Índice deste post
- Chegada a Sevilha
- The Honest Hotel & Apartments
- Primeiro passeio por Sevilha
- 100 Montaditos
- O desejo por algo doce
- Pequeno-almoço no hotel
- Capilla de San José
- A desnecessária tortura dos cavalos
Chegada a Sevilha
Depois de ficarmos a conhecer Ronda e Córdoba nos últimos dias, eis que chegávamos à última cidade do nosso itinerário, Sevilha. Depois de uma viagem de comboio que demorou menos que uma hora, saímos na estação Santa Justa já depois das 5 e meia. Infelizmente já só tínhamos uma hora e pouco antes de anoitecer. Afinal, mesmo o dia sendo mais longo em Espanha do que em Inglaterra, continuava a ser meados de janeiro.

E metade do tempo que tínhamos antes de anoitecer era para chegar ao hotel onde íamos ficar no centro da cidade, The Honest Hotel & Apartments. Ainda eram uns 45 minutos a andar, mas assim também tínhamos oportunidade de ficar com as primeiras impressões de Sevilha, pois àquela hora já não dava para muito mais. O que mais me ficou na memória foram as Setas de Sevilha, a famosa estrutura em forma de cogumelo mais conhecida pelo seu miradouro, na qual reflectia a luz dourada do pôr-do-sol àquela hora.
The Honest Hotel & Apartments
Chegámos ao hotel, fizemos o check-in e pagámos pela estadia como era esperado, que por três noites com pequeno-almoço incluído ficou a pouco mais de 300 euros. Tínhamos feito a reserva no Booking.com e escolhido pagar no local. O que já nos tínhamos esquecido é que também tínhamos escolhido incluir na reserva o pequeno-almoço, mas na altura nem ligámos muito, afinal era menos uma coisa para ter de escolher de manhã. Mas dos pequenos-almoços falarei mais tarde.
O hotel é ‘quirk’ (peculiar) mas no bom sentido. Quando chegámos ao quarto este era bastante mais pequeno que o do hotel ibis Styles Sevilla City Santa Justa, o primeiro hotel onde ficámos na primeira noite em Sevilha, antes de irmos para Ronda, mas muitos diriam que este tem muito mais carácter. Havia algumas peculiaridades do quarto que gostava de apontar; uma delas era a porta da casa-de-banho que era de vidro, sim era vidro fosco, mas mesmo assim vidro. Portanto, privacidade era zero. Depois não dava para termos as cortinas abertas, ou melhor dava, mas a nossa janela ficava directamente para o do quarto em frente, por isso ou baixava-se ainda mais o nível de privacidade com a possibilidade de partilha com os vizinhos ou então as cortinas tinham de ficar fechadas.


Não me interpretem mal, o hotel é limpo, giro, e mesmo sendo um espaço apertado, o quarto serviu para o seu efeito. E o hotel estava numa localização espectacular para visitar a cidade. Apenas estou a dizer que não era perfeito.
No final, comparando os dois hotéis, gostei mais do ibis Styles Sevilla City Santa Justa do qual falei na parte sobre os preparativos desta viagem, não só do quarto, mas também do serviço, da maneira como fomos atendidos e do pequeno-almoço. Mas, sobre a localização este ganha.
Primeiro passeio por Sevilha
Antes de irmos jantar quisemos primeiro dar uma volta por Sevilha. E apesar de já ter anoitecido a cidade vibrava de gente. Acabámos por ir passear junto ao canal de Alfonso XIII entre duas pontes, el Puente de Isabel II, também conhecida por Puente de Triana e el Puente de S. Telmo. Os edifícios iluminados e a sua luz a refletir no canal, tornaram este passeio quase idílico. Quando chegámos à Puente de S. Telmo, que fica ao lado da Torre del Oro, virámos para o centro de histórico onde vimos pela primeira vez a famosa torre, La Giralda, que faz parte da catedral de Sevilha.

100 Montaditos
Para jantar quisemos algo simples e rápido. Parecendo que não estávamos cansados do dia passado em Córdoba e da viagem de comboio. Como isto era uma quarta-feira e como o meu marido nunca tinha experimentado esta franchise fomos ao 100 Montaditos que ficava a menos de 5 minutos das Setas de Sevilha.
Para quem não sabe, 100 Montaditos é uma franchise de restaurantes espanhola e que já chegou a Portugal. A sua especialidade são pequenas sandes, os montaditos, que é o equivalente aos ‘bocadillos’ no Bar Bocadi em Córdoba. As variedades de recheios para as sandes são imensas e o difícil é mesmo escolher. Também há outras tapas como por exemplo batatas fritas com queijo e bacon, nachos, croquetes, entre outros.

Os melhores dias para vir é sem dúvida à quarta-feira e ao domingo, dias em que eles têm uma promoção em que cada montadito custa 1 euro e 2 euros se se pedir tapas para partilhar. Outra coisa que é bastante barata é a cerveja, a caneca por exemplo custa 2 euros e o copo normal 1,50 euro, as chamadas Sancho e Quijote respectivamente. Estes são preços que dificilmente se encontram em outros restaurantes da cidade.
Para pedir as sandes, vai mesmo depender do gosto de cada um, porque a escolha é mesmo imensa. Nós gostámos particularmente do montadito ‘Salón ahumado y crema de queso Camembert’ que era com salmão fumado e queijo Camembert. Também pedimos umas batatas fritas com 4 molhos para partilhar entre nós os dois. Como disse um jantar simples e rápido.
O desejo por algo doce
Depois do jantar, eram agora 9 e pouco, apetecia-me um docinho. Tal como aconteceu em Ronda, a esta hora a maior parte das pastelarias ou gelatarias a caminho do hotel já estavam fechadas. Foi por isso que fomos a um supermercado aberto perto do hotel onde comprámos as bolachas Chapelas da Dulcesol.

E assim acabámos o dia sentados na nossa cama a comer umas bolachinhas enquanto confirmávamos o nosso itinerário para o dia seguinte.
Pequeno-almoço no hotel
Bem, começo por avisar que não vai ser uma boa review sobre o pequeno-almoço. Acordámos no dia seguinte por volta das 8 e pouco e ainda não eram 9 horas quando fomos buscar as caixas do nosso pequeno-almoço. Porque o pequeno-almoço neste hotel não é em formato de buffet é-vos antes dada uma caixa que vão buscar à recepção do hotel. Seguindo aquilo que nos foi entregue o pequeno-almoço inclui uma sandes, um sumo de laranja, um iogurte, uma maçã, um chocolate, um donut e uma espécie de pastel.
Nós trazíamos as caixas para o nosso quarto e só no último dia é que reparei que havia uma salinha ao lado da recepção onde havia uma máquina de café e mesas onde nos podíamos sentar. Teria sido simpático se a recepcionista nos tivesse falado desta sala na primeira manhã quando fomos buscar as caixas, mas pelos vistos o sistema é que o cliente é que deve perguntar.


Mas vamos esquecer esse pormenor e focar-nos no conteúdo de cada caixa, que por acaso não é mantida no frigorífico e fica à temperatura ambiente durante toda a noite, desde que é recebida até quando o hóspede a vai buscar. Por isso, esperem um iogurte meio morno. A sandes era o melhor, mas a melhor foi mesmo a do primeiro dia que levava presunto, e nos dois dias seguintes levámos com a mesma que era a pior. Depois os bolos, bem os donuts não tenho nada a dizer, agora aquele pastel, sabia a ranço, mas quando digo a ranço de um nível não comestível. Portanto, foram 14 euros por um sumo de laranja, uma sandes, um donut e uma maçã. Ah e vá, um chocolate muito pequenino. A sério não vale a pena, se ficarem neste hotel, fiquem não digo que não, mas NÃO peçam o pequeno-almoço. Nas fotografias que podem ver aqui até que nem tem mau aspecto, mas acreditem, não vão por aí. Em qualquer padaria ou pastelaria da zona ficarão mais bem servidos e por melhor preço.
O quanto eu me lamentei por não estar a tomar o pequeno-almoço no hotel ibis, que foi sem sombra de dúvida o melhor da viagem. Eu disse que não ia ser uma boa review, mas é para não evitar mais gente ficar desapontada como nós ficámos.
Capilla de San José
Depois do pequeno-almoço começámos o nosso primeiro dia a explorar Sevilha. Uma das coisas que nós ficámos a saber era que às 9 e meia estávamos prontos para visitar a cidade, mas a cidade não estava pronta para a visitarmos. Ou abria tudo às 10, ou como a catedral de Sevilha, que queríamos visitar durante a manhã, às 11. Como estava tudo fechado, até as igrejas que tínhamos posto no itinerário, andámos um bocado pelas ruas do centro histórico e acabámos por entrar numa igreja que estava aberta, a Capilla de San José. Não constava no itinerário, mas a partir daquele momento em que a porta estava aberta passou a constar.


Afinal, apesar de não a termos no itinerário o que encontrámos foi um exemplo magnífico do estilo barroco. Esta capela começou a ser construída em 1701 a mando da Hermandad del Gremio de Carpinteros de lo Blanco, tendo sido esta anexado ao hospital pertencente à mesma irmandade. No interior desta capela encontram-se verdadeiras obras de arte incluindo os retábulos e pinturas. A abóbada desta capela desabou parcialmente depois de um incêndio em 1931, incêndio esse que danificou várias partes do edifício. Desde 2017 tem havido um esforço enorme de restauro para recuperar as obras de arte que foram perdidas pelo fogo.
A desnecessária tortura dos cavalos
Depois da visita a esta capela, começámos a chegar-nos para perto da catedral apesar de ainda faltar um bom bocado para as 11 horas, a hora em que a catedral abria. No entanto, havia já uma grande fila à frente do portão principal. Enquanto estivemos aqui à espera fomos reparando que chegava mais e mais carruagens puxadas por cavalos, todos alinhados uns ao lado dos outros. Isto para os turistas que visitam Sevilha. Mas é mesmo necessário uma tortura destas para os animais? Os cavalos passam ali horas sem se mexerem, sem água, sem comida, ao frio. Porque apesar de tudo aquele era um dia muito frio com temperaturas a rondar os 1-2 graus. E via-se que alguns dos cavalos estavam em aflição, havia um que se fartava de mudar de perna para puder descansar a outra. A sério uma coisa de partir o coração.
E isto é mesmo necessário? Ganha-se alguma coisa com isto? O que interessa uma viagem pela cidade na porcaria de uma carruagem quando se sabe que o animal esteve ali horas parado a sofrer? Se isto é assim no Inverno, imagino o pior no Verão. Se escrever isto aqui vale de alguma coisa, que valha para alertar nós turistas a evitar participar ou contribuir para este tipo de tortura.
Para o próximo post
Pronto, termino o post com esta nota de consciencialização, valha o que valer. Nas próximas semanas vamos falar de dois locais importantíssimos em Sevilha; a Catedral de Sevilha e a sua famosa torre, La Giralda, e o Alcázar Real de Sevilha. Falaremos também de churros e de um pôr-do-sol incrível na Plaza de Sevilha.