Seceda, Dolomitas

Índice deste post

  1. De San Cassiano a Ortisei
  2. Onde estacionar em Ortisei
  3. Teleférico e funicular para Seceda
  4. Em Seceda
  5. Trilho de 12Km em Seceda
    1. Descrição do nosso itinerário
  6. Ortisei
  7. Cascata de Tervela

De Seceda, o que se pode dizer? Foi o nosso trilho preferido desta viagem, apesar de termos feito outros dois dos quais gostámos muito, Adolf-Munkel Weg e Tre Cime di Lavoredo. Mas, as paisagens de Seceda são tão espectaculares que parece irreais. Seceda é sem dúvida um dos locais mais conhecidos dos Dolomitas, e com toda a razão.

De San Cassiano a Ortisei

Mas vamos primeiro ao começo do dia. Saímos da Pensione Edelweiss ainda não eram 7 da manhã. E houve duas razões para estarmos já a pé a esta hora matinal. Em primeiro lugar de San Cassiano até Ortisei, onde íamos apanhar o teleférico para Seceda, ainda era cerca de uma hora de caminho. Em segundo lugar, o nosso cérebro ainda estava formatado que para escapar as multidões e filas tínhamos de chegar muito cedo.

A conduzir de San Cassiano para Ortisei

E a viagem entre San Cassiano e Ortisei mostrou por paisagens que não é preciso sentir aquele receio de perder alguma coisa, o receio de não visitar todos os locais ou de não percorrer todos os trilhos. Basta pegar no carro e nem se tem de conduzir por muito tempo para ver paisagens arrebatadoras.

Onde estacionar em Ortisei

Agora fica aqui a dica de onde estacionar em Ortisei. Isto é válido mesmo para quem não quer visitar a cidade, que apenas quer apanhar o teleférico para Seceda ou mesmo qualquer outro teleférico na zona. Mas vou falar de Seceda em particular, já que era para aqui que vínhamos. Há um estacionamento mesmo ao lado do teleférico onde entre as 7 da manhã e as 7 da tarde tem um custo de 2.80 euros por hora. Eu sei, completamente insano. Que os preços vão ser caros já se sabe, mas quase 3 euros por hora é simplesmente demasiado. Nós deixámos o carro no estacionamento no centro de Ortisei, no Parking Garage Central, o qual custou-nos 1.90 euros por hora. O que também não deixa de ser caro, mas é mais aceitável. Se deixarem lá o carro o dia todo, fica no máximo a 18 euros. Este preço máximo não existe no parque de estacionamento junto ao teleférico – cada hora está sempre a contar. Se bem me lembro, nós pagámos à volta de 11 euros por 7 horas.

Fazer parapente em Seceda deve ser uma das melhor experiências que se pode ter

E entre o Parking Garage Central e o teleférico que sobe para Seceda são cerca de 10 minutos a andar e assim também aproveitam para ver um pouco de Ortisei. E para quem quer ver depois a cidade, o parque de estacionamento está no sítio ideal.  

Teleférico e funicular para Seceda

Em 2025, o teleférico e o funicular que sobem para Seceda abriam dia 1 de junho. E não é que foi no dia 1 de junho que viemos a Seceda? Com tanta preocupação de chegar cedo, encontrar estacionamento, evitar filas, etc, fomos dos primeiros a apanhar estes meios de transporte para Seceda no dia em que abriram.

Paragem em Furnes onde se muda do teleférico para o funicular (ou vice-versa)

Agora preços e a viagem em si. É preciso apanhar tanto o teleférico como o funicular para chegar de Ortisei a Seceda. Primeiro apanha-se o teleférico onde cabem 6-8 pessoas. Este faz o percurso Ortisei – Furnes e sobe 450 metros. Depois em Furnes sai-se do teleférico e apanha-se o funicular que é como uma espécie de carruagem de metro sem assentos. Este leva até 30 pessoas e faz o percurso Furnes-Seceda subindo mais 700 metros.

Se calhar é preciso dizer que em Furnes o teleférico e o funicular estão ao lado um do outro, por isso não há motivo para confusões. Agora sobre preços (em 2025); se for para fazer o percurso todo Ortisei-Seceda, ida e volta, são 52 euros por pessoa. Se for este percurso, mas só subida ou só descida fica a 39 euros. Também é possível fazer só metade do percurso, isto é só apanhar o teleférico ou só o funicular e fazer o resto do caminho a pé. Neste caso, o bilhete custa 30 euros se for ida e volta (nesse mesmo meio de transporte). Se for só num sentido fica a 22 euros. Nós pagámos os 52 euros e não acho que tenha sido dinheiro mal empregue, mesmo sendo caro.

Em Seceda

Seceda fica localizado em Val Gardena e pertence ao parque nacional Puez-Odle. Este parque nacional é enorme cobrindo uma área de 4000 hectares e chega a uma altitude máxima de 2500 metros – onde fica o miradouro de Seceda. Deste miradouro, construído em 2007, pode-se avistar todas as montanhas que ficam em redor do Sul de Tyrol estendo-se até Großglockner na Aústria. Neste miradouro encontra-se uma estrutura de metal que ajuda a identificar as várias montanhas que se avistam de Seceda.

Paisagem sobre a ravina de Seceda

Saindo-se do funicular e olhando à nossa volta sabe-se logo porque este é um dos lugares mais procurados nos Dolomitas. A paisagem é completamente deslumbrante, e este deslumbramento não se esmoreceu durante o tempo que aqui passámos.  Aliás com esta paisagem a única coisa de que nos arrependemos foi de não termos marcado um voo de parapente em Seceda. Porque se há lugar onde deve ser magnífico ter esta experiência é sem dúvida aqui. E se algum dia voltarmos a Seceda, não deixaremos passar uma segunda oportunidade.

Trilho de 12Km em Seceda

Uma das coisas que encontrámos não só em Seceda, mas em quase todos os trilhos, foram muitas placas com direcções. Os trilhos que atravessam os Dolomitas são mais que muitos e por isso há placas a apontar em todas as direcções com todo o tipo de nomes e em várias línguas (e também a indicar o tempo que se demora a chegar ao lugar, o que achei bastante útil). Nós quando viemos para Seceda já vínhamos com um itinerário traçado para evitar nos perdermos ou envergarmos por um trilho de quilómetros e quilómetros.

O nosso trilho teve uma distância de 11.6Km e fizemo-lo em 3 horas com uma paragem a meio para comer qualquer coisa e muitas para tirar fotografias e até ver marmotas. Em relação à dificuldade: a maior parte do percurso faz-se bem, especialmente entre o ponto panorâmico de Seceda (ponto B no mapa) até ao Balcone Panoramico da UNESCO (ponto F). O pior é a subida entre a Fermeda Kapelle (ponto G) de volta ao funicular. Esta subida não é para fracos de coração. E sim, houve muitas paragens usando a desculpa de ter que tirar fotografias para ter 1 minuto de descanso. O percurso que fizemos diria que era de dificuldade média, mas para alguns pode ser considerada difícil já que algumas partes da subida eram bastante acentuadas.

Paragem durante a subida de volta ao funicular para descansar e comer

Mas é possível fazer o mesmo percurso de ida e volta entre o teleférico (ponto A) e Pieralongia (ponto E) e assim escapar a subida extenuante. Ah e o mapa acima até está meio que enganado porque há um caminho que segue do ponto D directo ao ponto E, o que faz este trecho do percurso ser ainda mais fácil. O problema é que o Google Maps não reconhece este caminho e por isso não dá para ter o percurso correcto no mapa entre este dois pontos. Uma coisa a notar sobre os trilhos em Seceda é que de um ponto do trilho se consegue ver os outros caminhos. Por isso consegue-se ter uma percepção do quanto se quer ir para a direita ou do quanto se quer descer, já que depois quanto mais se descer mais vai ser preciso subir.

Descrição do nosso itinerário

A – O trilho começa na saída do funicular em Seceda.

B – Sobe-se pela estrada principal até ao ponto panorâmico de Seceda que fica a 2500 metros de altitude, onde está uma estrutura redonda de metal. A seguir é continuar pelo caminho que vai junto à ravina até ao segundo ponto panorâmico.

Ponto panorâmico de Seceda

C – Continuando por esse caminho vai-se descendo pela rampa e no cruzamento vira-se à esquerda. Depois é continuar a seguir pelo carreiro que sobe ligeiramente e que acaba no ponto mais próximo da ravina. Não é possível continuar a subir a partir do ponto C.

D – Ao chegar ao ponto C desce-se pelo carreiro até à estrada principal e vira-se à esquerda. Há aqui várias placas e a que queremos seguir é ‘Pieralongia Schwaige’. O caminho entre o ponto D e o ponto E não aparece no Google Maps, mas é seguir sempre o caminho a direito. Quando se chega a um pequeno Rifugio, Malga Pieralongia Alm, segue-se o trilho que sobe ligeiramente até Pieralongia (as duas rochas altas pontiagudas).

Placas com as várias direcções no cruzamento perto do ponto panorâmico de Seceda

E- Depois é voltar para trás, passando novamente pelo Rifugio mas agora continuar pelo caminho a descer até a uma plataforma com uma estrutura metálica, o Balcone Panoramico UNESCO Mastlè Santa Cristina.

F – No ponto panorâmico nós continuámos a descer até irmos apanhar a estrada larga que depois no ponto G, onde fica uma pequena capela, começa a subir. Se não quiserem ter de descer para depois ter de subir toda a montanha podem voltar para trás e apanharem a mesma estrada principal de onde vieram.

G – Desde a capela até ao funicular, passando pelo ponto H, é sempre a subir e é este o trecho mais difícil, e por isso digo que se não quiserem subir tanto podem sempre escolher um caminho mais fácil. Aqui a regra é simples, quanto mais se desce mais tem de se subir.

Subida desde a capela até ao funicular

Foi ao chegar ao ponto H que decidimos fazer uma pausa. Sentámo-nos na relva a comer o nosso pequeno-almoço, que a esta hora já era mais almoço, e a ver aquela paisagem maravilhosa. As paisagens de Seceda são das mais bonitas nos Dolomitas, apesar de a competição ser renhida já que tudo é lindíssimo.

Quando chegámos ao funicular não fomos muito inteligentes porque nos fomos logo embora, embora em Furnes, antes de apanharmos o teleférico termos feito uma paragem para comer mais qualquer coisa. Mas agora olhando para trás, depois de voltarmos para o ponto inicial do trilho devíamos ter passado mais algum tempo em Seceda, agora a descansar e a aproveitar mais um pouco daquela paisagem.

Paisagem em Seceda

Apesar de não termos entrado em nenhum deles, durante o percurso encontrámos vários Rifugios; restaurantes e cafés onde se pode fazer uma pausa para comer e beber. Nós não o fizemos em Seceda, até porque levávamos comida connosco, mas é sempre algo a considerar, já que a subida pode mesmo tirar o folgo a qualquer um. Em junho havia vários Rifugios que ainda estavam fechados, mas passámos por dois que estavam abertos com muita gente sentada à esplanada, o Baita Sofie Hütte e o Malga Pieralongia Hütte.

Ortisei

Quando regressámos a Ortisei quisemos dar uma volta rápida pela cidade. Confesso desde já que as cidades não foram o nosso foco e passámos muito pouco tempo em Ortisei, e ainda menos em Cortina d’Ampezzo. Mas ainda fomos conhecer o centro de Ortisei, passear pela zona pedonal, onde encontrámos imensas lojas e pessoas sentadas nas esplanadas dos restaurantes e cafés. Talvez mais porque viemos durante a hora de almoço. Mas ainda visitámos a Chiesa St. Ulrich, uma igreja construída no final do século XVIII, mesmo no centro da cidade.

Ortisei

Talvez tivéssemos passado mais tempo na cidade se não tivéssemos outro trilho programado para aquele dia. E sim, se puderem passar uma noite em Ortisei façam-no que pelo menos ficam perto de dois grandes pontos que certamente vão querer visitar, Alp di Siusi e Seceda.

Cascata de Tervela

Depois de Seceda e Ortisei a nossa próxima paragem era na vila ao lado, em Santa Cristina Valgardena, para visitarmos não a cidade, mas a cascata de Tervela. Quando adicionámos esta cascata ao itinerário a ideia era fazer uma paragem rápida antes de irmos para o segundo trilho que começava na vila seguinte, Selva di Vale Gardena. Mas esta cascata foi um claro exemplo como um itinerário muito compacto faz com que não se tenha tempo para tudo.

Como não dava para estacionar junto à cascata, deixámos o carro à entrada da vila Santa Cristina, de onde já se podia ver a parte da cascata que desce junto à estrada. E no final foi só daqui que tirámos fotografias. Para chegar à cascata desde onde estava o nosso carro era preciso andar cerca de 25 minutos. Como eram 2 e meia da tarde e fazendo as contas já íamos começar o segundo trilho por volta das 4, o que a nosso ver já seria tarde. Tínhamos também de ter em consideração que precisávamos de voltar para San Cassiano e não o queríamos fazer de noite já que o caminho não era o mais fácil de conduzir.

Cascata de Tervela

Conclusão, não fomos à cascata, mas ficámos com pena de não fazermos esta parte do itinerário. As fotografias pelo menos dizem que vale a pena fazer o percurso até porque esta cascata é considerada uma hidden gem.

Só uma mais coisa antes de terminar. Nós deixámos o carro na Via Dursan mesmo à saída da estrada principal, a SS242, onde o estacionamento é gratuito nos primeiros 60 minutos. Acreditem que depois de todo o dinheiro que gastámos em parque de estacionamentos, este é um ponto importante.

Próximo post (um trilho para todos nos Dolomitas e jantar em San Cassiano)

Para o próximo ‘episódio’ vamos falar do trilho em Vallunga na Selva di Val Gardena e do nosso segundo jantar da viagem já de volta a San Cassiano.

4 thoughts on “Seceda, Dolomitas

  1. Boa tarde, gostava de saber se é vantajoso comprar os bilhetes para o teleférico para ir à Seceda, obrigada

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  2. Obrigado pelo seu contacto. Em relação ao preço não há qualquer vantagem, o preço é o mesmo independentemente se comprar online ou no local. Nos meses menos turísticos não é necessário, nós comprámos os bilhetes quando chegámos ao teleférico e nem havia fila. Durante Julho e Agosto diria que sim para evitar estar em longas filas de espera para a compra de bilhetes.

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