
Um dos países que escolhemos bastante para quando queremos um rápido fim-de-semana fora do país é a Bélgica. Na verdade, assim o é devido a proximidade com Inglaterra. E também porque aproveitamos para escapar às filas do avião e limitações de bagagem que não existem no comboio rápido – o Eurostar. Ok, confesso, é só por causa da cerveja. Pronto já disse! Sendo assim partimos de St. Pancras International na sexta-feira de manhã. Estava bastante mais apinhado do que o esperado, mas suponho mesmo com o COVID-19 bastante presente no nosso dia-a-dia o bichinho de viajar acaba sempre por ganhar. Em dois horas chegámos a Bruxelas, onde apanhámos o comboio local até Gante.
Agora porquê Gante? Sim, cerveja, ponto. Mas se conhecem ou se já ouviram falar um bocado de Bruxelas conhecem a famosa tríade de cidades mais conhecidas na Bélgica, na verdade é mais um quadrupede se incluirmos também a Antuérpia. No entanto, Bruxelas, Bruges e Gante fazem parte das 3 cidades top para visitar na Bélgica. Como já tínhamos visitado tanto Bruxelas como Bruges, Gante foi a escolhida. Estive dividida entre Gante e Antuérpia, mas pareceu-me que Antuérpia é uma cidade mais modernizada e Gante uma cidade vibrante devido a universidade, mas ainda com a sua face medieval preservada. As expectativas não eram grandes, aliás Gante é uma cidade pequena que se visita facilmente em 1-2 dias, e depois de encantados com Bruges pensámos que Gante não se iria igualar. No entanto, pelo contrário. Sim, Gante é uma cidade pequena, sim não tem a beleza pitoresca de encanto de Bruges, mas é uma cidade agradável, vibrante e com uma arquitetura lindíssima, principalmente no centro da cidade. E assim, para nós Gante tornou-se rapidamente e definitivamente a nossa segunda cidade favorita na Bélgica (Bruges estará sempre em primeiro lugar).

Da estacão de comboio de Gante até ao centro da cidade e neste caso até ao nosso hotel andámos cerca de 20 minutos. Eu gosto sempre de ter oportunidade de passear a pé pela cidade antes de me enfiar no quarto de hotel. A experiência permite conhecer um pouco da cidade, da cultura, costumes e reter uma expectativa real do que nos espera. Tínhamos escolhido o hotel “Vakantielogies Faja lob“. Os donos são responsáveis pelo café que fica no piso do rés-do-chão e pelos quartos dos andares superiores. Nós escolhemos este local pela localização, pois queríamos ver a cidade a pé e também porque marcámos esta viagem já um pouco em cima da hora e foi aquele que se apresentou com um valor mais em conta. Posso dizer que o quarto era sossegado, a cama enorme. O pequeno-almoço era o básico, alguns folhados, croissants e normal café/chá. Não diria que foi mau, mas talvez se voltasse a Gante não voltaria a ficar neste local. No entanto, atenção, como disse, consoante as propostas que tínhamos este local era o mais em conta em termos monetários.

A nossa razão para visitar Gante, aliás para visitar qualquer cidade belga é a cerveja. E por isso mesmo mal pusemos as malas no quarto, procurámos os locais mais bem avaliados de batatas fritas, já em vista em juntar cerveja como acompanhamento. E foi assim que fomos parar a Frituur Tartaar. O espaço é simples e na altura que fomos estava com pouco movimento. O rapaz que nos atendeu foi bastante simpático e paciente, já que nos não fazíamos a mais pequena ideia do que queríamos. De certeza que conhecem e já foram aqueles clientes com um ar completamente desorientado a olhar para o menu. Sim e aquilo parecia chinês para nós. Quando não se sabe a língua tanto faz ser chinês como belgo. Não se sabe, não se sabe.


No entanto como bom português lá nos desenrascámos. Acabámos por pedir batatas fritas belgas com molho tártaro. A montanha de batatas que nos chegou à mesa definitivamente nos impressionou.


Aproveitámos logo também para começar na cerveja. Depois de mil calorias ingeridas fomos explorar o centro da cidade. Gante apresentou-se num estilo medieval, mas com imensos restaurantes, bares e lojinhas.


A cidade em si é bastante pitoresca, talvez não como um conto de fadas como Bruges, no entanto muito melhor que Bruxelas. O que é muito comum na Bélgica e não podia deixar de haver em Gante, são as paredes pintadas em estilo desenho animado com cenas diversas ou personalidades.


Com a noite a chegar começámos a pensar onde íamos jantar. Já sabíamos que em uma das noites queríamos ir ao Amadeus. Já tínhamos ido em Bruxelas e as costelinhas tinham nos convencido e tínhamo-nos tornado fãs. No entanto, para Sexta já era impossível, só mesmo para a noite seguinte e já depois das 9. Mas o que interessa é que íamos lá jantar. Para aquela noite acabámos por marcar mesa no Giuseppe’s, um restaurante italiano com reviews bastante boas. Assim, arranjámo-nos e saímos de volta para a cidade, agora já de noite.

Ao dirigirmo-nos para o centro da cidade reparámos que da torre da igreja de Sao Nicolau (Sint-Niklaaskerk) saía fumo. Mas afinal era apenas uma demonstração de luzes. Nada de pensarem que estivemos presentes no famoso incêndio de 2021.


Em seguida, como ainda faltava algum tempo para a hora da nossa reserva fomos até ao Missy Sippy Blues & Roots Club para mais uma cerveja. Gostei bastante da vibe calma deste local, e a decoração do interior com o bonito e colorido vitral que derão um extra a este bar. O restaurante onde jantámos, o Giuseppe’s, revelou-se uma ótima escolha. As pizzas feitas a forno de lenha eram deliciosas. Eu escolhi a “Your sweet devil” com Nduja, um tipo de salsicha picante e com creme de abóbora. A combinação de sabores resultou bastante bem, tornando esta pizza muito boa.


Porque a noite ainda estava a começar fomos até a um bar muito peculiar em Gante – Dull Griet.

E peculiar por várias razoes, por um lado pode-se dizer que há quinquilharia por todo o lado. Encontra-se fantoches ao lado de placas de carro ao lado de anúncios de cerveja ao lado de um altar com Jesus. Por isso é uma mescla de items que não tem qualquer ligação entre si. Mas o mais giro deste local é que tens que dar um sapato para beberes um certo tipo de cerveja. Sim, dar um sapato. Ele tem no menu um copo com um formato engraçado, igual ao da cerveja Kwark, mas em tamanho enorme. Aparentemente, as pessoas gostavam de levar os copos com eles para casa. E por isso agora precisas de dar um sapato que é colocado num cesto enquanto bebes a dita cerveja. Quem do nosso grupo experimentou a cerveja relevou que é preciso diferentes técnicas dependendo do nível de cerveja que tens no copo.


Como gostámos imenso deste local – aviso que é bastante concorrido, por isso conta em estares um bocadinho à espera até arranjares mesa – acabámos por ficar até fechar que na altura que fomos devido ao COVID-19 era às 11 da noite. Ainda acabámos por ir a outro bar – a Gloria – também no centro de Gante, mas o espírito já não sendo o mesmo, acabámos por ali a noite.
Até porque no outro dia era o dia para aproveitar ver o máximo possível em Gante. E por isso vos deixo aqui – próximo post todos os sítios para visitar em Gante e também para aproveitar a bem famosa cerveja belga.