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No último post falámos brevemente de como foi deixar San Cassiano e dos dois trilhos que fizemos durante este dia enquanto avançávamos para a parte sul dos Dolomitas. O trilho Croda da Lago foi um desafio com o qual não contávamos, mas as paisagens não deixaram de impressionar, enquanto que o trilho circular à volta do Lago d’Alleghe foi de baixa dificuldade e o melhor é que a paisagem não era de menor beleza.

Hoje vamos falar de como foi chegar a Falcade na província de Belluno e a nossa experiência por estes lados. E depois deste post rapidamente chegaremos ao último dia desta viagem que contou com algumas paragens entre os Dolomitas e o aeroporto internacional de Veneza, o aeroporto Marco Polo.
TEA San Pellegrino
Check-in
A distância entre o Lago d’Alleghe e a nossa acomodação era de 14km e por isso a viagem foi de mais ou menos 20 minutos. Fizemos o check-in e durante este processo a recepcionista disse-nos com grande orgulho que a nossa reserva tinha tido um upgrade e que por isso ficaríamos num quarto com varanda. Eu claro agradeci. Mais tarde reparei que a maioria dos quartos tinham varanda, mas tenho a certeza de que havia quartos sem varanda. E a varanda deu-nos jeito. Por isso pronto, ponto positivo.

Mas o engraçado foi a maneira como a recepcionista o disse, como se nos devêssemos sentir importantes pelo upgrade. Tivemos uma experiência semelhante em Veneza: enquanto a recepcionista nos mostrava o quarto onde íamos ficar parecia estar à espera de que ficássemos maravilhados. Aqui foi o mesmo não só no check-in, mas também no check-out, altura em que nos pediu para fazer uma review sobre o hotel. Não sei se as recepcionistas acreditam mesmo que os hotéis onde trabalham são dos melhores ou se são os contractos de trabalho que assim o obrigam. Ou se calhar somos nós que parecemos um casal que não sai muito de casa. Mas bem, neste caso não sei se ela quer mesmo que façamos uma review. Penso que não seria bem aquilo que ela esperava.
Quarto
Em relação ao quarto não há grande coisa a apontar. Um quarto básico com uma cama de casal e outra de solteiro, o espaço era razoável, não muito grande, mas também não muito pequeno. E sim a varanda deu-nos jeito para pormos algumas coisas a arejar durante um bocado. No entanto a vista do quarto não era nada de especial.

A única coisa mais chata que encontrei não só neste hotel, mas em outros onde ficámos em outras viagens foi o tampo da sanita. Incomoda-me imenso quase a chegar ao ódio quando as tampas das sanitas são demasiado pequenas para a sanita em si. Aquela sensação quando nos sentamos de plástico e louça na pele devo dizer que me repugna. Umas das minhas muitas peculiaridades eu sei, mas é assim tão difícil colocar o tamanho certo?
Pequeno-almoço
Daqui vou saltar no tempo e falar já do pequeno-almoço do dia seguinte. Então o pequeno-almoço era servido das 7 às 9 da manhã. Como hoje era um dia mais calmo para nós, sem trilhos no itinerário, pensámos que era uma boa ideia irmos tomar o pequeno-almoço às 8 e meia. Aproveitar e ficar mais um bocadinho na cama.
Agora imaginem o pequeno-almoço e comparem-no com o entusiástico check-in. Chegámos a uma sala quase vazia, um casal aqui mais dois rapazes que chegaram mais tarde. E o que havia para comer? Para quem gosta muito de doces e começa o dia a encher-se de açúcar, ia adorar. Agora para quem gosta de comer pão ou queijo ou fiambre ou mesmo uns cereais, que viesse mais cedo. Porque os pratos estavam lá, mas senão vazios, quase. Para além que desde que chegámos até nos irmos embora o empregado passou a maior do tempo a olhar para o relógio. É que para oferecer este tipo de serviço e estou a falar mais da comida do que do empregado, mais vale oferecerem o pequeno-almoço das 7 às 8. Ou pelo menos dizer que normalmente depois das 8 as escolhas do pequeno-almoço são reduzidas. Assim já ficávamos avisados.

Opinião sincera
Agora, ficaria aqui novamente? Sinceramente penso que não. No entanto, deixo de qualquer forma os links para este alojamento mais abaixo. E também dou a mão à palmatória e reconheço que a minha opinião sobre TEA San Pellegrino pode estar condicionada pela fantástica experiência que tivemos no alojamento anterior em San Cassiano, na Pensione Edelweiss. Se calhar noutra situação eu tivesse visto este lugar com outros olhos e indo um pouco mais ao encontro do entusiasmo da recepcionista.
Website oficial do TEA San Pellegrino: https://www.teasanpellegrino.com/
Página do TEA San Pellegrino no Booking.com (que foi por onde nós fizemos a reserva): https://www.booking.com/hotel/it/ht-tea-san-pellegrino-dolomiti
Ristorante Pizzeria Rosa Nera
Agora fazendo rewind e voltando de novo ao final da nossa tarde. Depois de nos instalarmos no TEA San Pellegrino, fomos à procura de um restaurante onde pudéssemos jantar.
Experiência desagrádavel em Terrazza-Bar L’Aivaz
Como não havia grandes opções a uma distância que pudéssemos ir a pé voltámos a pegar no carro até uma das aldeias seguintes, Pie’ Falcade. Mas também não conduzimos por muito tempo e em menos de 5 minutos estávamos a estacionar junto ao Terrazza-Bar L’Aivaz com a intenção de jantarmos aqui. No Google este parecia ser um restaurante com comida local e para mais estava aberto. Contudo a experiência foi um pouco bizarra. De tal maneira que se lerem o título desta secção repararão que o nome do restaurante é diferente. Isto porque no final não foi aqui que jantámos.

Afinal o que aconteceu? Quando chegámos havia várias mesas ocupadas na esplanada, mas pensámos que dentro do restaurante estaríamos mais confortáveis já que começava a arrefecer com o anoitecer. Quando entrámos o empregado que estava ao balcão olhou para nós e não disse palavra. Mesmo assim sentámo-nos numa das muitas mesas livres, mas passado poucos minutos apercebemo-nos de que os locais que estavam a beber ao balcão mais o empregado lançavam miradas na nossa direcção com algum desdém. É óbvio que nesta altura o ambiente era tudo menos confortável. Ainda olhámos para o menu, mas vimos que afinal a oferta variava entre sandes e uns snacks. A má vibe adicionada a um pobre menu e a sensação de sermos (e continuar a ser) ignorados fez com que nos decidíssemos ir embora.
Restaurante-pizzeria Rosa Nera
Quando fomos para o carro liguei para o restaurante-pizzeria Rosa Nera que confirmou não só que estavam abertos como tinham mesas livres. E a diferença no serviço notou-se mal entrámos. Talvez a pior parte seja o parque de estacionamento que basicamente é inexistente. Mas a atmosfera do restaurante foi muito mais acolhedora, mesmo com as mesas cheias de pessoas que pareciam ser residentes dali.

Para comer seguimos a direcção da mesa do lado e pedimos uma pizza com batatas fritas e pancetta (pizza Miha) para dividirmos. E WOW, foi uma das melhores pizzas da viagem. Ficámos mesmo impressionados e só ficámos com pena de já termos pedido os pratos principais senão teríamos pedido mais pizzas para experimentar. As pizzas eram feitas no forno a lenha que se via da sala do restaurante. Não só nos admirámos com a qualidade da pizza como o facto de as batatas fritas ficarem ali tão bem!
Infelizmente não posso dizer o mesmo dos pratos principais. O meu marido pediu a cotoletta alla milanesa (costeleta de porco panada) com batatas fritas e eu para experimentar pedi formaggio Dobbiaco alla piastra que é uma espécie de bloco de queijo frito. A cotoletta alla milanesa, de acordo com o meu marido, estava boa, mas era um prato bastante simples. Quanto ao meu estava horrendo. Acho que nunca tinha comido um prato tão mau num restaurante. O queijo devia ter sido frito num óleo que já tinha sido muito usado e, portanto, queimado, dando um gosto extremamente amargo ao queijo. Foi uma das piores coisas que já comi na minha vida. Mas devia ser do óleo usado porque mais tarde vi uma senhora a comer o mesmo prato e não parecia queixar-se, bem pelo contrário.

Arrependo-me imenso que não tenhamos ficado pelas pizzas porque teríamos tido uma refeição deliciosa em vez de ficar com um amargo gosto na boca (literalmente). Ainda pedimos sobremesa e café para não acabar a refeição de maneira tão insatisfatória.

Por isso, resumindo e concluindo, aconselho este restaurante pelas pizzas. E vale imenso a pena, são mesmo boas pizzas. Agora se quiserem tentar mais alguma coisa do menu já sabem, pode correr bem como pode correr mal.
O restaurante não tem website oficial, mas podem ver mais informações na página do TripAdvisor (ver aqui).

Quando saímos do restaurante e antes de voltarmos para TEA San Pellegrino ainda fomos dar uma volta ali pelas redondezas. A aldeia pareceu-nos bastante pacata tendo sido a igreja imponente, Chiesa Parrocchiale della Beata Vergine Maria Immacolata, o destaque do passeio.
Próximo post
O próximo post será o último desta semana nos Dolomitas a norte de Itália. Vamos falar dos 5 locais onde parámos durante o nosso percurso entre os Dolomitas e o aeroporto de Veneza e das últimas horas antes de voltarmos para casa.
One thought on “Falcade na província de Belluno, Dolomitas”