Croda da Lago e Lago di Alleghe

Índice desta página

  1. Sair de San Cassiano
  2. Croda da Lago
  3. Passo Giau e Lago di Alleghe
  4. Próximo post (Falcade na província de Belluno)

Sair de San Cassiano

De check-out feito e malas no carro deixámos San Cassiano para trás. Tinham sido dias fantásticos e apesar de tudo ainda tínhamos aquele dia para explorar os Dolomitas. Hoje começaríamos a viajar em direcção ao sul já que no dia seguinte ao final da tarde teríamos de apanhar o nosso avião de volta para casa. Organizámos assim o final da viagem para no dia seguinte termos tempo para visitar sem pressas alguns pontos entre os Dolomitas e Veneza. O plano para hoje era de parar em pelo menos dois locais, Croda da Lago e Lago di Alleghe antes de fazermos o check-in no TEA San Pellegrino na província de Belluno.

Entrada para a vila Calfosch em Alta Badia

Durante a primeira parte do trajecto passámos pelas várias vilas que tínhamos ficado a conhecer nos últimos dias como San Cassiano, La Villa Stern, Corvada in Badia e Colfosch.

E admirámos pela última vez aquelas paisagens arrebatadoras às quais eu tentei tirar fotografias enquanto o marido conduzia. Algumas fotografias ficaram mais ou menos outras foram logo apagadas. Não sei se já tentaram tirar fotografias enquanto outra pessoa conduz, mas especialmente numa estrada com curvas e contracurvas não é uma tarefa assim tão fácil como parece à primeira vista.

Croda da Lago

Quando estivemos a preparar o itinerário para este dia estivemos indecisos entre dois trilhos, este que foi o escolhido, Croda da Lago ou o Lago di Sorapis. Como lemos que o trilho do Lago di Sorapis era difícil especialmente em algumas partes que eram a pique escolhemos então a Croda da Lago. Mas acreditem que este trilho também não foi pera doce.

Aliás acabou por ser mais difícil porque já nem estávamos preparados (mentalmente e fisicamente) para fazer um trilho com grandes desafios. Afinal o destino do trilho era o Lago Federa e como durante a viagem tínhamos visitado vários lagos e sem problemas de maior assumimos que o mesmo seria aqui.

Val Negra, ponto panorâmico no trilho Croda da Lago

Estacionámos o carro em Ponte de Ru Curto onde vários carros já ali estavam parados e onde começa o trilho Croda da Lago. O trilho que segue para o Lago Federa é o 437 o qual está indicado nas placas que se encontram neste parque de estacionamento. A primeira parte do trilho não foi muito difícil, começámos por descer até uma ponte de madeira que passa por cima do rio, e depois começámos a subir, mas nada de muito inclinado nos primeiros quilómetros. Contudo isto rapidamente mudou.

Para terem uma percepção do quanto é preciso subir deixámos o carro a uma altitude de cerca de 1700 metros enquanto o Lago Federa está a mais ou menos 2046 metros. E o lago nem é o ponto mais alto do percurso. Em algumas partes a subida era bastante inclinada de tal forma que quando chegámos ao ponto panorâmico Val Negra que fica a 2048 metros um de nós começou a ter a respiração ofegante e tonturas. Estivemos um bocado sentados ao pé deste ponto panorâmico, mas como a sensação de mal-estar não passava decidimos descer o trilho e não ir até ao Lago Federa. Apesar de já termos feito a maior e a pior parte do caminho e de não estarmos muito longe do lago (agora lendo novamente parece que estou meio ressabiada por não ter ido ao lago, mas até nem estou…muito 😅). Pensamos que estes sintomas apareceram por estarmos a altas altitudes sem termos dar tempo ao corpo para se acostumar a tal.

De Val Negra a 2048 metros de altitude

Mas viajar com alguém também é isto, principalmente neste tipo de viagens, onde andamos por trilhos no meio de montanhas e onde puxamos pelo corpo. Se um não está bem então ninguém está bem. Não vale a pena pedir mais a alguém que está com dificuldades. Eu já estive nos dois lados da moeda e sei como é importante perceber e aceitar tal como saber que a outra pessoa percebe e aceita que às vezes as coisas não vão de acordo com as expectativas. Mais ainda é perceber que um lago, uma paisagem, uma experiência não é tão importante como assegurar o bem-estar e a segurança da outra pessoa. Especialmente quando somos apenas nós os dois e, portanto, ambos temos a responsabilidade de cuidar um do outro. E claro que nesta situação voltámos para trás.

Início do trilho Croda da Lago

Mas não usem a nossa experiência como exemplo para decidir se fazem ou não este trilho. Aliás se pudéssemos faríamos novamente este trilho, mas desta vez teríamos roupa adequada para um trilho mais desafiador e subiríamos mais devagar para dar tempo ao corpo de se habituar à alta altitude.

Passo Giau e Lago di Alleghe

Mesmo não fazendo a Croda da Lago completa demorámos mais do que 2 horas desde o início até voltarmos ao carro. Quando chegámos foi tirar as malas dos ombros e seguir para o próximo destino, o Lago di Alleghe. No entanto, acabámos por parar pelo caminho em dois lugares; primeiro no ponto panorâmico do Passo Giau para ver bem aquela paisagem magnífica das montanhas e vales. A segunda paragem foi junto à Chiesa della Beata Vergine Maria delle Grazie, mas aviso já que não vale a pena anotarem esta última paragem. Nós pusemo-la no itinerário apenas porque aparecia como ponto de interesse no Google Maps, mas não foi nada de especial. Portanto, passagem e paragem no ponto panorâmico de Passo Giau são 100% obrigatórias, quanto à paragem na igreja não tanto.

Ponto panorâmico de Passo Giau

Acabámos por chegar ao Lago di Alleghe perto das 3 e meia. Estacionámos ao lado do Parque Centrale onde havia um pequeno parque exterior, este gratuito. E esta era a localização ideal parar parar no Alleghe Beach Chiosco Bar e sentarmo-nos à esplanada com vista para o lago.

O Lago di Alleghe não é um dos lagos mais conhecidos nos Dolomitas tanto que não era mencionado em nenhuma das fontes de onde tirámos ideias para esta viagem. E nós normalmente fazemos uma junção de ideias tiradas das redes sociais, websites e vídeos. Mas não, este lago não aparecia referido em nenhum lado, o que é uma pena.

Lago di Alleghe

Este lago apenas existe desde 1771 quando houve uma grande derrocada de terras no Monte Piz em janeiro desse ano. O lago formou-se porque as rochas e os detritos dessas derrocadas depositaram-se onde é hoje a aldeia de Masaré impedindo que as águas fluíssem. Infelizmente este desastre levou à morte de 49 pessoas e houve aldeias que desaparecem arrastadas e soterradas pelo deslizamento das terras. Hoje a aldeia e o lago formam uma pitoresca paisagem como mostram as fotografias. Curiosamente o lago que existe hoje é muito menor do que aquele que se formou inicialmente em 1771.

Esplanada do Alleghe Beach Chiosco Bar

Relativamente à nossa visita ao lago, depois de estarmos um bocado na esplanada quisemos dar um passeio ali em redor o que acabou por ser o trilho circular à volta do lago. Até porque é na outra margem onde a paisagem do lago, da aldeia e das altas montanhas do Monte Civetta é melhor. De tal forma que o ponto panorâmico fica na margem oposta à aldeia di Alleghe.

O trilho foi de cerca 5km e ao contrário da Croda da Lago, foi feito sem dificuldades. Apesar de terem ralhado connosco quando passámos pela Ponte Sospenso Cordevole para o outro lado do lago. Isto porque andavam em obras e não queriam ninguém a passar por ali. No entanto, havia outras pessoas a passarem a ponte na mesma altura e curiosamente não lhes disseram nada. Enfim! (suspiro resignado)

Ponto panorâmico do Lago di Alleghe

Considero este o primeiro sinal do dia a avisar-nos que estávamos numa parte diferente dos Dolomitas. Uma parte em que o turismo não é tão bem visto e o comportamento  dos locais um bocadinho menos afável.

Próximo post (Falcade na província de Belluno)

No próximo post vamos falar sobre a última noite nos Dolomitas – um novo alojamento, uma nova cidade, uma nova experiência. E com isto estaremos muito perto do final desta viagem.

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