Índice deste post
- Posts anteriores sobre esta road trip
- Trilho circular entre Littlebeck e a cascata Falling Foss
- Visita a Goathland
- Visita a Grosmont
- Jantar no The Witching Post Inn
- No próximo post
Posts anteriores sobre esta road trip
Estamos prestes a entrar na segunda metade desta road trip. Até então visitámos Norfolk com o objectivo de ver os leões marinhos e os seus bebés. Objectivo esse realizado com sucesso. No dia seguinte partimos em direcção à costa de Yorkshire conhecer Sandsend e Whitby, onde tivemos o privilégio (por coincidência) de ver ao vivo como a cidade se transforma durante o famoso fim-de-semana gótico. E por último, aproveitámos o terceiro dia para explorar o parque nacional de North York Moors, fazendo dois trilhos, o Hole of Horcum e o Dalby Beck Yellow Trail, sem perder a oportunidade de visitar a lindíssima Thornton-le-Dale. Aqui, vamos falar do quarto e último dia no parque nacional de North York Moors. Neste dia completámos mais dois trilhos e visitámos duas vilas por razões muito específicas, acabando o dia a ter o melhor jantar de toda a viagem.
Trilho circular entre Littlebeck e a cascata Falling Foss
Este dia começou de forma bastante semelhante à do dia anterior – a tomar o pequeno-almoço no The Witching Post Inn enquanto dávamos dois dedos de conversa ao dono do pub. No final, ainda antes de sairmos marcámos mesa para jantar aqui, já que às terças-feiras há uma promoção de um dos pratos da casa. Mas do jantar falarei mais abaixo.

O primeiro trilho de hoje era perto de Littlebeck, uma pequena vila do parque nacional, para fazer o percurso circular entre Littlebeck e a cascata Falling Foss, uma das cascatas mais bonitas de North York Moors. Em vez de começarmos o trilho em Littlebeck começámo-lo perto da cascata, deixando o carro no parque de estacionamento Sneaton Forest, um estacionamento pequeno, de terra e gratuito.


O trilho começou com uma descida mais ou menos acentuada até a uma ponte e um pequeno café que naquela altura estava fechado, o Falling Foss Tea Garden. Daqui já se conseguia ouvir a cascata de 9 metros, a Falling Foss. E foi para ela que nos dirigimos. Como disse, apesar de não ser muito alta, a cascata e a floresta envolvente formam um cenário encantador. No final, o percurso circular teve uma distância de 6km e demorámos cerca de 2 horas e meia até estarmos de volta ao carro. O trilho que fizemos pode ser acedido através do mapa baixo.
Durante o percurso tivemos a oportunidade de percorrer a floresta sempre perto do ribeiro Little Beck, um pequeno afluente do rio Esk. Pelo caminho passámos por uma espécie de caverna chamada The Hermitage (a ermida), que fazia antes parte de uma casa, a casa Newton. Quando chegámos a Littlebeck não sabíamos bem qual era o caminho para voltar para trás, que não fosse o mesmo por onde tínhamos vindo. Depois de passarmos por alguns descampados onde apenas cabras e bodes pastavam lá o descobrimos regressando à cascata Falling Foss.


Visita a Goathland
Goathland começou a ganhar popularidade no século XIX quando foi construído aqui um spa levando a que homens de negócios de Yorkshire procurassem esta vila como um lugar de descanso e de férias. A sua popularidade cresceu ainda mais quando a vila se tornou palco de filmagens de uma série de televisão muito conhecida em Inglaterra, Heartbeat.
Trilho até à cascata Mallyan Spout
A nossa primeira paragem em Goathland foi junto ao hotel Mallyan Spout, o hotel com o mesmo nome da cascata que vínhamos visitar. Deixámos o carro num banco de terra na estrada principal já que assim o estacionamento seria gratuito e estávamos perto o suficiente do hotel onde começa o caminho que desce até à cascata.


O trilho não é longo tanto que ir e vir teve uma distância de 2km e pouco. Contudo é preciso ter cuidado em algumas partes já que pelo caminho tem de se subir e passar por pedras soltas e molhadas havendo o perigo de se escorregar. Mas indo com cuidado faz-se o caminho sem azares. A cascata Mallyan Spout mede 21 metros e é alimentada pelo rio Esk. Levámos quase uma hora a ir e vir incluindo as paragens obrigatórias para tirar fotografias.
Estação de comboios de Goathland
Vou já confessar a razão para querer visitar esta estação de comboios; bem na verdade houve duas, mas a primeira foi o de esta estação ter sido palco de filmagens do filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. Foi esta estação a escolhida para representar a estação de Hogsmeade onde o comboio chega e parte de Hogwarts.

A segunda razão teve um valor mais cultural. A linha ferroviária que liga Whitby a Pickering e passa por Goathland é uma das mais antigas de Yorkshire. Esta linha foi inaugurada em 1836 e esteve em serviço durante anos até ser encerrada pela British Rail em 1965. No entanto, o troço entre Grosmont e Pickering foi reaberto em 1973, resultado do esforço de um grupo de entusiastas que não quis ver a história daquela ferrovia acabar ali. Hoje em dia não só a linha ferroviária está em funcionamento como é a ferrovia histórica com mais passageiros no Reino Unido, transportando mais de 350,000 passageiros por ano. Portanto, é possível fazer esta viagem de comboio a vapor, ou como nós, ver o comboio passar pela linha ferroviária, razão pela qual fomos mais tarde até Grosmont. Isto porque nenhum comboio passaria por Goathland durante as horas seguintes.
O horário diário dos comboios a vapor pode ser acedido no final da seguinte página: North Yorkshire Moors Railway
Casa de chá em Goathland
Como o tempo começou a piorar, frio e cinzento com aquela chuva miudinha irritante e já que tínhamos mais de 1 hora até o comboio passar por Grosmont, fomos visitar o centro da vila de Goathland decidindo por entrar no Goathland Tea Rooms. Ao entrar, demos com uma casa de chá de decoração giríssima e, como o tempo assim próprio de Outono pedia uma bebida quente e uma fatia de bolo, foi isso mesmo que pedimos.


A casa de chá fazia ligação com a loja de recordações onde fomos tentados a comprar uma recordação antes de avançarmos com o nosso itinerário.
Visita a Grosmont
A viagem de carro entre Goathland e Grosmont foi de apenas 10 minutos. Estacionámos o carro já fora da vila na estrada perto do parque de estacionamento Grosmont Car & Couch Park. Assim não ficávamos longe da estação de comboios e mais uma vez não tínhamos de pagar estacionamento. Chegámos à estação a poucos minutos das 3 e meia onde o comboio a vapor acabava de parar com o fumo da locomotiva ainda a fumegar. Enquanto estivemos aqui pudemos ver como a parte da frente da locomotiva é mudada para o outro lado do comboio (tornando-se a parte de trás agora a parte da frente). E esta é uma das razões para Grosmont ser uma das melhores estações para ver o comboio a vapor pois é aqui que as carruagens são mudadas.
No website oficial do North Yorkshire Moors Railway podem ser adquiridos diferentes tipos de bilhetes. Claro que mesmo o bilhete normal é mais caro do que um bilhete de comboio normal, já que não é um comboio normal. Para uma experiência ainda mais especial há a possibilidade de comprar o bilhete de comboio com refeição incluída podendo-se assim viajar através do parque nacional a saborear uma refeição de 3 pratos.
Quando voltávamos para o carro houve um episódio meio caricato pois de repente apareceu-nos várias galinhas no meio da estrada completamente alheias ao perigo de ali estarem. Supomos que elas tenham fugido de algum galinheiro, no entanto não vimos ninguém a vir atrás delas. Foi apenas estranho como elas apareceram ali do nada e ali ficaram.
Jantar no The Witching Post Inn
Depois de regressarmos a Egton pelas 4 da tarde demos um pequeno passeio por esta vila que incluiu a Igreja de Santa Hilda. A vila em si não é muito grande e como a noite chegou cedo, o jantar também começou mais cedo do que o normal. Às 6 e meia já estávamos sentados numa das mesas do pub prontos para começar. No entanto, ao contrário do esperado, o jantar não acabou cedo, aliás muito pelo contrário, a refeição acabou por se estender pela noite adentro. O ambiente e a conversa e talvez também um pouco o álcool fizeram com que assim fosse.

Quanto à comida que experimentámos durante o jantar apenas posso dizer que estava tudo óptimo tendo sido esta uma das melhores refeições desde há muito tempo. Para entrada, pedimos para dividir peixinhos fritos com maionese de limão e pimenta (whitebait with lemon pepper mayo with brown buttered bread and lemon garnish). Eu que não costumo ser muito apreciadora deste tipo de comida, especialmente quando inclui peixes que se comem juntamente com as espinhas – gostei imenso deste prato. E o meu marido ainda mais já que ele adora este tipo de petiscos.

Para prato principal tivemos de pedir o frango à parmegiana já que era uma terça-feira e às terças-feiras este pub oferece a promoção de 2 pratos de frango à parmegiana pelo preço de 1. Para recheio escolhia-se entre manteiga de alho, pepperoni ou molho picante. Eu pedi o pepperoni e o meu marido a manteiga de alho. Só posso dizer que desde então temos falado desta refeição várias vezes e do quanto queremos voltar a Egton para pudermos comer outra vez neste pub.

Das bebidas disponíveis, não resistimos a provar as cervejas e os gins, ambos de produção local. Mas não fomos só nós a prová-las também os outros clientes e empregados/dono do pub o fizeram. O que claro contribuiu para que a conversa se prolongasse pelo serão dentro.
No próximo post
No próximo post vamos falar do nosso último dia em Yorkshire, onde tivemos direito a mais uma oportunidade, desta vez inesperada, de ver os leões marinhos e os seus bebés! Depois de uma segunda visita à costa de Yorkshire fomos para York, uma cidade já conhecida e adorada por nós. E à qual voltaremos sempre que possamos.
One thought on “Em North York Moors, Inglaterra (parte II)”