1. Ilha de Skye
Esta viagem foi acabadinha de ser realizada e como é de maio a setembro os melhores meses para visitar a Escócia, fica já aqui a sugestão para as férias de Verão. A ilha de Skye é um dos destinos mais procurados na Escócia devido à sua beleza natural com paisagens deslumbrantes e muito diferente da vida urbana que muitos desejam deixar para trás por uns dias. A ilha de Skye, a Este da Escócia, mede 80 Km em comprimento e é a maior ilha das Hébridas Interiores. A sua capital é Portree, uma pequena vila conhecida pelo seu bonito porto. Na ilha vivem cerca de 15000 pessoas e as indústrias com maior peso são a agricultura, a silvicultura, a pesca e como não poderia deixar de ser o turismo. Aliás mantenham o turismo na mente pois este teve um grande impacto na ilha e na nossa experiência enquanto aqui estivemos. Para chegar à ilha de Skye a partir da parte continental, se assim pode-se chamar, tem-se o ferry ou conduzir pela ponte de Skye que liga as duas partes. Da ilha de Skye também é possível apanhar o ferry para outras pequenas ilhas como a de Raasay e de Stornoway. Para viajar através da ilha de Skye tem-se mesmo que alugar um carro e conduzir pela ilha. O aeroporto mais perto da ilha de Skye é o aeroporto de Inverness, mas também existe a possibilidade de chegarem a Skye através de Glasgow e Edimburgo. Nós fizemos uma viagem de 3 dias pela ilha e penso que foi tempo suficiente para visitarmos os pontos principais sem pressas. De paisagens magníficas e de muitos km percorridos por trilhos viemos nós cheios.
Mas vou começar pelo início da viagem e pelo meio vou fazendo avisos daquilo que correu menos bem.
2. Marcar viagem
E começo já com um aviso – marquem esta viagem com MUITO tempo de antecedência. Nós estivemos indecisos entre a ilha de Skye e o País de Gales e acabámos por marcar esta viagem com um mês de antecedência. E digo-vos que estivemos prestes a desistir da ilha de Skye. Preços de voos – tudo bem – preços acessíveis para Inverness e para Glasgow – nada fora do comum. Agora, preços de aluguer de carros e sítios onde ficar é que foi preciso alguma persistência. Primeiro só encontrávamos para aluguer de carros preços diários acima das 300 libras – no final lá encontrámos um pela companhia Hertz no aeroporto de Glasgow que não nos ia levar a falência e foi por isso que marcámos os voos para Glasgow.
Sítio para ficar – quando se viaja pela ilha em diria que pelo menos 90% das casas têm placas de “Bed and Breakfast” ou hotel ou qualquer espécie de alojamento à entrada. E todas elas tinham “No vacancies” – acreditem – todas. E quando tentámos marcar a acomodação marcámos no Skye Lodges, em Portree. Nem foi uma escolha entre duas opções – foi a única opção e acreditem que andamos a ver em todos os sites desde Booking, Trivago, Airbnb, Hotels.com, eu sei lá. Marcámos para o Skye Lodges sabendo que não teríamos Wi-fi e que não tinham nem toalhas, nem lençóis, nem almofadas. Por isso já sabíamos que teríamos que arranjar uma solução antes de aqui chegarmos. Mas era isso ou não era nada. Claro que podia ter escolhido o quarto de hotel a 1500 libras a noite, mas pareceu-nos que comprar um édredon num supermercado qualquer dava menos despesa. E com isto o que eu queria dizer era – marquem a viagem com bastante antecedência para terem opções e preços acessíveis aos simples comuns mortais como nós.

Assim depois de escolhido o aeroporto fomos ver como chegar até a ilha de Skye a partir de Glasgow. Através da ponte de Skye levar-nos-ia cerca de 4 horas e meia, o que nos pareceu uma longa distância logo para primeiro dia. Por isso decidimos fazer uma paragem a meio no primeiro e no último dia da viagem. E aproveitávamos para também conhecer a zona de Loch Lomond & The Trossachs National Park, Glencoe e Ben Nevis.
3. De Loch Lomond & The Trossachs National Park a viaducto de Glenfinnan
Loch Lomond fica na fronteira entre as terras altas e as terras baixas da Escócia. O lago Lomond ocupa cerca de 71Km2 e tem várias pequenas ilhas a todo o seu comprimento, o seu número dependendo do nível da água do próprio lago.
E começámos a nossa viagem no Firkin Point Viewpoint (viewpoint = miradouro). O pequeno parque de estacionamento é gratuito e existem casas-de-banho em funcionamento. O parque de estacionamento é mesmo ao lado da praia de onde se avista a grande massa de água e as suas montanhas em redor. No meio do silêncio da natureza quatro patos juntaram-se à paisagem já de si deslumbrante, deslizando suavemente à superfície do lago.


Conduzindo pelo lago acima parámos ainda em Inveruglas, mais um viewpoint para o Loch Lomond. Em Inveruglas encontra-se um miradouro em forma de pirâmide chamado de An Ceann Mor, parte do projecto das rotas cénicas da Escócia (Scottish Scenic Routes), um projecto já antes mencionado no post da nossa viagem a Inverness e Cairgnorm National Park. À direita deste miradouro, a seguir à ponte de pedra, encontra-se a estacão hidroelétrica de Loch Sloy, a maior estacão hidroelétrica do tipo no Reino Unido.


Embrenhando ainda no bosque fomos visitar as Falls of Falloch (cascatas de Falloch). Do sítio onde se estaciona o carro até às cascatas é cerca de 5 minutos a andar, mas o trilho é de nível fácil. Se quiserem podem aproveitar para saltar do penhasco para a água como estavam alguns a fazer quando chegámos (e se olharem para as fotografias conseguem ver o momento do salto).

Depois das fotografias tiradas estava na hora de irmos comer qualquer coisa. Parámos no The Real Food Cafe em Tyndrum. Não foi uma paragem planeada, mas a fome já apertava. Das delícias gastronómicas da Escócia temos o Black Pudding – uma espécie de morcela, mas que em vez de arroz leva aveia e especiarias. Na nossa viagem a Cairgnorm National Park ficámos impressionados com a qualidade do black pudding e por isso, para uma refeição rápida que ainda tínhamos um longo caminho experimentamos o black pudding roll e o local sausage roll – duas merendas uma com o black pudding e outra com salsicha local. A do black pudding era melhor a milhas de distância.
Para a segunda cascata do dia fomos até à cascata Easan Dubha. Se começarem a reparar que os nomes dos locais não têm qualquer semelhança com a língua inglesa, é porque na verdade a língua antiga era o gaélico escocês oriundo da velha língua irlandesa. E quanto mais nos embrenhamos pelas terras altas da Escócia mais se nota a prevalência deste idioma no país.

Daqui até Fort Williams (onde íamos comprar o nosso édredon e mantimentos para a viagem) fomos parando em vários pontos estratégicos:
- Loch Tulla Viewpoint
- Lochan na h-Achlaise Viewpoint


- Loch Ba Viewpoint
- Glencoe Viewpoint


- The Meeting of Three Waters
- Coe River Waterfall.


Quando parámos no Glencoe Viewpoint estava a ser levada a cabo uma operação de salvamento a helicóptero. Afinal para quem decide fazer férias a escalar montanhas, montes e cabeços, cair, partir uma perna ou simplesmente ficar preso em algum sítio é uma possibilidade mesmo sabendo que tem de conhecer os próprios limites, respeitar a natureza e avançar com cuidado. Mas acidentes acontecem e foi o que aconteceu neste caso.

Fort William é a cidade local onde se encontram supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos que precisem relacionados com a sociedade moderna. Por isso se ficarem instalados por esta zona, Fort William será o vosso maior ponto de paragem e abastecimento.
Ainda no primeiro dia quisemos parar num sítio que todos devem conhecer, principalmente aqueles que nasceram no final da década de 80, início de 90 – o viaducto de Glenfinnan. Claro que não por este nome, mas já explico.


Nós não apanhámos o comboio a passar, mas não deixou de trazer alguma nostalgia. O parque de estacionamento aviso desde já que é caro – acho que 3 libras e meia é um bocado puxado, mas não quis deixar de conhecer o famoso viaducto por onde o comboio de Hogwarts Express passava. Sim, o comboio de Hogwarts Express nos filmes do Harry Potter.
4. Ben Nevis
Ben Nevis é a montanha mais alta do Reino Unido com uma altitude de 1345m. A subida, bem dizem que leva cerca de 7 horas seguindo pelo trilho. Nós ainda pensamos em subir, mas acabámos por desistir da ideia, especialmente depois de passar 3 dias na ilha de Skye em escaladas. Confesso que nos decidimos pela via dos mais preguiçosos – parar o carro no Nevis Range Mountain Experience e subir a montanha de teleférico.

A montanha que subimos não foi a do Ben Nevis, mas uma adjacente, a Aonach Mòr, a 8ª montanha mais alta do Reino Unido. No Inverno as pistas desta montanha são usadas para desportos de Inverno como esqui, no verão é usada para ciclistas desafiando-se pelas pistas de decida. Saindo do teleférico fomos até aos dois viewpoints perto do teleférico – Sgurr Finnisg-aig (cerca de 40 minutos ir e vir) e Meall Beag (cerca de 1 hora ir e vir). O bilhete de teleférico é de 24 libras. Mas se forem estudantes como eu aproveitem que têm desconto no bilhete.

Para conhecer melhor a zona à volta do Ben Nevis fomos até duas cascatas – Lower Falls e Steall Waterfall. Para visitar a primeira existe um parque de estacionamento mesmo ao lado. Agora para chegar à Steall Waterfall do respectivo parque de estacionamento eu diria cerca de 45 minutos a 1 hora para cada lado. E o caminho em alguns pontos poderá ser desafiante. No entanto, vale muito a pena. Quando se chega ao vale parece que entramos num mundo primitivo que é muito, mas muito bonito.


Aliás para mim de tudo o que já vi na Escócia, esta zona de Glencoe é sem dúvida uma das mais bonitas do país.


5. Sugestões para jantar
Para acabar com uma sugestão para jantar que foi arranjada mesmo à última da hora – Roam West. É um pub super simples, mas os hambúrgueres que experimentámos – o de bife e o de halloumi – foram ambos muitos bem recebidos. Também as sobremesas eram deliciosas. É uma sugestão para aqueles que como nós se esquecem de ser organizados, mas este sítio foi uma boa escolha.


Para quem anda à procura de marisco, já que é uma das delícias mais apreciadas nesta parte da Escócia foi-nos aconselhado o Lochleven Seafood Café. No entanto, nós como já tínhamos comido marisco durante a nossa estadia na ilha de Skye acabámos por escolher uma coisa mais em conta. Mas fica aqui a sugestão!
Próxima paragem será: Ilha de Skye!
2 thoughts on “Chegar à Ilha de Skye – Loch Lomond & Glencoe”