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Chegada a Veneza e Hotel Mary
Aeroporto Marco Polo e serviço de autocarros
Para quem compra bilhetes de avião com alguma frequência já se deve ter apercebido que os voos mais baratos são a meio da semana e à noite. Foi por isso que marcámos o último de voo de sexta-feira para Veneza (aeroporto Marco Polo) com a hora de chegada já a passar da meia-noite. Como chegámos a Itália bastante tarde marcámos um hotel perto do aeroporto para essa noite. No dia seguinte de manhã então voltaríamos ao aeroporto para irmos buscar o carro alugado e seguir caminho para os Dolomitas.

O hotel que escolhemos foi o Hotel Mary que apesar de não estar assim muito bem avaliado (7.0 em 10 no Booking e 3.4 em 5 no Google) ao menos incluía pequeno-almoço e o preço era em conta. Pelas fotografias esperávamos que o hotel fosse simples, mas limpo. E oferecia aquilo nos dava jeito, check-in disponível durante 24 horas.
Para chegar ao hotel tivemos de apanhar o autocarro, mas no aeroporto foi um bocado confuso. E mais, pelo preço do bilhete do autocarro mais valia termos apanhado um Uber, tanto que foi o que fizemos no dia seguinte quando regressámos ao aeroporto.
Porquê confuso? Porque pelo Google Maps sabíamos que àquela hora tínhamos de apanhar o autocarro número 35, mas quando chegámos às paragens de autocarros reparámos que havia duas, o 35a e o 35b, cada um com destino diferente. Pelas indicações parecia ser o 35b que queríamos já que o 35a ia directo para a estação de comboios Mestre. Mas mesmo assim para confirmar perguntámos ao motorista do 35b se o autocarro parava em ‘Orlanda Tiburtina’ (a paragem que ficava ao pé do hotel Mary) ao que o condutor do autocarro respondeu ‘sei lá onde isso fica’. Bem se ele não sabia muito menos nós, mas vá lá, era aquele o autocarro certo. Apesar de ser irónico que a pessoa que conduz o autocarro e passa por ali todos os dias não saber as paragens do trajecto. Para mais o bilhete custou 5 euros por pessoa (portanto, 10 no total) por menos de 10 minutos de viagem. Que era quase mesmo preço do Uber que rondava os 12 euros.
Hotel Mary
No entanto, depois deste episódio quase caricato, chegámos ao hotel sem mais eventos. O nosso quarto era aquilo que esperávamos, simples, limpo e de tamanho considerável. Talvez a casa de banho e a decoração do quarto pudessem passar por uma renovação, mas nada que nos tirasse o sono. O pequeno-almoço do dia seguinte também era simples, o típico continental, e tinha uns croissants com creme de limão que para mim foram o melhor. Não temos nada a dizer de mal desde hotel e para aquilo que queríamos serviu muito bem.

Deixo aqui o website do hotel Mary: https://www.venicehotelmary.com/, apesar de termos marcado sempre as nossas acomodações pelo Booking.com
Cinque Torri nos Dolomitas
Do aeroporto de Veneza aos Dolomitas
Depois de fazermos o check-out apanhámos o Uber logo à entrada do hotel para o aeroporto de Veneza. Mal chegámos ao aeroporto fomos logo para a zona de aluguer de carros, onde estava já bastante gente e em quase todas as companhias. A nossa companhia era a Noleggiare. Quando chegámos tínhamos 3 pessoas à nossa frente e acabámos por estar cerca de meia hora à espera para ser atendidos. No entanto, tudo foi rápido quando chegou a nossa vez e em menos de nada fomos buscar o carro que nos tinha calhado.

Para chegar aos Dolomitas tínhamos duas opções, não pagar portagens e passar pelas várias terrinhas ou ir pela autoestrada e pagar portagens (8.5 euros de Veneza a Belluno). O trajecto pela autoestrada era cerca de 45 minutos mais rápido. A decisão foi feita em menos de nada, para os Dolomitas íamos pela autoestrada, mas na volta passaríamos pelas várias cidades uma vez que teríamos mais tempo. Entre o aeroporto e Cinque Torri, onde íamos primeiro parar antes de irmos para San Cassiano, onde ficaríamos alojados, levou-nos quase 3 horas.
Cinque Torri
Como nesta altura do ano (início de junho) o Rifugio 5 Torri está fechado, pudemos conduzir até perto deste Rifugio e deixar o carro a cerca de 10 minutos dos cinco picos montanhosos, os quais se dá o nome de Cinque Torri. Não é possível fazer o percurso desta maneira quando este Rifugio está aberto, normalmente entre meados de junho até setembro, já que a estrada que sobe a montanha é fechada. Na época alta, a maneira mais fácil de chegar ao topo é apanhar o teleférico em Cortina d’Ampezzo. Aliás a estrada estar aberta quando cá estivemos foi uma das vantagens mencionadas sobre visitar os Dolomitas na época baixa.

Cinque Torri ou as cinco torres foi o local que nos deu as boas-vindas aos Dolomitas. E ficámos logo apaixonados. Para além das paisagens brutais também há uma particularidade no Cinque Torri, o de ser um museu aberto sobre a Primeira Guerra Mundial. Foi nas Cinque Torri que entre 1915 e 1917 se estabeleceu parte do exército italiano usando este local como posto de artilharia. Hoje em dia podem-se visitar as conservadas trincheiras, bunkers e ‘armazéns’ de artilharia e ficar a conhecer as condições onde os militares viviam.
Para conhecer estes locais ao vivo é possível escolher um dos 4 trilhos nas Cinque Torri, onde nas várias paragens se encontram explicações e informações detalhadas daquele período da história. A diferença dos trilhos é a distância e por isso também a duração:
- M5a – Trincea alta – aproximadamente 20 minutos
- M5b – Sentiero delle trincee – aproximadamente 30 minutos
- M5c – Giro delle 5 Torri – aproximadamente 2 horas
- M5d – Sentiero del lago – aproximadamente 2 horas

A nossa ideia inicial era fazer o trilho Giro delle Torri que passa pelos pontos relevantes da Primeira Guerra Mundial e depois dá a volta às 5 torres. E adorava pôr aqui o mapa deste trilho. Mas digo-vos que depois de várias tentativas não conseguimos dar com o trilho. Mesmo olhando para o mapa que estava junto a um dos tais bunkers não conseguimos perceber por onde avançar. E em minha defesa não fomos os únicos. Até fizemos conversa com um rapaz que andava a tentar fazer o mesmo, mas nenhum de nós teve sorte. Depois de algumas idas e vindas por caminhos que nos pareciam trilhos, mas que acabavam por não ter seguimento decidimos ficar por ali perto do Rifugio Scoiattoli (que também estava fechado) a 2255 metros de altitude. Acabámos por visitar alguns dos locais sinalizados, mas não demos à volta às Cinque Torri.
Por isso em baixo deixo o mapa do trilho encurtado que fizemos em Cinque Torri. Infelizmente o Google Maps não reconhece os trilhos apenas a estrada principal o que faz as direcções sejam ainda mais difíceis de seguir.

Pequena descrição do percurso:
Estacionámos o carro perto do Rifugio 5 Torri (ponto A) e subimos o trilho de terra que ia ter a um cruzamento (ponto B). Aqui virámos à esquerda até ao próximo cruzamento (ponto C) de onde se via o Rifugio Scoiattoli. Virámos neste cruzamento à direita (as Cinque Torri ficavam à nossa direita até ao ponto panorâmico (ponto D). Fomos descendo e seguindo os caminhos de terra e escadas, passámos por vários locais da Primeira Guerra Mundial (Ponto E). Depois subimos até ao Rifugio Scoiatolli (ponto F) e seguimos pela estrada principal até chegar ao cruzamento (Ponto G). Aqui virámos à esquerda e descemos pela estrada larga de volta ao Rifugio 5 Torri.
Foi aqui que pela primeira vez estive num local com neve, mas com calor suficiente para andar de manga curta. Meio estranho para o cérebro conseguir fazer sentido nisto. Mesmo assim sem fazermos o trilho que queríamos ainda passámos duas horas a explorar a zona. Por isso se calhar até foi bom não termos feito o trilho Giro delle Torri o qual provavelmente nos levaria mais outras duas horas (quando o finalmente tivéssemos encontrado).
Passo Falzarego
Quando saímos do Cinque Torri já passava das 4 da tarde e ainda tínhamos uma paragem antes de San Cassiano, o parque de estacionamento de Passo Falzarego. A ideia era estacionar o carro e depois andarmos até ao ponto panorâmico em Passo Valparola. Sem sabermos inevitavelmente teríamos de parar aqui – não bem no parque de estacionamento que era pago, mas do outro lado da estrada, na terra batida. Esta zona entre Passo Valparola e Passo Falzarego fica num entroncamento e foi onde vimos o sinal a informar que o Passo Valparola estava fechado. O que nos deixou meio consternados, já que essa era a estrada que nos levaria até San Cassiano.

Aproveitando que já ali estávamos e para confirmar se não podíamos mesmo passar por aquela estrada fomos beber uma cerveja ao café-bar Passo Falzarego. Enquanto pagávamos foi-nos confirmado que a estrada estava fechada até meados de junho e que tínhamos de seguir por Passo Falzarego. Infelizmente isto fez que a nossa viagem de 20 minutos passasse a ser de 1 hora. Por isso digo que se calhar até foi uma sorte não termos feito o trilho em Cinque Torri. São males que vêm por bem, como diz o ditado. Foi assim que depois de estarmos sentados um bocado à esplanada maravilhados com a paisagem e consternados com a alteração de planos, seguimos caminho. Não antes sem pararmos junto à Cappella della Visitazione. Com isto chegámos a San Cassiano já às 6 e meia da tarde.


Quando começarem a procurar por locais a visitar nos Dolomitas vão com certeza encontrar mencionados estes ‘Passo’, que são as estradas onde as paisagens são simplesmente magníficas. O que é verdade, conduzir nestes trechos de estrada deu-nos realmente paisagens de abrir a boca, mas também são estradas de curvas e contracurvas. Por isso bonito, mas atenção na estrada.
Próximo post (Chegada a San Cassiano nos Dolomitas)
No próximo post falaremos das primeiras impressões de San Cassiano e da nossa experiência na Pensione Edelweiss. Também falaremos do restaurante onde fomos jantar perto de San Cassiano e de como gostámos tanto que voltámos lá uma segunda vez.
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