Strandhill – “onde o sol nunca deixa de brilhar”

A pouco e pouco ia chegando o final da nossa viagem. Tínhamos já perdido a conta das terras, condados, cidades e vilas por onde passámos. Partimos de Cork e depois de 4 dias a viajar pela estrada chegávamos ao nosso destino final – Strandhill.

Sligo

Para almoçar fomos a Sligo, a cidade mais perto de Strandhill. Tanto Sligo como Strandhill são locais bem conhecidos por uma das pessoas que participou nesta viagem visto esta ser a sua terra natal. Passeando pelas ruas bonitas, memórias de infância chegavam com alguma melancolia. Como a nossa ideia era petiscar fomos descendo ao lado do riacho, à procura de um restaurante que nos chamasse a atenção.

Acabámos por primeiro tentar visitar as ruínas da Abadia de Sligo, mas infelizmente encontrava-se (e ainda se encontra) fechada. Pelas fotografias parece ser um lugar interessante por isso se tiverem sorte de encontrar os portões abertos não percam a oportunidade de a visitar. Também outro marco histórico presente em Sligo é o memorial da Grande Fome – época histórica de que vos falei no primeiro post sobre esta viagem.

Para almoçar parámos no “The Blind Tiger” um pub que também inclui o restaurante tailandês “Camile Thai Sligo”. Pedimos Pad Thai que tenho que confessar estava delicioso. Recomendo muito, apesar de ter achado o preço demasiado exagerado para o local. No entanto, aviso que a Irlanda não é um país barato, especialmente restaurantes e bares. Mas como disse, o sabor compensou.


Strandhill

A minha colega tinha-me dito que em Strandhill o sol nunca deixa de brilhar. Claro que não é bem assim, afinal ainda é da Irlanda que estamos a falar – um país que chove dias e meses sem parar. Mas uma coisa é certa, se fosse só a contar com a minha experiência em Strandhill tenho que dar a mão à palmatória – enquanto aqui estivemos o sol brilhou.

Strandhill é uma pequena vila costeira conhecida pelos surfistas e por amantes de caminhadas. Como nós ficámos na casa de família da minha colega não vos posso dar uma opinião do sítio onde ficámos. No entanto posso-vos indicar Strandhill Lodge and Suites, um resort que inclui banhos de algas. Este resort está muito bem avaliado no TripAdvisor e é considerado 3º melhor hotel da Irlanda.

A praia em Strandhill é lindíssima, se calhar com mais pedras do que estamos habituados em Portugal, mas mesmo assim lindíssima. Caminhar junto ao mar terminava a nossa longa viagem de uma forma perfeita. Reparámos várias vezes que na Irlanda especialmente nos pontos turísticos ou importantes havia postes de ferro com o nome do local. Vimos estas sinalizações em vários lugares como nas falésias, em cidades e agora aqui na praia de Strandhill.

Quando começou a arrefecer e o dia escurecia fomos para o Strand Bar para bebidas. Para jantar tentámos o The Venue Bar and Restaurant, para além de estar bem avaliado pareceu-nos que teríamos uma ótima vista para o mar. Mas como já devíamos ter esperado o restaurante estava lotado para aquela noite. Acontece bastante quando não se é bem organizado. Mas também acho que se perde oportunidades e ganha-se outras. Às vezes acaba-se num local melhor do que o esperado. Nesta ocasião, pareceu-nos que o restaurante tinha valido a pena, por isso já sabem marquem mesa com antecedência. Com esta tentativa falhada decidimo-nos por um take away que acabou por ser no Jade Garden Oriental, um restaurante chinês perto da praia. A adição de mais umas garrafas de vinho compradas no minimercado da zona fizeram o nosso serão bastante confortável e relaxante.
No dia seguinte, o último dia da viagem, aliás havia voos para apanhar no final do dia fomos explorar Strandhill. Para pequeno-almoço fomos até ao Shells Cafe. Em Strandhill fica tudo muito perto umas coisas das outras.

Tentámos comer no paredão, mas foi impossível. Sabem em Portugal quando nos queixamos que as moscas não nos largam? Pois, em Strandhill são abelhas. A sério, nunca tinha visto nada assim – onde nos sentávamos 4 ou 5 abelhas apareciam e andavam ali à volta. Tivemos mesmo que ir para casa comer.

Planos para Strandhill – se tiverem tempo aproveitem para subir o monte Knocknarea. O monte ainda é grandito por isso contém com um dia para a caminhada (ida e volta). Existem vários pontos de interesse como a floresta Glen, um cemitério do megalítico e também a tumba Queen Maeve’s Grave. Se tivéssemos passado aqui mais tempo, esse teria sido um dos planos. Com tempo mais limitado fomos até à praia e seguimos o caminho de areia até Killaspugbrone, as ruínas de uma igreja.

Existe uma história associada a esta igreja. Se é apenas uma lenda não sei, mas é contada como verdade. São Patrício, segundo consta, visitou esta igreja no século VI. Devido ao terreno acidentado São Patrício caiu e perdeu um dente. A Bronus, o bispo local e quem construi a igreja, foi lhe dado o dente em sinal de amizade.

Esta relíquia foi tratada com grande reverência por muitos séculos e eventualmente colocada num santuário de madeira decorado com peças de ouro, prata e âmbar. O santuário também tem a figura de uma harpa que representa o emblema irlandês. Este santuário encontra-se atualmente no Museu Nacional da Irlanda. Também para aqueles que não sabem, São Patrício é o santo padroeiro da Irlanda e na data da sua morte, 17 de março, por todo o país realizam-se grandes celebrações, como a que tivemos oportunidade de ver em Belfast.
Mesmo antes de partimos e como estava um sol radiante fomos para a gelataria da zona, Mammy Johnston. Gelados muito bons, recomendo a 100%. Foi incrível ver a vila a encher de gente, o sol estava alto, o calor sentia-se na pele e o som do mar mesmo ali ao lado. Foi com muita pena que tivemos que deixar Strandhill, que para nós foi definitivamente a terra onde sol nunca deixou de brilhar.

E assim acabava, mas… ainda tivemos tempo de fazer uma paragem rápida e andar até Castle Classiebawn Viewpoint – o local de onde se podia ver o castelo de Classiebawn.

E é isto a Irlanda, um misto de coisas boas, de locais de encantar, de locais encantados e aquela sensação de estarmos num mundo onde os duendes existem e os trevos escondem uma magia desconhecida.

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