Índice deste post
- Plaza de España
- Parque de María Luisa e Museo de Artes y Costumbres Populares
- Restaurante Mesón Las Migas
- Churros à noite no Kukuchurro
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No último post sobre esta viagem de uma semana ao sul de Espanha, falámos da nossa visita a vários locais importantes em Sevilha como a catedral, a Giralda, o Real Alcázar e a Torre del Oro. Também falámos de churros com chocolate porque afinal experimentar as delícias locais é também uma das razões que nos motiva a viajar. Neste post vamos falar de um final de tarde de sonho e de um restaurante bastante tradicional onde experimentámos pratos que nem todos os restaurantes oferecem.
Plaza de España
Muitos de vós, tal como eu, já viram muitas fotografias da Plaza de España em Sevilha e é difícil não ficar com vontade de conhecer esta praça, os muitos azulejos coloridos que formam um semicírculo, as duas torres, as pontes e o canal onde barquinhos passam languidamente. Pois foram exactamente estas fotografias que nos levaram a querer visitar Sevilha.
Depois do nosso passeio junto ao rio e paragem rápida para admirar a Torre del Oro fomos para a Plaza de España para visitar este local sob a luz dourada do pôr-do-sol. Pelo caminho ainda parámos junto ao Palacio de San Telmo, um edifício magnífico do estilo barroco, construído entre 1682 e 1734. O interior do edifício não pode ser visitado sendo este é o edifício oficial do governo de Andaluzia.


Depois de tirarmos algumas fotografias à fachada do Palacio de San Telmo seguimos caminho parando naquela que acabaria por ser o ponto alto (pelo menos para mim) de Sevilha, a Plaza de España. Porque se as expectativas eram altas, este lugar conseguiu superá-las.
É incrível a majestosidade deste lugar, as torres altas, as pontes pitorescas que passam por cima do canal e os muitos azulejos coloridos. Tudo isto formou uma atmosfera sonhadora especialmente criada pela luz dourada do entardecer e ao mesmo tempo vibrante devido ao flamenco que se tocava e a dançarina que batia com força os sapatos no chão ao som da música.
Falando um pouco das origens desta praça, ela foi construída como atracção principal na Exposição Ibero-Americana em 1929. Não confundir com a Exposição Universal que decorreu no mesmo ano, mas em Barcelona, esta de maiores dimensões, onde curiosamente também foi construída uma praça de Espanha para o evento do qual falamos na nossa página sobre a viagem a Barcelona e Gavà.
A praça de Espanha em Sevilha foi arquitectada por Aníbal González construída em semicírculo com um diâmetro de 200 metros e com mais de 7000 azulejos. A sua forma semicircular representa a paz da cidade para com as suas colónias e províncias. De cada lado da praça foi construída uma torre que pelo que li foram bastante discutidas na época por terem quase a mesma altura da torre da catedral, a Giralda.

Pôr-do sol na Plaza de España em Sevilha
O mais impressionante e o mais conhecido são os bonitos conjuntos de azulejos que cobrem a praça. No total, existem 48 balcões, se assim se podem chamar e cada um representa uma província espanhola, organizados em ordem alfabética. Cada um destes balcões tem um conjunto de azulejos que para além do nome e escudo da província tem uma imagem associada ao local que representa. Também nesta praça encontram-se 4 pontes e cada representa um reino de Espanha: Aragão, Castela, Leão e Navarra. A toda à volta passa um canal de água onde corre o rio Guadalquivir e onde se pode passear por ele num barco alugado a remos.

Para quem passa aqui de visita e vê esta praça como está hoje não encontra o menor indício de que esta praça foi alvo de vandalismo durante muitos anos, afinal havia quem achasse que levar um azulejo para casa era uma das melhores recordações. Felizmente houve um grande projecto de restauro em 2010 que trouxe esta praça de volta ao seu esplendor.
Parque de María Luisa e Museo de Artes y Costumbres Populares
A Plaza de España fica no Parque de María Luisa, o maior jardim e por sinal o mais bonito da cidade. O jardim pertencia originalmente ao palácio de São Telmo, no entanto foi doado à cidade em 1893 para assim se puder criar um grande jardim público. Para além de ser um jardim de grandes dimensões também se encontram aqui várias esculturas e fontes. Há também outro local que encontrámos no meio deste jardim, o ‘Museo de Artes y Costumbres Populares de Sevilla’ que às 7 da noite ainda estava aberto. Ainda por cima a entrada era gratuita (para os europeus).


O edifício exterior de estilo mudéjar, um estilo que viemos a conhecer durante esta viagem, foi projectado pelo mesmo arquitecto da Plaza de España, Aníbal González, também este para a exposição Ibero-Americana de 1929. No seu interior, tal como o nome indica, há vários salas com peças do quotidiano de diferente épocas, incluindo peças de tecido, peças de loiça e de ferro.
O museu está aberto de terça a domingo encerrando às segundas. O seu horário de abertura é entre as 9 da manhã e as 9 da noite, sendo domingo a única excepção fechando neste dia às 3 da tarde.

Se estiverem interessados em saber mais sobre este museu visitem o website oficial em https://www.museosdeandalucia.es/web/museodeartesycostumbrespopularesdesevilla.
Restaurante Mesón Las Migas
Para o nosso jantar quisemos ir até ao restaurante de comida tradicional, o Mesón Las Migas. Escolhemos este restaurante porque eu queria experimentar um prato típico da região, as Migas Extremeñas, e em vários locais tinha lido que este era o melhor restaurante para o fazer. E depois de olharmos para o menu encontrámos outro prato tradicional que apesar de ser típico da cozinha espanhola, não consta frequentemente nos menus dos restaurantes da cidade. O prato chama-se Menudo de Ternera e é feito com carne de vaca e também estômago. Sim, não me enganei, tem mesmo estômago de vaca.

O restaurante não fica no centro da cidade por isso ainda tivemos de andar meia hora desde o parque de María Luisa até ao restaurante. O restaurante abre às 8 da noite, mas descobrimos que às 8 o restaurante ainda está a abrir. Chegámos pouco depois das 8 e ainda estavam a colocar as mesas e cadeiras de plástico na esplanada e não estavam ainda a receber clientes. Para passar o tempo fomos ao café que ficava no fundo da estrada, o El Condado II, para aproveitar o tempo livre e beber uma cerveja.
Depois das 8 e meia voltámos então ao restaurante e aí sim já dava para entrar e pedir uns petiscos. Aliás este restaurante é especializado em tapas, pequenos pratos para dividir. Por isso decidimos pedir 4 diferentes tapas para partilhar entre nós os dois. Chegou-nos assim à mesa uma porção de salmorejo (sopa fria), migas extremenãs (pão frito com presunto), menudo de ternera (guisado de carne e estômago de vaca) e torta de la serena (pão com queijo e geleia).

De todos os pratos o que menos se gostou foi a torta de la serena. Agora em relação ao ‘elephant in the room’, o prato mais estranho, o menudo de ternera – eu não consegui comer, nem sequer experimentar. Epá tudo o que seja entranhas faz-me um bocado confusão. No entanto, o meu marido diz e continua a dizer que foi das melhores coisas que comeu durante toda a viagem. Mas nem o seu grande entusiasmo conseguiu-me convencer a provar – também foi da maneira que ele comeu mais. A sopa, o salmorejo, era bom, mas talvez tenha sido o mais fraco da viagem. Depois de comer esta sopa todas as noites havia alguma que ia ficar com menos favoritismo e acho que foi a sopa deste restaurante. Mas gostei das migas, a razão para termos vindo aqui, com um bom sabor a alho e azeite, que em Espanha é de grande qualidade. Acho que nunca me apercebi tanto da diferença que um bom azeite pode fazer na comida como durante esta viagem.
Outra razão que nos trouxe a este restaurante foram os preços – cada tapa andava à volta dos 3 euros o que é muito barato para os preços normais de Sevilha.

O restaurante não tem website oficial, mas fica aqui a morada para verem se conseguem também experimentar este restaurante durante a vossa viagem a Sevilha: C. Poeta Manuel Benítez Carrasco, n° 14, 41013 Sevilla.
Churros à noite no Kukuchurro
Depois do jantar voltámos para o centro da cidade, agora já de noite. Passámos de novo pela catedral e pela bela Giralda e antes de voltarmos para o nosso quarto, apeteceu-me comer algo doce. Afinal não tínhamos comido sobremesa (disse eu a mim mesma como se isso fosse desculpa) e depois de uma rápida pesquisa encontrei este local ainda aberto a esta hora mais tardia, o Kukuchurro.
Mas em minha defesa quando chegámos havia gente a fazer o mesmo, por isso 10 horas da noite ainda é uma hora aceitável para comer churros. Pedimos uma porção de churros para dividir que vinha juntamente com o tradicional molho de chocolate. A porção continha 5 churros bem grandinhos que nos custou 6 euros.


Comparando estes com os que experimentámos no início da tarde no Bar El Comercio estes eram muitos melhores. É engraçado que quando comparo as fotografias que tirei dos churros nos dois locais até diria o contrário. No entanto, tanto os churros como o molho de chocolate eram melhores e claro que fui muito mais satisfeita para o quarto do hotel. Nada como boa comida para deixar uma pessoa feliz.
Para saberem mais sobre o Kukuchurro vejam o website oficial em https://kukuchurro.com/
Mas churros à parte, este primeiro dia em Sevilha foi fantástico, começou com algum frio porque havia uma vaga de frio que durou praticamente toda a semana em que estivemos em Espanha e nessa manhã as temperaturas rondavam 1ºC. Mas depois de uma rápida mudança de roupa entre a visita à catedral e ao Real Alcázar, o dia foi melhorando cada vez mais. Como se diz, não há mau tempo, há má escolha de roupa. E aquele pôr-do-sol na Plaza de España foi uma experiência especial da qual guardarei memórias com muito carinho.
Próximo post
No próximo post vamos falar do último dia desta viagem. Depois de quase uma semana a explorar o sul de Espanha eis que chegava o ‘quase’ fim. Mas não pensem que por ter sido o último dia que não havia ainda muito para ver. Aliás, algumas das melhores experiências aconteceram exactamente no último dia. E falarei de tudo nas próximas semanas.