitar algo em particular que não tenha de passar pelo centro da Sintra podem trazer o carro. A última vez que estive em Sintra deslocamo-nos de comboio e depois com a ajuda de um Uber. Foi uma viagem muita mais fácil de fazer do que quando se veio de carro em vezes anteriores.


Padaria Saloia

Agora chegam a Sintra e o que têm de fazer? Eu diria que tomar o pequeno-almoço na Padaria Saloia – o pão de queijo e fiambre feito na hora é de morrer e chorar por mais, mas para mim nada bate o pão com farinheira. Para alguns pode ser uma escolha inadequada para o pequeno-almoço mas que põe um sorriso na cara, ai isso podem crer. Ainda antes de lambuça fomos ao posto de turismo a cerca de 5 minutos, ou talvez menos, da estação de comboios onde comprámos os bilhetes para o que queríamos visitar nesse dia. A escolha é difícil entre o Palácio Nacional de Sintra, o Palácio da Pena, o Palácio de Monserrate e a Quinta da Regaleira. Falarei de todos porque felizmente já tive oportunidade de visitá-los alguns até mais do que uma vez.


Palácio Nacional

E comecemos pelo Palácio Nacional de Sintra, mesmo no coração da cidade, também conhecido como Palácio da Vila. Há uma maneira muito fácil de reconhecer este palácio, pelas suas duas grandes chaminés.

Apesar de se desconhecer a data certa de quando foi construído o primeiro edifício deste palácio, pensa-se que foi por volta do século X ou XI, quando Sintra pertencia ao domínio islâmico. Sendo Sintra uma zona de muita caça e com um clima mais fresco do que a capital, este era um local de eleição de monarcas portugueses. A visita acaba num pequeno jardim e em frente têm uma maravilhosa vista para o castelo dos Mouros, outro ponto importante na cidade que falarei mais a frente.


Piriquita

Estando no centro de Sintra depois da visita ao Palácio era altura de recarregar energias e nada melhor que a Piriquita. Numa estrada apertada eis que encontram este pequeno paraíso da doçaria portuguesa. Entre várias escolhas como as queijadas e pastéis de Sintra às nozes douradas tudo enche o olho. Os doces mais tradicionais neste local são os travesseiros de Sintra e foi isso que escolhemos – massa folhada polvilhada com açúcar, uma fantástica delícia ali no meio de uma vila repleta de história e beleza.

A Piriquita é talvez a padaria mais conhecida da vila fundada em 1862. O nome da padaria veio da alcunha atribuída ao reio D. Carlos I devido à sua baixa estatura. Este rei era um grande apreciador de queijadas que se tornaram um sucesso imediato da padaria. O travesseiro de Sintra foi criado na década de 40 e tal como nós, muitos são os fãs do doce de ovos envolto numa massa folhada polvilhada de açúcar. É impossível resistir.


Quinta da Regaleira

Antes de nos aventurarmos por dentro da Serra de Sintra existe outro local cheio de simbolismo, a Quinta da Regaleira. Já visitei este local duas vezes e não me parece que vá ficar por aqui. António Augusto de Carvalho Monteiro, também conhecido por “Monteiro dos Milhões”, foi quem mandou construir esta quinta cuja construção teve início em 1904 até 1910. Nesta quinta estão espelhados os interesses culturais, filosóficos e científicos do proprietário milionário. O simbolismo e esotérica da Quinta da Regaleira ainda esconde mistérios que muitos tentam descobrir, adivinhar ou idealizar.

O palácio em si é o edifício mais imponente da quinta, mas há outros pontos interessantes como a torre, a capela da Santíssima Trindade, o patamar dos deus e talvez o mais conhecido e falado, o poço iniciático. A escadaria leva a 9 andares que se acredita fazer alusão ao 9 círculos do Inferno referenciado na obra da “Divina Comédia” de Dante. Também pensa-se que neste poço aconteciam rituais de iniciação à maçonaria, o que deu o nome ao poço. Pouco interessa se visitam a quinta para descobrir símbolos, encontrar pistas ou simplesmente para visitar um local de beleza imensa. Uma coisa é certa, a Quinta da Regaleira nunca pode ser deixada de lado para quem tem a sorte de se encontrar em Sintra.


Dentro da Mata de Sintra

Depois de meio-dia feito nesta maravilhosa vila, eis que nos embrenhámos na serra e “fugimos” ao centro da vila. Primeiro fomos até ao Palácio de Monserrate. Há várias maneiras de ir lá ter a partir do centro de Sintra – podem ir a pé que foi o que fizemos no regresso do palácio ao centro de Sintra, podem apanhar um Uber que foi a nossa escolha ou então podem aproveitar os autocarros turísticos que fazem o percurso entre as várias zonas da serra de Sintra. Existem dois autocarros o 435 e o 434. O 434 faz o percurso até ao Palácio da Pena. O percurso começa na estação de comboios e pára em vários pontos como o Castelo dos Mouros, Palácio da Pena, centro da vila e de volta à estação. Este é chamado “Percurso da Pena”. O 435 chama-se “Vila Express 4 Palácios”. O percurso também começa na estação de comboios de Sintra e passa pelo centro da vila, Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais que hoje é um hotel e o Palácio de Monserrate. Tal como o autocarro 434 este faz a volta até à estação de comboios. O preço de cada bilhete de autocarro fica a cerca de 8 euros para o 434 e 6 para o 435. Mais barato ficará se juntarem o passe diário comboios CP e autocarros da Scotturb por 16 euros que inclui todos os circuitos da companhia. Qualquer que seja o percurso que escolham podem sair e entrar as vezes que quiserem nas paragens incluídas no vosso itinerário escolhido. Usar este serviço foi a nossa primeira opção, apenas alterado pela fila enorme de pessoas que esperavam por estes autocarros na paragem da vila. Desistimos logo e escolhemos um Uber, até porque ficou bem mais barato uma vez que pagamos menos de 10 euros por 3 pessoas até ao Palácio de Monserrate. Mas se quiserem visitar vários sítios fora do centro de Sintra no mesmo dia, talvez os autocarros não sejam uma ma opção. Eu deixo aqui o link para vossa consideração: https://scotturb.com/pt/.


Palácio de Monserrate

Já há bastante tempo que queria visitar este palácio de arquitetura magnífica. A história do palácio começa em 1540 quando o Frei Gaspar Preto mandou construir uma ermida dedicada à Nossa Senhora de Monserrate. A sua construção foi baseada no mosteiro de Montserrat na Catalunha. Desde o seculo XVII até 1846, o palácio e jardins envolventes passaram por diversos donos e vários anos de abandono. Mas mesmo em abandono muitos estrangeiros eram atraídos pela magnífica arquitetura do edifício. Em 1846 Francis Cook um comerciante e colecionador de arte inglês tornou-se dono da Quinta de Monserrate e torna-se o primeiro Visconde de Monserrate. E foi assim que nasceu o edifício que podemos hoje visitar, um edifício cheio de influências góticas, indianas e mouriscas.

Os jardins também tiveram uma transformação enorme onde espécies de várias partes do mundo foram trazidas para aqui e organizadas por áreas geográficas. Passear pelos vários jardins e pelo palácio com as suas diversas salas como a sala da música e pelos corredores com os seus muitos rendilhados é uma das melhores experiências que se pode aproveitar em Sintra.


Queijadas da Sapa

A meio da tarde nada como ir até ao Palácio da Pena. Se estiverem a passear em Sintra através da rota de autocarros Scotturb, recomendo que façam uma pequena paragem no centro da vila para comer uma Queijadas da Sapa. Este lugar reclama ser a origem das queijadas, criando este maravilhoso pastel desde 1756. As queijadas deliciosas e estaladiças fazem um pequeno lanche perfeito para quem está “entre palácios”.

Se tiverem no meio de Sintra num daqueles dias abrasadores nada como ir aos Gelados de Portugal onde podem escolher sabores tradicionais portugueses como ovos moles de Aveiro, Pastel de Nata e Bolacha Maria. O difícil é escolher.


Castelo dos Mouros

Do centro da vila até ao Palácio da Pena e Castelo do Mouros é possível aventurarem-se por entre o bosque da serra. Se estiverem com tempo ou melhor ainda se estiverem a dedicar um fim-de-semana inteiro a Sintra, subir a serra é algo que recomendo imenso. Fi-lo várias vezes e não vale a pena pôr paninhos quentes – custa mas vale a pena. E podem sempre ir fazendo intervalos pelo caminho, aproveitando também para tirar fotografias à paisagem que se estende até ao mar. O Castelo dos Mouros ergue-se em cima da encosta que tal como o nome indica foi construído pelos Mouros no século X. É bastante bonito passear por esta fortificação e explorar os vários caminhos à volta do castelo.


Palácio da Pena

E chegamos ao Palácio da Pena – a joia de Sintra – o colorido palácio que também ele esconde simbolismos, mistérios e beleza dentro de si. Este maravilhoso palácio foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e desde 1995 como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Desde 2013 o Palácio da Pena faz parte da Rede de Residências Reais Europeias e em 2020 começa a fazer parte da “Rota Europeia de Jardins Históricos” que integra as “Rotas Culturais do Conselho da Europa”.

O Palácio da Pena no cimo da encosta. Vista a partir da Quinta da Regaleira.

Acho que não me preciso estender muito o porquê deste ser o mais famoso palácio de Sintra. O palácio é um dos melhores exemplos do revivalismo romântico do século XIX em Portugal. Este foi construído onde antigamente estava erguido um mosteiro pertencente à Ordem de São Jerónimo. Foi o rei consorte, D. Fernando de Saxe Coburg-Gotha casado com a rainha D. Maria II, que adotou as formas arquitetónicas e decorativas que hoje se refletem no palácio juntando vários tipos arquitetónicos como neogótico, neomanuelino, neoislâmico e neorrenascentista. Se puderem, aconselho a verem de aqui o pôr do sol, no topo da serra, com a vila a vossos pés num palácio próprio de rainhas e reis.


Casa do Fauno

Se conseguirem passar a noite em Sintra, tenho duas sugestões para vos fazer. Na verdade, é mais uma sugestão misturada com uma segunda. Bem vou-me deixar de rodeios e passar ao que interessa.
Casa do Fauno fica num recanto escondido, numa rua estreita e inclinada ao pé da Quinta da Regaleira. A Casa do Fauno é um pub medieval onde podem experimentar vários tipos de hidromel desde o tradicional ao hidromel com maçã, groselha, especiarias e até a versão picante, o chamado Bafo de Dragão. Neste pub há uma intensa atmosfera de ocultismo e magnetismo revolvendo sobre o facto de a serra de Sintra ser considerada sagrada. Este é um dos sítios que eu recomendo para passar uma noite em Sintra com uma refeição leve e bebidas diversas. A segunda sugestão que mencionei acima é organizada pela Casa do Fauno, uma caminhada guiada à noite pela Serra de Sintra.

A caminhada nocturna de hoje. Fotografia tirada do site da Casa do Fauno: https://casadofauno.wordpress.com/

Nós fizemos a tal Caminha Nocturna que começou na Casa do Fauno até ao interior da serra e de volta ao ponto de partida. Durante a caminhada a guia vai parando e contando lendas e histórias de fantasmas ou de mistérios que aconteceram nos vários pontos. Digo já que não é nada assustador e quando fomos até crianças se juntaram ao grupo. É giro caminhar pela serra à noite, um local onde desde pequena ouvia que se faziam rituais satânicos e bruxas dançavam à volta de fogueiras. Para se juntarem à próxima caminhada é preciso proceder a inscrição prévia e cada pessoa paga 15 euros. Normalmente estas caminhadas são feitas à Sexta-Feira entre as 9 e as 11 da noite. Passarão um serão diferente, mas nada é mais apropriado para a serra de Sintra.


Cabo da Roca & Cascais

Lisboa oferece opções para todos os gostos, seja passear para natureza, pela cidade ou junto ao mar. No último post falei de como passar um fim-de-semana em Sintra e nada melhor do que acabar esse mesmo fim-de-semana a descer pela costa portuguesa. Vou começar pelo Cabo da Roca descendo junto ao mar até Lisboa.

Ainda há bem pouco tempo havia um autocarro da empresa Scotturb que fazia a rota desde Sintra ao Cabo da Roca e a Cascais. Infelizmente o serviço do autocarro 403 encerrou permanentemente. Sendo assim a melhor opção talvez seja alugar um carro para terem alguma flexibilidade e também maior conforto. No entanto, há outros autocarros como o 1253 e o 1624 que vos leva do centro de Sintra ao Cabo da Roca. O autocarro 1624 vai também a Cascais, mas não passa junto à costa. No entanto, para quem não conduz ou não o deseja fazer há formas de deslocação usando transportes públicos. Todos os sítios mencionados neste post já foram visitados, alguns até bem mais do que uma vez e em diferentes alturas do ano. No entanto, poderão verificar que não interessa quando se vai que a paisagem é simplesmente sublime.


Cabo da Roca

O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental do continente europeu. Se viajarem a partir de Lisboa demora-se cerca de 45 minutos de carro a chegar aqui. O Cabo da Roca fica a 150 metros acima do nível do mar e tem uma vista panorâmica sobre a serra de Sintra e a costa. O mar, o céu e as rochas formam um cenário fantástico. Já tive oportunidade de visitar o Cabo da Roca em diferentes estações do ano e não interessa quando se vai, desde que se tenha oportunidade de visitar este posto importante de Portugal.


Praia do Guincho

Eu vou mencionar esta praia porque é a mais conhecida, mas descendo pela costa existem imensos sítios e praias para parar e tanto se pode decidir andar pelo areal, pelos passadiços ou aventurar-se pela água adentro. Tenham atenção ao estado do mar, uma vez que a maré no Guincho é por vezes enganadora e/ou demasiado forte especialmente para quem não esta habituado a nadar no mar com ondulação forte. As ondas enormes faz da praia do Guincho uma das escolhidas por muitos surfistas.


Boca do Inferno

Mesmo à entrada de Cascais encontramos a chamada Boca do Inferno. A Boca do Inverno apresenta duas formações rochosas, um arco e uma falésia resultantes da erosão da rocha pela força do oceano Atlântico. A Boca do Inferno era originalmente uma cave marinha que com a erosão marítima desabou deixando para trás as formações rochosas presentes no dia de hoje. O dramático nome foi-lhe dado pelo som que se ouve durante violentas tempestades onde a água explode de uma forma semelhante à lava num vulcão em erupção.

O passeio entre a Boca do Inferno e a marina de Cascais é ideal para aqueles fins de tarde dourados e relaxantes.


Passeio Marítimo de Oeiras

Passear junto ao mar, atirar-se de cabeça para as ondas ou aproveitar a piscina oceânica de Oeiras. Tudo isto pode ser feito enquanto se passeia pelas várias praias que completam a linha de Cascais desde a praia da Torre, Carcavelos, Praia de Tamariz ou Praia da Rainha. Os passadiços que seguem juntam à costa são ótimos para quem adora correr, passear e apanhar aquele ar com aquele cheiro maravilhoso a mar. As praias aqui são bem menos perigosas do que no Guincho uma vez que o mar é bastante mais calmo. Mas por exemplo na praia de Tamariz, ao pé do casino do Estoril, a água é muita fria. Mas quase sem ondas. Carcavelos é talvez a praia mais movimentada por ser também uma das mais acessíveis em termos de transportes públicos/parque de estacionamento.


Capricciosa Carcavelos

E já que estão ao pé da praia de Carcavelos nada melhor do que almoçar ou jantar com vista para o mar. A nossa escolha é a Capricciosa Carcavelos, um restaurante italiano fantástico. Podem escolher entre saladas, pizzas, massas ou apenas pelos doces. Nós viemos aqui uma vez só para comer os crepes com gelado. Ficámos na esplanada e apesar de ser na altura Março estava um dia bonito daqueles onde o Verão começa a espreitar. Capricciosa é uma ótima opção para comer bem e ter uma vista espetacular.


Mercado de Algés

Outra opção para jantar principalmente para aqueles que fazem o trajeto Cabo da Roca –> Lisboa é o Mercado de Algés. Este é um local bastante descontraído com mesas de madeira longas corridas e à volta encontram-se vários restaurantes onde podem escolher o que mais apetecer no dia. Desde cozinha italiana, portuguesa à asiática há opções para todos os gostos e bolsos.


Aquário Vasco da Gama

Se quiserem experimentar os dois restaurantes acima mencionados poderão sempre fazer a caminhada junto à praia ou podem visitar o Aquário Vasco da Gama. Ou fazer as duas coisas para queimar as calorias. Este aquário pertence à marinha portuguesa e faz conjunto com o museu da Marinha e o Planetário ambos em Belém (novo post em Belém a ser publicado brevemente). Os três locais fazem parte da Comissão Cultural da Marinha e todos eles são locais que devem ser visitados. Hoje falo do Aquário Vasco da Gama onde podem ser encontradas espécimes animais e vegetais de água doce, salgada, salobra de ambos os Hemisférios, Norte e Sul. No lugar de destaque deste aquário fica a fauna da costa portuguesa. A costa marítima portuguesa, banhada pelo Oceano Atlântico situa-se na ponta ocidental da Europa e pela sua localização geográfica abriga espécies típicas da fauna atlântica e mediterrânea. Temos também os dois arquipélagos, a Madeira e os Açores com características geográficas bem diferentes de Portugal continental, com características subtropicais. Vários exemplos dessas espécies podem ser visitados no Aquário Vasco da Gama. Ainda aqui há a possibilidade de interagir virtualmente com o oceano e “mergulhar” nas profundezas do mar através de um ecrã gigante “Janela para o Oceano”.


Locais menos conhecidos


Palácio Nacional e Jardins de Queluz

Devido à sua localização este palácio é menos conhecido, especialmente quando comparado com o Palácio da Pena ou mesmo com o Palácio Nacional de Sintra. Este palácio fica em Queluz, ao pé da Amadora, e podem chegar aqui ou de carro ou de comboio se saírem na estacão de Queluz (se vierem de Lisboa apanham o comboio com destino a Sintra). O palácio foi inicialmente construído como casa de campo em 1654, mas em 1794 o Palácio de Queluz tornou-se a residência oficial da rainha D. Maria I. Nesta altura, o Palácio de Queluz era o local onde a corte ia desfrutar de momentos de lazer e assistir a serenatas. Com a chegada das invasões francesas em 1807 a família real fugiu para o Brasil e o palácio deixou de ser habitado.

O general Junot, comandante das invasões francesas, visitou este palácio e até alimentou esperanças de este ser o local escolhido para o Napoleão Bonaparte se instalar. No entanto, tal não aconteceu e na geração seguinte o Palácio de Queluz é palco da morte de D. Pedro IV. Anos mais tarde, já em 1910, o Palácio de Queluz é classificado como Monumento Nacional e em 2020 o Palácio Nacional e os Jardins de Queluz são adicionados à “Rota Europeia de Jardins Históricos”.

Se por dentro o palácio é impressionante e faustoso muito mais são os seus jardins. A não perder nos jardins estão incluídos a cascata grande, o canal dos azulejos e o lago das medalhas. O jardim em frente do palácio então não há palavras para o descrever. Decididamente que este é um local a visitar, um palácio que desde 1957 recebe Chefes de Estado vindos do estrangeiro em visita oficial a Portugal.

Outras sugestões na zona:

Deixo-vos aqui dois restaurantes que recomendo se vierem a Queluz. Maria Azeitona ou O Quintal, dois restaurantes com ambientes íntimos e comida maravilhosa. Aconselho a fazerem marcação prévia uma vez que eles são extremamente concorridos.


Bacalhôa Buddha Eden

Dos 3 lugares mencionados neste post este é o que fica mais longe de Lisboa, já a 1hora e 15 de carro, mas é um local muito especial, diferente da cultura portuguesa, e por isso um lugar peculiar. O Bacalhôa Buddha Eden é um jardim oriental, fica dentro da Quinta dos Loridos no Bombarral, e conta com 35 hectares de jardins, estatuas e até de um lago. Estima-se que foram usadas cerca de 6 mil toneladas de mármore e granito para construir as várias estátuas de budas, de pagodes e de terracota.

O ponto principal do jardim é a escadaria central onde grandes estátuas de budas recebem os visitantes. A viagem até a este jardim até pode ser considerada demasiado longa para quem esta apenas interessado em conhecer Lisboa, mas para quem pode visitar o Bacalhôa Buddha Eden, por favor façam-no. A cultura, os diferentes jardins, e estátuas fazem-nos sentir que estamos noutro país. Apenas visitei este lugar uma vez, mas foi uma viagem que marcou e que espero que tenha o mesmo impacto a outros visitantes.

Este jardim foi construído como protesto contra a destruição dos Budas Gigantes de Bamyan que teve lugar em 2001 no Afeganistão. Neste ataque as mais altas estatuas de Budas do mundo feitas em arenito foram perdidas para sempre após a sua destruição. Este foi e ainda é considerado um dos maiores atos bárbaros contra a cultura, onde foram completamente apagadas obras primas da Arte de Gandhara.


Aldeia Típica de José Franco e Praia do Magoito

Estes dois locais fazem parte da viagem mais comum que fiz durante a minha infância e que me trazem mais recordações. Se era para fazer uma viagem de um dia já se sabia que era aqui que vínhamos parar.

Começávamos pela praia do Magoito, uma praia costeira a norte das Azenhas do Mar, mais em específico em São João das Lampas, ainda pertencente ao Parque Natural Sintra-Cascais. Apesar do nome não era para a praia que íamos, até porque o mar é bastante perigoso nesta zona da costa. Parávamos antes no paredão no topo da encosta e passeávamos por ali a respirar aquele ar maravilhoso de cheiro a mar. Muitas vezes havia por ali pescadores a tentar a sua sorte e tantos outros a aproveitar aquela vista maravilhosa de rocha, mar e sol. Já há algum tempo que não venho à praia do Magoito, mas é um ótimo local para nos sentarmos a ouvir as ondas a bater nas rochas, especialmente com um livro na mão, se forem amantes de leitura como eu.

Agora um sítio ainda mais especial – a Aldeia Típica de José Franco. Fica a 30 minutos de Lisboa, no Sobreiro ao pé de Mafra, e também é conhecido como Aldeia Saloia. A aldeia típica portuguesa foi construída pelo escultor e oleiro José Franco e por toda a aldeia estão representadas diferentes ocupações típicas do Portugal antigo – são pequenos espaços com esculturas e com os utensílios necessários para a ocupação que representa – a olaria, a azenha, a escola, a farmácia, o ferreiro, a carpintaria e até a loja da “Ti Lena” (mercearia) são alguns dos pontos de paragem nesta aldeia que é um autentico museu etnográfico.

Já em miniatura está representada uma aldeia piscatória onde o movimento da água faz mexer certas esculturas.A entrada é gratuita e depois aqui podem encontrar uma coisa deliciosa – pão com chouriço. Não estou a brincar quando digo que é o melhor pão com chouriço do mundo. Não há vez que aqui se vá que não se traga pão saloio recheado com chouriço.

Não tenho nada de mal a dizer sobre esta Aldeia Saloia, é na verdade um local que me é muito querido e que me traz imensas memórias.

Mais sugestões na zona

Se vieram passar um longo dia nesta bonita zona de Portugal, independente se se decidirem primeiro pelo Sobreiro e depois Magoito ou Magoito e depois Sobreiro, indico-vos aqui um restaurante para almoçar ou jantar – o restaurante Don Pedro Guedes. Este restaurante tem serviço de buffet e é um local extremamente concorrido por isso marcação prévia é mais que aconselhada. Desde queijos, a enchidos, a pratos de bacalhau, a pratos de carne assada até a variadíssimas sobremesas, há de tudo um pouco para todas as bocas. O difícil é escolher.



 




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