Glaciares no Alasca

Sabem quando estiveram num sítio tao espetacular que nem há palavras para o descrever? É mesmo assim que me sinto neste momento. Este post é sobre dois locais incríveis e a razão para termos escolhido este cruzeiro. Se por um lado as expectativas eram altas por ir ver algo único – glaciares – por outro lado nunca pensámos que fosse assim tão espetacular. Os dois glaciares que visitámos e de que estivemos bastante próximos foram em dias a bordo ou seja dias que não saímos do barco, mas foram os dias mais especiais.


Glacier Bay National Park

Primeiro local foi Glacier Bay National Park (parque nacional da baía glaciar em português). Glacier Bay cobre 3.3 milhões de acres e aqui encontra-se um mundo à parte de tudo o que até então conhecíamos. Montanhas, glaciares, floresta tropical temperada e fiordes, o Parque Nacional Glacier Bay é a jóia da Inside Passage do Alasca e por isso mesmo é uma área fortemente protegida.

E claro que um lugar assim tão especial é lar de muitos animais selvagens. Enquanto percorríamos as águas azuis e sedosas viam-se ursos nas suas margens. Glacier Bay é de uma beleza indescritível e completamente remota, dinâmica e intacta. Quem visita este local, tanto pelo mar ou pelo ar (não é possível por terra) tem que obrigatoriamente sentir-se uma pessoa muito sortuda.

Sendo este parque tão protegido, para o visitar, mesmo sendo por água, é necessária uma autorização especial. Também é preciso que um ranger entre no cruzeiro à entrada do parque que esteje presente durante toda a viagem até o barco voltar a sair da área. Isto, para garantir que o cruzeiro apenas navega por partes autorizadas e não se alonga na sua visita. Também é para garantir que o distúrbio do ecossistema é o mínimo possível. No Princess Cruises, os rangers que entram no cruzeiro estão disponíveis para dar mais informações sobre o parque nacional, ao mesmo tempo que vão dando uma pequena palestra que se ouve em todo o barco sobre a localização.

As fotografias não fazem justiça à beleza magnífica e às horas passadas sentados a olhar para todos os lados, maravilhados com a paisagem circundante.

Duas coisas que aprendemos sobre os glaciares: a água de origem glaciar não é límpida, mas sim uma cor azul-esverdeada e baça. Outra coisa que ouvimos é o chamado “trovão branco” (white thunder) que acontece quando um pedaço do glaciar cai sobre a água. O som demora algum tempo a chegar aos nossos ouvidos, por isso se não o ouvimos já não vale a pena olhar para lá. É um som diferente e uma experiência difícil de esquecer. Aquela massa branca de gelo dinâmica que avança e recua durante milhões de anos – nada igual.


Hubbard Glacier

O segundo sítio que merece destaque, e esta foi efetivamente a nossa última paragem antes de regressar ao Canadá – o Glaciar Hubbard. Hubbard Glacier é a maior massa de gelo junto à costa com 122 Km em comprimento e 11Km em largura. O glaciar começa em Monte Logan no território Yukon no Canadá e acaba no parque nacional Wrangell-St Elias. Atualmente o glaciar está estável depois do seu avanço nos últimos 100 anos. No entanto, o glaciar continua a adensar-se. De facto, no verão de 2002 o glacier Hubbard perto de Yakutat avançou de tal forma que do fiorde Russell deixou-se de ter acesso ao mar. No entanto, desde essa altura, o glaciar voltou a recuar e hoje em dia o fiorde Rusell reconectou-se ao mar circundante.

Este movimento constante de avanços e recuos é observada em vários glaciares não só no Alasca, mas em todo o mundo. Os avanços e os recuos são resultantes do equilíbrio entre a quantidade de gelo formada devido por exemplo à queda de neve e a quantidade de gelo que derrete. Claro está, que os avanços resultam quando se forma mais neve do que se perde, enquanto os recuos acontecem quando o glaciar perde mais neve do que se forma. De alguma maneira, o degelo criado pelo aquecimento global é apenas um fator parcial implicado no recuou dos glaciares que estão conectados com o mar, os chamados glaciares de maré, como é o caso do glaciar Hubbard. Os glaciares não perdem apenas gelo devido as condições climatéricas, mas também pelo despreendimento de icebergs no mar. Assim sendo, estes glaciares avançam e recuam não apenas pelo clima, mas em resposta à sua particular geometria na zona de contacto com o mar.

E se os “trovões brancos” que vos falei acima, na secção do Glacier Bay National Park, eram impressionantes muito mais comuns e fascinantes eram-no aqui.

Apesar de ser possível fazer uma excursão num barco de pequenas dimensões e chegar perto do glaciar Hubbard, nós decidimos ficar no cruzeiro. Como o tempo estava ameno nesse dia e o mar calmo, o comandante conseguiu chegar bastante perto do glaciar e pudemos vê-lo em grande plano. Um azul como não há outro, um mundo como não há outro, uma experiência sem comparação – assim foi o nosso cruzeiro pelo Alasca.

Conhecemos cidades, culturas e vivemos experiências que se pudéssemos repetíamos um milhão de vezes. Se gostam de natureza, de paisagens e também de descanso, não há nada mais indicado de que um cruzeiro pelo Alasca!

E depois de ursos, baleias e glaciares, eis que fomos recebidos assim no nosso voo para casa.

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