A Floresta do Fanal e o Festival no Funchal

Este dia foi completamente diferente do que tínhamos planeado inicialmente. De tal forma de que todos os locais visitados apenas um constava na lista inicial. Este era o último dia antes da tempestade e apesar de na altura pensarmos que havia um exagero desmedido à volta da tal tempestade organizámos tudo de maneira que nos dias seguintes fôssemos visitar o menos possível.

Começámos pela Floresta do Fanal. Eu nem acredito que a tínhamos deixado de fora quando fizemos o itinerário ainda em casa. A floresta do Fanal é uma floresta mágica com o seu constante nevoeiro e árvores centenárias de feitios propícios à imaginação. A floresta do Fanal faz parte da floresta Laurissilva, onde o nível conservação da floresta indígena é impressionante. Há vários trilhos à volta da floresta, havendo por exemplo como opções o PR13 – Vereda do Fanal ou o PR14 – Levada dos Cedros. Se fizerem o PR13 terão oportunidade de caminhar no Paúl da Serra, o planalto mais longo da Madeira.

Para chegar à floresta do Fanal fomos ver qual o melhor caminho. Depois de 3 dias às curvas na Madeira já sabíamos que tínhamos de escolher qual era o melhor caminho invés ao caminho que era ´mais rápido´. Porque na Madeira a distância até pode ser menor mas ao andar às curvas demora-se o dobro do tempo do que aquele que o GPS estima.

Quando chegámos à floresta do Fanal não havia nevoeiro, mas rapidamente este apareceu e adensou-se. Caminhar na floresta com o nevoeiro envolvente e as vacas a pastar sem pressas tornou a experiência realmente do outro mundo. Talvez ainda mais impressionante seja a quantidade de rãs que habitam a lagoazita onde o som é quase ensurdecedor.

O próximo ponto de paragem, já em direção ao Funchal, foi a cascata dos Anjos. E não podíamos perder este ponto. Esta cascata é especial porque cai em cima da estrada, ou seja, podem ter a experiência de conduzir por debaixo de uma cascata ou atirarem-se a pé para debaixo dela (para debaixo da cascata, não do carro). Fomos ver a cascata, mas não conduzimos em cima dela porque nos foi avisado pelo madeirense no primeiro dia, na Ponta de São Lourenço, que já tinha havido vários acidentes em que rochas tinham caído e partido para-brisas. Para não arriscar deixámos o carro um bocadinho mais atrás e fomos a pé até esta cascata fenomenal. Fizemos em seguida uma paragem no Miradouro da Ponta do Sol, mas como foi meio difícil estacionar não ficámos muito tempo.

E em direção ao Funchal. Agora o que havia no Funchal? Nesta viagem descobri as vantagens de passar os serões num café de família onde a conversa em amena cavaqueira dá também algumas notícias surpreendentes. Então logo no primeiro ou segundo dia do nosso serão no snack bar O Prego ficámos a saber que nesse Domingo ia decorrer um festival patrocinado pelos hipermercados Continente – Festival Bom Para a Madeira.

A maior notícia para todos era que o Tony Carreira ia atuar ao vivo no final da tarde. Para nós foi saber que a meio da tarde o grupo os 4Litro iam atuar. Para quem não sabe os 4Litro são um grupo de 4 comediantes madeirenses. No canal de Youtube – cliquem aqui para ver – há imensos vídeos a satirizar a vida quotidiana madeirense, a fazer novas letras para músicas conhecidas, tudo para rir às gargalhadas. Nós não podíamos perder. Deixámos o carro a uns 20 minutos do centro do Funchal e descemos até à Praça do Povo. Mal sabíamos que a animação ia estar ao rubro – muitas barraquinhas a vender produtos regionais, gelados, bebidas e comida tradicional. Não podemos resistir a mais uma nikita e esta foi a segunda melhor de toda a viagem (a nikita da Taberna do Poncha está em primeiro). O espetáculo foi muito bom e valeu bem a pena a torreira ao sol durante quase uma hora. Não ficámos para o Tony Carreira, mas via-se a multidão a crescer ao aproximar-se da hora.

Nós decidimos ir jantar a um dos restaurantes mais conhecidos da Madeira – O Abrigo do Pastor. Porque não pode passar uma visita à Madeira sem experimentar a espetada regional. A carne era muito tenra e bastante saborosa. Não ficámos fãs do esparregado e do pão de batata-doce, mas gostei bastante do milho frito.

Ainda nos ofereceram uma poncha depois de um descuido com um café e foi a poncha mais forte que bebi – não só nesta viagem, mas em toda a minha vida. O Abrigo do Pastor é conhecido pela alta qualidade da carne que servem e bastante procurado por turistas e madeirenses.

Com isto chegávamos ao final do dia, um dia que foi planeado já na Madeira, mas um dia inesquecível por muitas razões.

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