As igrejas nos Dolomitas

Índice desta página

  1. St. Valentin Kirche
    1. Onde estacionar
    2. O trilho
    3. A igreja
    4. Lenda
  2. St. Konstantin Kirche
  3. Trilhos dos 7 lagos
  4. Pontos panorâmicos em Paso Gardena
  5. Segundo jantar no restaurante L’Fanà
  6. No próximo post (trilho Adolf Munkel-Weg)

Onde ficámos no último post?

No último post falámos do começo do nosso terceiro dia nos Dolomitas, depois de visitarmos Cinque Torri, Seceda e Vallunga nos dias anteriores. E para este dia estava reservado um lugar muito especial, Alpe di Siusi, um enorme planalto a quase 2500 metros de altitude. Neste post, vamos continuar a falar deste dia, mas já depois de sairmos de Alpe di Siusi. Aqui estão incluídas duas igrejas, a igreja de St. Valentin e St. Konstantin. E continuaremos por este dia até ao segundo jantar no restaurante L’Fanà em San Cassiano.

St. Valentin Kirche

A St. Valentin Kirche, ou em português a igreja de São Valentino, fica em Castelrotto, acima da vila de Siusi allo Sciliar (ou em alemão, Seis am Schlern). Para chegar a igreja não é possível ir de carro, tem-se mesmo de ir a pé.

Onde estacionar

Nós depois de sairmos de Alpe di Siusi fomos estacionar na vila de Siusi no parque de estacionamento Parkhaus, que fica por detrás da bomba de gasolina da Esso. Depois de pararmos o carro foi quando tivemos o primeiro sinal que devia ser feriado naquele dia. Apesar de no parque de estacionamento haver uma máquina para pagar e um placar com as tarifas, a máquina não estava a funcionar. Tentámos várias vezes até que um casal teve pena de nós e nos veio dizer que não se pagava estacionamento naquele dia.

Chiesa di San Valentino (ou em alemão St. Valentin Kirche)

Ainda antes de seguirmos pelo ‘Sentiero per Chiesa di San Valentino’ (o trilho que sobe até à igreja) ainda tentámos ir a um supermercado, mas este estava fechado. Este foi o segundo sinal de que aquele dia não era ‘normal’. Até porque ainda era só 1 da tarde.

Mas foi só quando chegámos à igreja e demos com a porta fechada é que fomos ver se era feriado e eis que descobrimos ou melhor confirmámos que sim, era feriado, o Dia da República (Festa della Repubblica).

O trilho

Para chegar à igreja tivemos que primeiro apanhar o trilho que sobe pela montanha. E podemos dizer que a subida não é assim tão fácil. O estado do trilho não é mau, pelo contrário, mas a subida é bastante acentuada. Talvez por isso se vá encontrando pelo caminho bancos de madeira para descansar.

A igreja

Depois de uns bons 25 minutos a meia hora a dar à perna chegámos ao pé da igreja. Quando a encontrámos fechada e depois de descobrirmos que era feriado pensámos que era essa a razão para não pudermos entrar. No entanto, parece que a igreja está normalmente fechada e que apenas se pode visitar o seu interior através de visitas guiadas que podem ser marcadas entre finais de junho a inícios de setembro.

Frescos da parte exterior da igreja de São Valentim

Assim sendo, tivemos mais tempo para admirar a parte exterior da igreja onde ainda se vêm frescos dos séculos XIV e XV. Um dos mais conhecidos e peculiares é o que representa a chegada dos três reis magos ao pé de Jesus com os picos dos Dolomitas pintados no fundo. Apesar de não se saber bem quando esta igreja foi construída, ela encontra-se mencionada em documentos que datam 1244. Como o nome indica esta igreja foi consagrada a São Valentim, padroeiro dos namorados.

Lenda

Existe uma lenda relacionada com esta igreja. A lenda conta que certo dia um touro encontrou um sino enterrado no solo perto da igreja. Este sino ficou conhecido como o ‘Touro de San Valentino’ e foi pendurado na torre da igreja. De acordo com esta lenda, este sino protegia os habitantes das fortes tempestades que eram resultado dos feitiços realizados pelas bruxas que viviam no Monte Schlern (a montanha que fica em frente à igreja). Ao tocar o sino, o feitiço era quebrado e por isso as bruxas passaram a temer o som do sino desta igreja.

Quanto a nós, depois de vermos o exterior da igreja e de nos sentarmos a ver a paisagem da vila no vale e as montanhas mesmo de frente ainda passeámos um pouco pelos campos em redor passando por cabras e ovelhas que pastavam por ali.


St. Konstantin Kirche

Para mim de todas as igrejas que visitámos, esta foi sem a dúvida a mais bonita. Gostei imenso do mostrador do relógio da torre especialmente dos ponteiros em forma de coração. Por qualquer razão fez-me lembrar a Alice no país das maravilhas.

A igreja fica na povoação de St. Konstantin a cerca de 10 minutos de carro da vila de Siusi. Ao lado da igreja há um pequeno parque de estacionamento de terra. Esta igreja também estava fechada e por isso só a pudemos admirar pelo seu exterior. Foi em 1281 que pela primeira vez foi mencionada esta igreja (pelo menos nos documentos encontrados até então). Nesta igreja encontram-se elementos de 3 estilos arquitectónicos; românico, gótico e barroco.

Trilhos dos 7 lagos

Como a igreja estava fechada acabámos por não ficar ali muito tempo. Mas houve uma placa na estrada à frente da igreja que me chamou a atenção. A placa indicava o trilho dos ‘7 laghi’ (o trilho dos 7 lagos). Ao que parecia estávamos entre os lagos que fazem parte deste trilho. E já que ali estávamos e já tínhamos feitos as paragens do nosso itinerário para aquele dia, seguimos a placa para visitarmos pelo menos o lago mais próximo, que afinal era o último do trilho, o lago de São Constantino.  

Demorámos cerca de 20 minutos a chegar ao lago, seguindo sempre as placas que indicavam o caminho. O que encontrámos foi um pequeno lago de águas esverdeadas onde algumas pessoas passeavam junto à orla. Nós fizemos o mesmo e ainda nos sentámos brevemente em frente ao lago, num banco que ali estava.

Laghetto di San Constantino

Não vou mentir e dizer que este lago foi o ponto alto da viagem, mas ficámos assim a conhecer uma parte escondida da floresta em St. Konstantin.

Se alguém estiver interessado em fazer este trilho, este é considerado de nível difícil e demora cerca de 4 horas a completar (só numa direcção). Depois de se chegar ao último lago pode-se apanhar o autocarro 176. O trilho começa em Aica di Fiè e passa pelos seguintes lagos:

  • laghetto Salmseiner
  • Laghetto Gflierer
  • Laghetto di Fiè
  • Laghetto Superiore
  • Laghetto di Umes
  • Laghetto di Aica
  • Laghetto di San Costantino

Pontos panorâmicos em Paso Gardena

Ponto panorâmico em Paso di Gardena

Depois de voltarmos para o carro, ainda estacionado ao lado da igreja de St. Konstantin, e como por esta altura tinha começado a chover, decidimos fazer o caminho de volta para San Cassiano. E como nos esperava mais uma hora e meia a conduzir, decidimos desta vez parar em alguns pontos panorâmicos pelo caminho.

Entre chuvadas ainda conseguimos parar duas vezes. A primeira foi depois de passarmos um dos lados da montanha por qual a estrada de Paso Gardena nos leva. Este ponto panorâmico fica ao lado de uma capela, a cappella de San Maurizio. Daqui vê-se o magnífico vale rodeado pelos picos montanhosos.

Entrada para a vila Calfosch no Sul de Tyrol

A segunda paragem foi depois mais à frente na entrada para Calfosch, uma das vilas do Sul de Tyrol por onde tínhamos passado várias vezes durantes as idas e vindas entre San Cassiano e Ortisei. Parámos ao pé das letras enormes que formam o nome da vila. Deste lugar ainda conseguimos ver uma cascata, que penso ser a cascata de Pisciadù.

Segundo jantar no restaurante L’Fanà

Acabámos por chegar à Pensione Edelweiss às 6 da tarde, o que era uma boa hora para nos prepararmos para jantar.

Quando ficámos a saber que era feriado naquele dia tínhamos ficado preocupados em caso de todos os restaurantes estarem fechados. No entanto, foi ao passarmos pelo restaurante L’Fanà quando voltávamos para San Cassiano, que reparámos que o restaurante estava aberto. E ficou logo ali feita a decisão de virmos aqui outra vez. Já que nenhum de nós se importava de voltar.

Prato de salsiccia con polenta e funghi do restautante L’Fanà

Uma vez despachados voltámos a entrar no carro até ao restaurante. Tal como da primeira vez, fomos rapidamente atendidos. Mas, desta vez fomos bem mais controlados quando chegou a altura de fazer o nosso pedido. Eu desta vez pedi o prato de Gnocchi alla Sorrentina (gnocchi com molho de tomate) e o meu marido pediu um prato tradicional da zona, ‘Salsiccia con polenta e funghi’ (salsicha com polenta e cogumelos).

A dose de gnocchi era razoável já que normalmente quando peço gnocchi as porções são mais pequenas comparadas com as dos outros pratos de massas, ou assim me parece. O do meu marido é que vinha mais ou menos. Boa apresentação, bom sabor, mas a quantidade não tanta quanta a esperada. Especialmente tendo em conta que este era um dos pratos mais caros do menu.

Prato de gnochhi alla sorrentina do restaurante L’Fanà

O que significou que desta vez havia espaço para sobremesa. Como em Itália come-se italiano eu pedi o tradicional tiramisù. Já o meu marido pediu um afogatto; café com bola de gelado de baunilha. Se eu gostei do tiramisu, mais ainda o meu marido gostou do afogatto, espantado com o quanto aquilo era bom.

Depois da sobremesa e dos cafés, pagámos a conta e voltámos para a Pensione Eldeweiss. Apesar de termos gostado mais da primeira vez, ficámos adeptos deste restaurante. Se passarem pela zona de San Cassiano não deixem de experimentar este restaurante em La Villa Stern.

Tiramisù do restaurante L’Fanà

Para saber mais sobre este restaurante vejam a página oficial: https://www.lfana.com/en/


No próximo post (trilho Adolf Munkel-Weg)

Para a próxima vamos ao nosso quarto dia nos Dolomitas, ou seja, vamos entrar na segunda metade da nossa viagem. E para este dia esperávamo-nos o nosso segundo trilho favorito depois de Seceda. E foi finalmente neste trilho onde houve tempo para entrarmos num dos Rifugios pelo caminho e provarmos uma sobremesa típica da Áustria. E claro, ainda falta o famoso Tre Cime di Lavoredo, Lago di Braies e muito, muito mais.

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