


Índice desta página
- Chegar a Córdoba a partir de Ronda
- Primeiro dia em Córdoba
- Apartamento El balcón de la Trinidad Córdoba
- Centro histórico de Córdoba
- Calleja de Los Ángeles e Calleja de las Flores
- Plaza de la Corredera
- Templo Romano de Córdoba
- Iglesia de San Francisco e de San Eulogio de la Axerquia
- Bodegas Mezquita (Cruz del Rastro)
- Torre de la Calahorra
- Puerta del Puente
- Pátios Cordobeses
- Plaza de las Tendillas
- La Gloria
- Iglesias de la Rota Fernandina
- Taberna Casa Bravo
- Segundo dia em Córdoba
- Incluir Córdoba no itinerário de viagem
- Pequeno-almoço no Café Trinidad
- Sinagoga de Córdoba
- Mezquita-Catedral de Córdoba
- Baños del Alcázar Califal
- Alcázar de los Reyes Cristianos
- Real Jardín Botánico de Córdoba
- Estátua ‘La Regadora’
- Palácio de Viana
- Iglesia de Santiago
- Centro Comercial El Arcángel
- Jantar em formato de tapas caseiras
- Terceiro dia em Córdoba (1/2 dia)
Chegar a Córdoba a partir de Ronda
Segunda-feira era o dia em que íamos trocar Ronda por Córdoba. Para chegar a Córdoba de Ronda tínhamos algumas opções. A nossa escolha dependeu de três factores; não chegar muito tarde a Córdoba para pudermos ainda visitar a cidade naquele dia, evitar muito tempo em viagem e o preço dos bilhetes.
A opção mais rápida e simples era apanhar o comboio que fazia a travessia directa entre Ronda e Córdoba. No entanto, esse comboio era só às 5 e meia da tarde e já chegávamos a Córdoba depois das 7. Apesar de termos adorado Ronda, já tínhamos visto aquilo que queríamos e portanto esta opção foi excluída.

O percurso que decidimos fazer foi o seguinte: primeiro apanhar o comboio em Ronda até à estação Antequera-Santa Ana e depois aqui apanhar o comboio para Córdoba. A viagem demoraria no total cerca de duas horas e meia. Tínhamos dois horários possíveis, apanhar o comboio em Ronda às 7:47 ou ao 12:34. Apesar da hora mais tardia ser mais apelativa, pois assim podíamos tomar o pequeno-almoço de manhã e talvez ainda dar um passeio de despedida, acabámos por escolher o das 7:47. O porquê? O preço dos bilhetes dos comboios; enquanto que a viagem de manhã cedo ficou-nos a 13 euros e qualquer coisa por pessoa, o do meio-dia ia ficar perto dos 30 euros.
Foi por isso que na segunda-feira de manhã acordámos bem cedo e às 7 e meia já estávamos a chegar à estação de comboios de Ronda. Comprámos os bilhetes do primeiro comboio na segunda-feira de manhã, não na noite anterior em caso de não acordarmos a tempo, e depois os bilhetes para Córdoba na estação de Antequera-Santa Ana. Como havia uma diferença de meia hora entre a chegada de um e a partida do outro comboio não houve problemas em fazer assim.

Da viagem só posso dizer que correu tudo bem, ambos os comboios chegaram a horas e apesar de a paisagem não ter sido tão surpreendente como a que foi na viagem entre Sevilha e Ronda, valeu a pena não adormecer e ir a olhar pela janela durante o percurso. Para dizer a verdade a viagem acabou por passar num instante e às 10 e pouco da manhã já estávamos em Córdoba.
Primeiro dia em Córdoba
Apartamento El balcón de la Trinidad Córdoba
Como sabíamos que íamos chegar à cidade bastante mais cedo do que a hora do check-in, já tínhamos contactado no dia anterior o senhorio do local onde íamos ficar em Córdoba. Foi ainda melhor do que esperávamos, não só nos deixou pôr as malas no apartamento mais cedo, como pudemos fazer o check-in quando chegámos de manhã, sem os problemas que tivemos no Hotel Colón em Ronda.


O apartamento em que ficámos, o apartamento El balcón de la Trinidad Córdoba, foi uma muito boa escolha. Óptima localização, apartamento renovado, moderno, espaçoso e limpo. E ao contrário do esperado neste tipo de acomodação, este também incluía pequeno-almoço que era no café que ficava à entrada do prédio, o café Trinidad. O senhorio tinha-nos deixado 4 cartões, um por pessoa e por dia, os quais entregávamos de manhã ao dono do café em troca do pequeno-almoço.
Centro histórico de Córdoba
Livres das nossas malas, fomos fazer o primeiro reconhecimento de Córdoba. Como disse acima, a localização do apartamento era excelente, a menos de 5 minutos do centro histórico. Mas no fundo Córdoba é uma cidade bastante pequena onde se vai a qualquer lugar a pé sem grande esforço.

Eu confesso que nunca tinha tido curiosidade em visitar Córdoba e por isso não tinha expectativas sobre o que viria encontrar. A minha ideia de Córdoba era uma página em branco. Mas o que viemos a conhecer foi uma cidade super gira, cheias de ruazinhas, cantos e recantos muito pitorescos e mesmo sendo janeiro, muitos desses cantos e recantos estavam decorados com pequenos vasos de flores pendurados nas paredes. Rapidamente percebemos que isto faz parte da arquitectura tradicional Cordobesa, mais conhecida por pátios cordobeses. Este tipo de decoração dos pátios, os espaços exteriores que ficam como que escondidos no meio de vários tipos de construções, incluindo casas, arcos e outros edifícios, teve origem durante o período de Al-Andalus (711-1492). Este é o mesmo período sobre o qual falámos quando visitámos Ronda e as ruínas da cidade hispano-muçulmana.
Estes pátios assim construídos tal como as ruas estreitas tinham o objectivo de baixar a temperatura sentida no solo durante os meses de Verão, altura em que a temperatura ultrapassa facilmente os 40ºC. Este tipo de arquitectura é de tal forma eficaz que a temperatura no solo pode ser de quase menos 10 graus do que na atmosfera. Os pátios cordobeses foram nomeados como ‘Património Cultural Imaterial da Humanidade’ pela UNESCO em 2012.
Durante as duas primeiras semanas de maio, em Córdoba, realiza-se o Festival de los Patios Cordobeses onde as pessoas abrem ao público os pátios das suas casas decorados a rigor. Esta competição existe desde 1921 e durante esta altura em maio podem-se ver verdadeiras obras de arte em jardinagem.
Calleja de Los Ángeles e Calleja de las Flores
Apesar de não termos visitado Córdoba durante o festival em maio, encontrámos mesmo assim muitas ruazinhas decoradas a rigor. Duas das ruas que vale a pena mencionar é a Calleja de Los Ángeles, a qual visitámos por acaso quando estávamos de passagem e a Calleja de las Flores que é possivelmente a mais conhecida, até porque foi várias vezes mencionada como a rua mais bonita de Córdoba. Nesta ruazinha, depois de se passar por baixo do arco, chega-se a um pequeno pátio sem saída. Se olharmos para a entrada da rua conseguimos vislumbrar a torre da famosa Mezquita-Catedral de Córdoba.


Vale imenso a pena tirar algum tempo para passear pelo centro histórico de Córdoba. Houve umas ruas que nos encantaram mais outras menos, mas tudo muito bonito. Não é de admirar que o centro histórico de Córdoba tenha sido nomeado ‘Património da Humanidade’ pela UNESCO em 1994.
Dentro do centro histórico não tínhamos nenhum itinerário definido, apenas o nome de algumas ruas por onde passar, e depois de andarmos por ali durante um bocado acabámos num pátio cheio de laranjeiras. Ficámos a saber que é neste pátio que fica a entrada da Mezquita-Catedral de Córdoba, a qual iríamos visitar no dia seguinte. Este pátio chama-se Patios de los Naranjos e é fácil perceber a origem do seu nome.
Plaza de la Corredera
Já começando a desviar-nos do centro histórico passámos por esta praça, a Plaza de la Corredera. Hoje em dia este espaço é partilhado por várias lojas e restaurantes, mas na idade média e na época do Renascimento era nesta praça que decorriam as execuções e corridas de cavalos, as quais deram o nome a esta praça. Depois de uma rápida passagem por aqui fomos para o local seguinte, o Templo Romano de Córdoba.

Templo Romano de Córdoba
Da Plaza de la Corredera até aqui foram mais ou menos 5 minutos a pé. E soubemos que chegámos quando vimos as colunas do templo romano, que por esta altura estavam rodeadas por escavadoras. Tal como merece a fama, onde há obras, de que tipo forem, há homens com as mãos atrás das costas, conversando entre si dando certamente a sua opinião de especialista sobre os trabalhos que decorrem. E aqui não foi diferente.

As obras que estavam a decorrer são obras relacionadas com arqueologia, até porque estas colunas que agora estão à vista, foram apenas descobertas em 1950 altura em se iniciaram os trabalhos de extensão do edifício da câmara municipal. E, portanto, espera-se encontrar nesta área outros artefactos daquela época. Este templo do século I era dedicado ao Imperador e originalmente tinha um palco elevado com 6 colunas coríntias à entrada.
Iglesia de San Francisco e de San Eulogio de la Axerquia
Enquanto passeávamos pelas ruas, agora já a pensar onde ir comer qualquer coisa, vimos esta igreja, a Iglesia de San Francisco e de San Eulogio de la Axerquia, e decidimos entrar. Não pensem que não tínhamos um itinerário planeado para este dia, mas realmente fica tudo muito perto. Para vos dar uma ideia saímos de casa pouco antes das 11 e visitámos tudo do que tenho falado em apenas 2 horas.
Quando entrámos na igreja perguntaram-nos se tínhamos comprados os bilhetes para visitar a Mezquita-Catedral de Córdoba, pois com esses bilhetes tínhamos acesso gratuito a todas as igrejas que faziam parte da Rota das Igrejas Fernandinas. Foi-nos também dado um mapa, o qual podem ver abaixo, com todas as igrejas que podíamos visitar. Não será preciso dizer que visitámos muitas igrejas enquanto estivemos em Córdoba.

Esta rota é uma homenagem a Fernando III, o Santo, que em 29 de junho de 1236, trouxe de volta o catolicismo a Córdoba. Fernando III era o rei de Castela (1217 – 1252) e rei de Leão (1230 – 1252), e foi durante o seu reinado que reconquistou grande parte do território que pertencia a Al-Andalus. A rota começa na Mezquita-Catedral (ponto número 1 no mapa) que foi construída primeiro como basílica, depois tornou-se mesquita e voltou de novo ao poder cristão após a conquista de Fernando III. Em seu nome foram construídas várias igrejas que podem ser visitadas nesta rota.
Bodegas Mezquita (Cruz del Rastro)
O nosso próximo local a visitar era a Torre de la Calahorra que ficava do outro lado do rio e a caminho ficava o restaurante Bodegas Mezquita, mais especificamente o da Cruz del Rastro onde acabámos por entrar. Existem várias Bodegas Mezquita espalhadas pela cidade, mas escolhemos esta por ser a que estava mais perto. Normalmente aconselha-se a fazer marcação atempada principalmente para jantar, mas para almoço, como nós que viemos à 1 da tarde, não há esse problema. Na verdade, tivemos o restaurante só para nós durante a refeição.


A ideia não era fazermos uma refeição propriamente dita, queríamos mais petiscar vários pratos. E por isso escolhemos 3 pratos diferentes, em tamanho de tapa. Na maior parte dos restaurantes no sul de Espanha, tem-se a 1/2 ração (ración), as tapas, que é mesmo apenas para petiscar. O preço das tapas varia consoante o prato, mas em geral fica entre os 5 e os 6 euros. A ración, que é já o prato, custa em geral entre os 9 e os 14 euros. Repito que o preço é dependente do prato. Neste restaurante até havia três tamanhos, as tapas, as medias e a ración.

Os três pratos que escolhemos foram:
- Berenjenas califales rebozadas con reducción de vino dulce Pedro Ximénez y ajonjolí – beringelas fritas com molho doce: 5.25 euros
- Croquetas de jamón del puchero de la abuela con mayonesa de huevo frito – croquetes de presunto com maionese: 5,70 euros
- Albóndigas Mozárabes en salsa de almendras y azafrán – almôndegas com molho de açafrão: 5,70 euros.
Para acompanhar pedimos uma cerveja artesanal, Bendito Momento, que era bastante boa apesar de termos achado um bocadinho cara. No entanto, era uma coisa da casa e assim também tivemos oportunidade de a experimentar.

Para mim as beringelas e os croquetes ganharam o prémio, enquanto que o meu marido adorou as almôndegas. Apesar de cada preferência, todos os pratos eram muito bons e por isso recomendamos sem dúvidas a Bodegas Mezquita como um local para comer, seja almoçar, petiscar ou jantar.
Torre de la Calahorra
Com os estômagos bem mais aconchegados atravessámos a ponte (Puente de Miraflores) que nos levou até perto da Torre de la Calahorra. Esta torre foi construída no século XIII como fortaleza defensiva no período de Al-Andalus. Também mais tarde, esta torre funcionou como fortaleza quando a cidade passou a estar sob o domínio dos reis de Espanha, o que aconteceu depois da conquista de Fernando III, o Santo.

Em 1931, a torre de la Calahorra foi declarada como Monumento Histórico-Artístico de Córdoba e desde 1985 a torre está sob a mais alta categoria de protecção devido ao seu valor cultural e histórico em Córdoba.
Dentro da torre encontra-se o museu vivo de Al-Andalus, mas nós não o visitámos. Para dizer a verdade até estar aqui a escrever nem sabia que havia um museu dentro da torre. Nós andámos ali à volta da torre, mas não me lembro de ver uma entrada ou de ver alguma sinalização deste museu. Pelas fotografias parece que a entrada é debaixo do arco da ponte romana que liga à torre.

Apesar de não termos visitado o museu andámos ali pela margem junto ao rio Guadalquivir, no Paseo fluvial de la Calahorra, de onde se tem uma vista privilegiada da outra margem incluindo a ponte romana (Puente Romano) e a propriedade Alcázar de los Reyes Cristianos (o qual iríamos visitar no dia seguinte).
Puerta del Puente
Para passar para a outra margem fomos pela ponte romana que nos levou até ao arco feito de pedra clara, a Puerta del Puente. O arco era a entrada sul para a cidade e fazia parte das muralhas que cercavam Córdoba. Nesta altura a Puerta del Puente também era conhecida por Puerta de Algeciras.

No entanto, o arco que ali se encontrava não teve sempre a mesma arquitectura do actual. O arco como hoje o vemos foi remodelado depois da visita do rei Filipe II à cidade em 1570.
Pátios Cordobeses
Mesmo não sendo maio, normalmente estão abertos ao público. Mas infelizmente quando chegámos, às 2 e meia, estavam a fechar para almoço e quando perguntámos quando abriam, a pessoa que lá estava não foi muito acessível. Por isso decidimos não voltar mais tarde. No entanto, é um bairro giro e mesmo assim valeu a pena o passeio.


Se o horário na internet estiver correcto, fecham às 2 e meia e depois voltam a abrir às 5 da tarde. Se a pessoa a quem perguntámos tivesse tido uma atitude diferente talvez tivéssemos voltado, sendo assim não aconteceu.
Plaza de las Tendillas
O próximo local era a Plaza de las Tendillas, que é a praça principal de Córdoba. A arquitectura desta praça é a mesma desde 1921. No meio encontra-se a estátua equestre de Gran Capitán.

Gran Capitán era a alcunha de Gonzalo Fernández de Cordóba que lutou em nome dos reis espanhóis e em nome da religião cristã. Gran Capitán esteve envolvido em várias lutas inclusive contra o reino muçulmano em Granada, contra os franceses defendendo o reino de Aragão e de novo contra os franceses em Itália, a pedido do papa Alexandre VI.
La Gloria
Enquanto estávamos nesta zona da cidade decidimos ir petiscar mais qualquer coisa. Foi assim que nos vimos sentados neste restaurante com uma atmosfera descontraída, quase mais de taberna ou de café do que propriamente de restaurante.
Como não tínhamos muita fome decidimos pedir um prato e partilhar entre os dois. O que queríamos experimentar desde que tínhamos andado a pesquisar sobre pratos tradicionais era o flamequín, que consiste em lombo de porco enrolado em fatias de presunto e depois panado. Estávamos convencidos que íamos adorar. Havia várias versões deste prato neste restaurante, o tradicional ou o especial que se podia escolher com queijo Roquefort, com rabo de Toro ou a versão cordobés. Nós decidimos experimentar o flamequín cordobés.

As expectativas eram altas, mas infelizmente foi uma desilusão. Havia qualquer coisa ali que sabia a ranço. Nós pensámos que era o presunto ou talvez o ovo picado, que parece que faz parte da versão do flamequín cordobés. Foi uma pena, até porque voltámos a experimentar o flamequín, desta vez o tradicional, num restaurante em Sevilha e aí adorámos este prato, tal como esperávamos.
É com muita pena que baseado na nossa experiência, a La Gloria tenha ficado aquém das expectactivas. Até porque o interior do restaurante é super giro e gostámos bastante do ambiente, mas da comida nem tanto.
Iglesias de la Rota Fernandina
Iglesia de Santa Marina, Iglesia de San Augustín y Eglesia de San Lorenzo
Antes de voltarmos para o apartamento para descansarmos um bocado antes do jantar, fomos visitar as igrejas que ficavam perto de onde estávamos, a iglesia de Santa Marina, Iglesia de San Augustín, Iglesia de San Lorenzo e Iglesia del Carmen. As primeiras 3 igrejas fazem parte da rota das igrejas Fernandinas, razão por a qual as escolhemos visitar.



Iglesia del Carmen
A igreja del Carmen foi originalmente o convento da Ordem dos Carmelitas Calçados, a qual se estabeleceu em Córdoba em 1580. Hoje em dia, os edifícios do convento foram transformados e fazem parte da Faculdade de Direito. No entanto, a igreja em si ainda pode ser visitada. Apesar desta igreja não fazer parte da rota das igrejas fernandinas, a entrada á gratuita.
Taberna Casa Bravo
Depois de visitarmos as igrejas e de um dia bastante preenchido que começou bastante cedo voltámos para o apartamento.
A ideia era descansarmos por umas horas antes de irmos jantar. E como já não queríamos andar muito decidimos ir à Taberna Casa Bravo. E que escolha maravilhosa! Aconselho este restaurante, aconselho mesmo muito.


Apesar de termos andando a petiscar durante a tarde às 9 da noite, a hora em que fomos jantar, a fome já tinha voltado. E como era um jantar de aniversário demo-nos o direito a ter entradas, prato principal e sobremesa. E tentámos escolher pratos que ainda não tínhamos provado até então.
Para entradas pedimos:
- Patatas bravas – batatas com molho picante
- Croquetas de punchero – croquetes tradicionais
Para prato principal pedimos uma sopa chamada de Potaje Flamenco de Garbanzos Y Espinacas con Chorizo.

Não sabíamos muito bem o que esperar deste potaje, mas o que nos chegou foi uma sopa deliciosa de grão-de-bico com espinafres, chouriço e outras carnes. O meu marido que disse só queria comer as patatas bravas com os croquetes mandou logo vir também uma sopa para ele. Pedimos meia ración, mas o que nos chegou foi um prato cheio. Nem quero imaginar como seria se tivéssemos pedido a ración! Para sobremesa mandámos ainda vir uma fatia de Pastel Cordobés para dividirmos. O pastel era feito de massa folhada e o recheio sabia a geleia de gila.

Em Córdoba, este foi o melhor restaurante e voltávamos aqui num piscar de olhos. Houve dois restaurantes que gostámos muito nesta viagem, este, a Taberna Casa Bravo, e o restaurante Bodegón Afonso XII onde jantámos na última noite em Sevilha. Não sei dizer qual foi o melhor, ambos estão no topo. Se vierem a Córdoba e se puderem apenas escolher um restaurante, este é sem dúvida a nossa sugestão.
Segundo dia em Córdoba
Incluir Córdoba no itinerário de viagem
Muitas pessoas que vêm visitar Córdoba, vêm apenas por umas horas. É uma daquelas cidades de ‘um dia’. E realmente ir e vir de outra cidade, por exemplo de Sevilha é bastante fácil e rápido. O problema é que um dia não dá para ver tudo. Por outro lado, também acho que mais de dois dias é desnecessário. Nós passámos dois dias e meio em Córdoba e vendo bem as coisas podíamos ter feito tudo em dois dias, incluindo visitar a cidade-palácio Medina Azahara.

Normalmente quem vem a Córdoba por um dia vem conhecer aquilo que nós visitámos neste nosso segundo dia, a Mezquita-Catedral de Córdoba e o Alcázar de los Reyes Cristianos. Sendo ambos os locais mais populares tínhamos comprado os bilhetes com alguma antecedência, o da Mezquita com entrada marcada às 11 horas e do Alcázar à 1:30. Os bilhetes para visitar a Mezquita-Catedral custaram 13 euros por pessoa. A entrada para o Alcázar de los Reyes Cristianos é gratuita, no entanto é necessário marcar hora da visita, o que podem fazer através do seguinte link: https://museosdecordoba.sacatuentrada.es/es/. Nós comprámos os bilhetes que davam entrada tanto para o Alcázar como para os Baños del Alcázar Califal, os quis tiveram um custo de 7.16 euros por pessoa.
Pequeno-almoço no Café Trinidad
Começando o nosso dia era primeiro preciso tomar o pequeno-almoço. Pouco passava das 9 da manhã quando estávamos a trocar os cartões que o senhorio nos tinha deixado pelo pequeno-almoço. O café Trinidad, um café bastante tradicional, estava bastante cheio àquela hora matinal. Na verdade, cada vez que passámos por ali, o café estava sempre com bastante clientela. Devido talvez à sua localização, pois em frente fica a Escola Superior de Arte e Desenho (Escuela de Arte y Superior de Diseño).
Para o pequeno-almoço, eu escolhi café e uma ‘tostada con queso’ enquanto que o meu marido pediu chocolate quente e uma ‘tostada con jamón’. A tostada é basicamente uma torrada. Ambas as ‘tostadas’ vinham acompanhadas com um molho de tomate esmagado para barrar no pão e comer com o queijo ou com o jámon, respectivamente.

Enquanto aqui estivemos reparámos que a ‘tostada con jamón’ era a mais pedida pelos locais. Também vimos que o tomate que ficava no frasquinho se juntava a outros tomates de outros frasquinhos. Mas isto era feito à frente de toda à gente, por isso calculámos que a práctica seja aceite entre os clientes. Também experimentámos pôr o azeite da garrafa que estava na mesa por cima do tomate, e digo-vos que o azeite era de excelente qualidade e que realmente elevou aquela simples torrada.
No dia seguinte, para um pequeno-almoço diferente, pedi uma ‘tostada com marmelada’ que veio também com manteiga. E o que eu descobri – pão com manteiga e marmelada! Eu sei é triste, toda a gente já experimentou, mas pronto eu nunca tinha comido. E acho que de tudo o que comi nesta viagem foi esta mistura que mais me marcou! Se forem como eu e tiveram a perder esta delícia fica aqui a dica e não deixem para quando vierem a Espanha, experimentem hoje mesmo.
Sinagoga de Córdoba
Depois do pequeno-almoço que nem sequer 20 minutos demorou voltámos ao centro histórico da cidade, desta vez para visitarmos a sinagoga de Córdoba que abria às 9 da manhã.


A sinagoga fica no bairro judeu conhecido como la Judería e a sua visita é gratuita. O edifício da sinagoga está anexado à antiga muralha da cidade. A arquitectura no seu interior é de estilo Mudéjar, o qual falámos quando visitámos a Casa del Rey Moro em Ronda. A sinagoga foi construída entre 1314 e 1315 e foi local de prática da religião hebraica até 1492, ano em que os judeus foram expulsos da cidade a mando dos reis católicos de Espanha. Foi apenas em 1876 que os trabalhos de conservação e restauro se iniciaram, e em 1885 esta sinagoga foi declarada Monumento Nacional.


A visita inclui apenas uma sala, a sala das orações, coberta por bonitos e complexos trabalhados esculpidos nas paredes. Pela sala estão espalhados vários pontos informativos a indicar as frases esculpidas nas paredes e o seu significado.
A visita à sinagoga acabou por ser bastante rápida. Em seguida, fomos em direcção à Mezquita-Catedral de Córdoba, aproveitando para passar por outras ruas do centro histórico, as quais não tínhamos visto no dia anterior, incluindo uma ‘Colonia Felina Protegida’ mantida por voluntários.

Mezquita-Catedral de Córdoba
Entrada
Caminhando devagar acabámos por chegar ao bonito Patio de los Naranjos. Apesar de ainda não serem 10 da manhã, a hora em que o edifício abria, já havia muitas pessoas a passear por ali. Como a nossa entrada estava marcada para as 11 perguntámos aos empregados que estavam a vender os bilhetes naquela manhã se podíamos entrar mais cedo. Eles não nos deram certezas, mas disseram para perguntar à entrada quando a mezquita-catedral abrisse.
Às 10 horas, quando abriu a mezquita-catedral lá perguntámos e felizmente deixaram-nos entrar, mas sem faltar o comentário que estavam a deixar-nos entrar bastante mais cedo. Suponho que seja uma das vantagens de viajar em janeiro, como há menos turistas as regras são menos rígidas.

E mal entrámos sentimos logo que estávamos num local cheio de história, um local onde duas religiões muito diferentes viviam lado a lado, a muçulmana e a cristã. Não vou dar aqui uma longa lição de história sobre a mezquita-catedral, apesar de história e cultura associadas a este local ser o que não falta.
Website oficial da Mezquita-Catedral de Córdoba: https://mezquita-catedraldecordoba.es/
Breve história
A origem deste local começa em meados do século VI quando se ergueu a Basílica Visigótica de São Vicente. Ainda há vestígios desta basílica, os quais podem ser visitados na área sobre São Vicente.
Mais tarde, em 756, Córdoba torna-se num emirado (território árabe) independente declarado por Abderramán I, o primeiro emir de Al-Andalus. Com esta mudança de poder e de religião, a basílica é transformada na mesquita de Aljama onde se faziam as rezas muçulmanas. Esta mudança de basílica para mesquita não aconteceu apenas por interesse religioso, mas também político.


Quando o seu filho, Abderramán II, tomou o poder, Córdoba tornou-se o grande centro político e cultural com faustosas construções a serem erguidas durante este período. Nesta altura, a mesquita ganhou 8 novas naves na parte sul, tal como uma extensão do pátio das abluções.
Em 929, Abderramán III é proclamado califa nascendo assim o Califado de Córdoba. Foi aqui que a cidade atingiu o seu apogeu social, cultural e económico. A cidade-palácio Medina Azahara é construída para ser tanto residência do califa como a sede da sua administração. Darei mais pormenores à frente quando falar da nossa visita às ruínas da cidade. Em relação à mesquita, Abderramán III mandou construir um minarete (usado para anunciar a hora da oração) que se pensa ter tido 47 metros de altura.


O filho de Abderramán III, Alhakem II, homem muito religioso manda ampliar pela segunda vez a mesquita. Isto não só devido ao seu fervor religioso, mas também associado ao crescimento da fé muçulmana na cidade .
Penso que já se tenham apercebido do padrão, cada emir que subiu ao poder durante o perído Al-Andalus, mandou construir ou ampliar uma parte da mesquita para mostrar o seu poder e para acomodar a população muçulmana que ia crescendo em Córdoba à medida que a cidade prosperava.

A quebra do poder muçulmano aconteceu em 1146, quando o exército cristão entrou em Córdoba. Após a conquista, uma missa cristã foi realizada dentro da mesquita na qual teve a presença do rei de Espanha, Afonso VII. Desde então que a religião cristã tem adicionado a sua parte a este edifício. Em 1371, foi construída a capela real onde os túmulos dos reis Fernando IV e Afonso XI permaneceram até 1736. Mais tarde, em 1489, foi construída a nave de estilo gótico seguindo a estrutura de uma basílica. Em 1523, foi construída o transepto em forma de cruz com 3 naves. Durante o século XVI foi também construída a torre sineira enquanto que os Patios de los Naranjos foram re-organizados.
A visita
O que se pode dizer no meio de toda esta história? Que tanto a religião muçulmana como a cristã moldaram a famosa Mezquita-Catedral de Córdoba. No total, existem 7 capelas cada qual com o seu santos e com as suas obras de arte.


O que é mais interessante e o que torna este edifício único é que se tenha mantido a arquitectura original da mesquita. É evidente que a religião católica se entranhou na mesquita, mas ao mesmo tempo respeitou o seu valor cultural e histórico. Tanto a arquitectura do transepto da capela maior como a arquitectura árabe do Mihrab são impressionantes.
Como devem imaginar este espaço é enorme com imensos detalhes. Demos várias voltas até estarmos satisfeitos com aquilo que tínhamos visto durante aquela hora e meia.
Baños del Alcázar Califal
Antes de irmos visitar o Alcázar fomos primeiro ver as ruínas dos Baños del Alcázar Califal que ficam entre a parte histórica de Córdoba e o Alcázar de los Reyes Cristianos. Estes baños são resultado de uma mistura de vários estilos arquitectónicos, já que as várias salas foram construídas em diferentes períodos. A primeira parte foi construída durante o reinado de al-Hakam II (961-976), como baños pertencentes ao Palácio do Calife. No século XII, este tornou-se no palácio dos Almorávides y Almohades e desde a reconquista, em 1236, o palácio dos reis cristãos até o abandonarem em 1338. Infelizmente do palácio califal não há vestígios.
Os baños del Alcázar Califal eram para uso do próprio califa, da sua família ou para reuniões políticas. Nestes banhos era onde o Califa recebia os cuidados estéticos, físicos e terapêuticos.


Os baños del Alcázar Califal eram formados por diferentes salas por onde se ia passando por uma certa ordem, que era a seguinte:
- Primeiro o Bayt al-Maslaj ou vestiário onde as pessoas deixavam as suas roupas
- Em seguida, passavam para o Bayt al-Barid, ou sala fria, onde se dava a renovação espiritual através do contacto com a água. Nos banhos árabes, a limpeza não era através da imersão dos corpos na água, mas sim através dos vapores, suores e fricção. Na sala fria, eram onde se recebia panos e solas de cortiça para evitar queimaduras nos pés e quedas devido ao piso escorregadio
- Da sala fria passava-se para o Bayt al-Wastany ou sala temperada. Esta era a sala mais importante com abóbadas suportadas por arcos e pilares em forma de colunas. Nesta sala também havia zonas para a limpeza corporal e era aqui que o califa recebia os cuidados diários de higiene e estética. Por vezes este salão recebia visitantes importantes e era local de reunião política da corte cordobesa
- A última sala, Bayt al-Sajun, ou sala quente tinha duas pias, uma à esquerda que fazia de banheira enquanto que à direita havia um jacto de água que funcionava como chuveiro. O piso e as paredes eram aquecidos pelo calor que provinha do forno e da caldeira espalhado através de canos de cerâmica. Nesta sala decorreram alguns acontecimentos trágicos durante a guerra civil que pôs um fim ao Califado. Um deles foi o assassinato do califa Alí Ibn Hammud por três dos seus escravos e outro foi a captura e a execução do califa Abd al-Rahmán V pelas mãos do povo de Córdoba
Durante a visita pode-se também ver várias peças do período do califado como é o caso de um relógio de sol e o fragmento de um sarcófago romano.
Quando saímos das ruínas dos banhos, mais ou menos às 11:45, decidimos descansar um bocadinho num dos bancos do jardim que ficava mesmo ao lado. Apesar do dia estar solarengo, a temperatura era baixa o suficiente para ser agradável estar ali ao sol. Por ali crianças brincavam e famílias conversavam e riam entre si. Para nós era férias, mas para os locais era mais uma terça-feira.
Alcázar de los Reyes Cristianos
Uma coisa que não nos pudemos queixar da nossa estadia em Córdoba foi falta de flexibilidade; começando pelo senhorio do nosso apartamento em relação tanto à hora do check-in como do check-out, a entrada mais adiantada na Mezquita-Catedral e agora ao Alcázar de los Reyes Cristianos. Apesar de a entrada ser gratuita tem que se marcar a hora da visita o que tínhamos feito para as 2 da tarde (ou uma e meia, não estou bem certa), mas como estávamos despachados antes do meio-dia e meia perguntámos se podíamos entrar e para nosso contentamento disseram que sim.

No Alcázar de los Reyes Cristianos são partilhados vestígios de várias épocas, do período romano, visigótico, muçulmano e cristão. Na era romana, o alcázar teve um papel defensivo na cidade como fortaleza. Isto devido a sua localização em relação ao rio Guadalquivir. Mais tarde quando a cidade estava sob o domínio muçulmano, o Alcázar ou o edifício que aqui se erguia, fazia parte do complexo do palácio Califal, posteriormente substituído quando a cidade passou para o domínio cristão.

O edifício que hoje pudemos visitar foi construído em 1328 a mando do rei Afonso XI. Este quis que se construísse um castelo-palácio de estilo gótico que contrastasse fortemente com a arquitectura da mesquita. O Alcázar de los Reyes Cristianos foi palco de momentos históricos bastantes importantes, sendo de salientar as conversas entre Cristóvão Colombo e os reis de Espanha antes da sua primeira viagem à América. Outras funções foram atribuídas a este edifício como por exemplo sede da Inquisição Espanhola e prisão entre 1822 e 1931.
O Alcázar foi declarado como Monumento Histórico em 1931 e mais tarde, em 1994, como Património da Humanidade pela UNESCO.

Quando se visita o Alcázar encontramos uma propriedade em formato quadrangular com 4 torres, uma em cada canto, a Torre dos Leões, a Torre da Homenagem, a Torre da Inquisição e a Torre das Pombas. Já nos jardins é possível identificar o estilo mudéjar.


Para saber mais sobre como visitar o Alcázar de los Reyes Cristianos, visite o website oficial: https://cultura.cordoba.es/equipamientos/alcazar-de-los-reyes-cristianos
Real Jardín Botánico de Córdoba
A visita ao Alcázar foi bastante mais rápida do que aquilo que pensávamos e perto da 1 e meia já estávamos prontos para o próximo destino. Se tivéssemos sabido de antemão, agora tinha sido a altura de ir apanhar o autocarro para Medina Azahara e ficar assim com ‘Córdoba completa’ e a possibilidade de viajar mais cedo para Sevilha. Mas como não sabíamos andámos mais ou menos a fazer tempo durante a tarde, sem desfazer os locais que visitámos depois do Alcázar.

Devido à localização do Alcázar decidimos ir até ao Jardim Botânico de Córdoba. Faço já aqui uma ressalva que se vierem durante o Inverno, não vale a pena. Nunca tinha visitado um jardim botânico tão murcho. Normalmente para visitar o jardim botânico é preciso pagar entrada, mas quando chegámos as cancelas estavam abertas. Ainda houve uma senhora que disse que tinha que ir perguntar onde podíamos pagar pelos bilhetes, mas pelo estado do jardim em janeiro não fazia sentido ter de pagar para ver aquilo que vimos. Pronto, se vierem na Primavera ou Verão, sim senhor, agora no Inverno não o incluam no vosso itinerário.
Para verem mais sobre como visitar o Real Jardín Botánico de Córdoba deixo aqui o link do website oficial: https://www.jardinbotanicodecordoba.com/
Estátua ‘La Regadora’
Como devem imaginar, a visita ao Jardim Botânico também não foi longa e passámos ao próximo sítio da nossa lista de ‘potenciais locais para visitar’. O local seguinte era o palácio de Viana. Mas antes de falarmos desta casa gostaria de mencionar uma estátua que encontrámos pelo caminho – a estátua chama-se ‘La Regadora’ que fica na Puerta del Rincón.
Esta bonita estátua é uma homenagem aos cuidadores dos pátios cordobeses, que como já mencionámos antes (ver aqui) faz parte do valor cultural de Córdoba. A estátua foi inaugurada no final de abril de 2014, a meros dias antes do começo do famoso festival dos pátios cordobeses que decorre todos os anos nas 2 primeiras semanas de maio.


Esta estátua elegante faz parte de um conjunto de 3 estátuas, todas elas com o mesmo relevo e objectivo. Não visitámos as outras duas, mas fica aqui a referência de ambas: ‘Abuelo y niño’ na Plaza de Manuel Garrido Moreno e ‘El Pozo de las Flores’ na Plaza Poeta Juan Bernier.
Palácio de Viana
A poucos minutos das 3 da tarde chegávamos à entrada do Palácio de Viana. Aqui tivemos de fazer uma escolha sobre o que queríamos visitar, podíamos visitar apenas o interior do palácio que ficava a 9 euros, apenas os 12 pátios que ficava a 8.5 euros ou ambos por 14 euros. De notar que a visita ao palácio tem de ser visita guiada.
Decidimos visitar ‘apenas’ os pátios, mas que de apenas não tem nada. No total são 12 pátios completamente diferentes, cada qual com o seu tema e design.

O palácio de Viana é um local que reflecte o gosto e a personalidade dos seus donos e respectivas famílias desde 1425 a 1980. No total, o palácio teve 18 donos durante este período. O palácio foi completamente transformado e pouco resta das casas medievais que aqui se encontravam.
Durante a visita para além dos pátios ainda conseguimos ver algumas salas interiores, incluindo as cavalariças, o salão do Mosaico e o salão de Tobias. O salão do Mosaico funcionou como entrada principal da casa no século XVIII. O seu nome deve-se ao mosaico romano do século IV instalado ali pelo II Marqués de Viana em 1923. Por sua vez, o nome de Salão de Tobias refere-se às pinturas nas paredes que retratam a história biblica de Tobias, pintadas por León Abadía.


Sobre os 12 pátios que visitámos deixo o seguinte:
- 1. Patio de los Naranjos
Este pátio representa o remanescente da horta árabe e funcionava como entrada para o palácio até à contrucção do ‘Patio de Recibo’. É importante de salientar as laranjeiras centenárias que se podem encontrar aqui. Este pátio lembra os jardins hispano-árabes pela sua atmosfera intimista, pela importância da água e a combinação de flores e árvores de fruto.
- 2. Patios de las Rejas
Este pátio foi construído no século XVII e servia para mostrar o poder e o prestígio dos donos deste palácio e por extensão deste pátio. Importante de mencionar que este pátio em oposição ao dos Naranjos tem uma abertura que servia de contacto para o exterior. Neste local encontram-se bonitas árvores de citrinos e vasos da flor centaurea.
- 3. Patio de la Madama
Ao contrário do ‘Patio de las Rejas’, este pátio era para ser visto a partir do interior do palácio, mais especificamente do Quarto do Almirante. Apesar de ter sido construído no século XVIII, foi apenas no início do século XX que ganhou a sua marca: uma floresta de ciprestes que enquadra a estátua de uma ninfa na fonte central.


- 4. Patio de las Columnas
Esta pátio é o mais recente tendo sido construído na década de oitenta. Este tinha o objectivo de proporcionar um espaço para eventos e celebrações para quando o palácio se tornasse num local aberto ao público. Este é um dos maiores pátios com o lago ao centro inspirado no estilo Nazari.
- 5. Patio de la Alberca
Este pátio fazia parte da zona de serviço da casa de campo da família Torres Cabrera, anexada ao Palácio de Viana no século XIX.
- 6. Patio del Pozo
Antigamente este pátio juntamento com o ‘Patio de La Alberca’ formavam uma unidade. O seu nome deve-se ao poço de onde antes se tirava água com a ajuda de uma roda de água, a qual já não existe.
- 7. Patio de los Jardineros
Este pátio também foi conhecido como ‘Patio de los Perros’. Este pátio podia ser considerado como parte de uma tríade juntamente com o ‘Patio del Pozo’ e o ‘Patio de La Alberca’, sendo estes três os pátios de serviço à casa de campo dos condes de Torres Cabrera. O que chama mais atenção são os vários objectos arqueológicos tal como os azulejos que foram aqui colocados no século XX para dar a este espaço um ar mais senhorial.
- 8. Patio de la Capilla
Este era o pátio principal da casa de campo dos condes de Torres Cabrera. Este pátio de arquitectura do século XVII foi anexado ao palácio de Viana no século XIX. O seu nome deve-se à presença da capela anexa.


- 9. Patio del Archivo
Este é o pátio mais discreto e simples no interior do palácio de Viana, cujo design teve o intuito de harmonizar as paredes brancas com as portas e janelas azuis. Ao contrário dos outros pátios, aqui não há plantas trepadeiras a cobrir as paredes.
- 10. Patio de los Gatos
Este é um dos pátios mais importantes da propriedade uma vez que é o pátio Cordobés mais antigo da cidade. Aqui podem-se ver os tradicionais vasos de flores pendurados nas paredes.
- 11. Patio de Recibo
Este pátio é a mais recente entrada principal para o Palácio de Viana arquitectado de forma a maravilhar a quem chegasse ao recinto. Na sua forma original, este pátio não dava acesso para o exterior devido a uma cláusula no contracto de compra e venda que assim o impedia desde 1421. No entanto, no século XVI o dono da casa, Luis Gómez de Figueroa y Córdoba remodelou a casa e como resultado este pátio passou a dar acesso para a rua.
- 12. Patio de la Cancela
O nome deste pátio deve-se ao grande portão de ferro que funcionava como entrada para a casa de campo dos Condes de Torres Cabrera. No entanto, este pátio perdeu esta função quando a casa foi anexada ao palácio. Aqui encontra-se também um pilar de pedra que antigamente funcionava como um bebedouro para cavalos.

Estes foram os 12 pátios que visitámos, não pela ordem pela qual aparecem no texto, mas podem ver que passámos algum tempo a explorar todos eles. Parecendo que não acabámos por passar mais tempo no Palácio de Viana do que no Alcázar de los Reyes Cristianos.
Para mais informações vejam o website oficial do Palácio de Viana: https://www.palaciodeviana.com/
Iglesia de Santiago
Depois da visita ao palácio, eram agora mais ou menos 4 da tarde, estávamos mais uma vez sem grandes ideias do que fazer a seguir. Sentámo-nos na pequena praça que ficava em frente ao palácio, a Plaza de Don Gome, a tentar decidir o que fazer. Uma das coisas que me estava a aparecer nesta altura era fome e até havia um café mesmo em frente, mas depois de uma pesquisa rápida vimos que estava mal avaliado e, portanto, excluímos essa opção.
Como ainda nos faltava algumas igrejas da Ruta de las Iglesias Fernandinas decidimos visitar a Iglesia de Santiago e depois procurar um lugar para petiscar qualquer coisa antes do jantar.


A igreja fica na Calle de Augustín Moreno e a sua entrada pode passar despercebida estando ela entre vários edifícios. A igreja como o nome indica é dedicada ao Apóstolo Santiago e foi construída onde antes era uma mesquita. E e por isso que a Mezquita-Catedral é um lugar tão único, porque o mais comum era destruir os marcos de uma religião e não o de partilhar o mesmo espaço. No século XIV, foram adicionados a esta igreja o portão principal e a capela da Encarnação onde se pode ver um retábulo do século XVII com pinturas do século XVIII. Em 1979, houve um incêndio que levou ao desabamento de parte da igreja, tendo sido ele restaurado entre 1987 e 1990 pelos arquitectos Antonio Cabrera y Oscar Rodríguez.
Centro Comercial El Arcángel
Uma das coisas que já devíamos ter aprendido há muito mas mesmo há muito tempo é que quando a fome aparece é comer. Não há anúncio mais verdadeiro do que aquele da marca do chocolate ‘Snickers’: ‘You’re not you when you’re hungry’ (tu não és tu quando estás com fome). Depois da visita à igreja já andava à procura de locais para comer, no entanto a maior parte deles estava fechado àquela hora e só abria mais tarde. E o que acontece com a fome? Rabugem, mau humor e falta de bom senso.
Para ajudar também o meu corpo estava a pedir uma casa de banho – outra coisa que por vezes não se considera quando se faz um itinerário de viagem. Foi assim, depois de estarmos já a andar bastante afastados um do outro meio que chateados nem sabíamos bem porquê (ou melhor sabíamos bem porquê) que fomos parar ao centro comercial El Arcángel. É muito triste que estando numa cidade fantástica com tanta história e cultura, foi no final à sociedade moderna que nos fomos rebuscar.

Mas para dizer a verdade este centro comercial foi de encontro com todos os nossos requisitos do momento, podemos ir à casa-de-banho e ao supermercado comprar comida. Havia vários restaurantes, principalmente de fast food, como o Taco Bell e Mcdonald’s, mas eu nestes casos prefiro visitar os supermercados porque normalmente é onde se encontra productos específicos do país ou da região que não se encontram à venda nos restaurantes.
Depois de uma volta ou duas nos corredores comprámos uma caixa com 3 empanadas, um pacote de batatas fritas dos grande e uma garrafa de sumo. Confesso que acabou por não ser nada muito local até porque os recheios das empanadas eram de cozinhas bastante diferentes: Greca, Italiana e Americana. Mas claro que este pitéu nos soube pela vida e depois de umas dentadas já conseguíamos sentir o nosso corpo a mudar fisicamente e mentalmente. Como normalmente acontece comprámos demasiada comida até porque também comprámos sobremesa. O doce escolhido foram umas Cuñas Artesanas de Chocolate que é feito de um bolo muito fofinho recheado com creme de baunilha e coberto com molho de chocolate, doce típico de Sevilha. Viram? Sempre comprámos alguma coisa da zona que não conheceríamos se não tivéssemos vindo ao supermercado.
Jantar em formato de tapas caseiras
E foi assim que passámos de esfomeadas a cheíssimos. Com esta história toda acabámos por sair do centro comercial já depois das 6 da tarde. Começámos a ir em direcção ao nosso apartamento já que estávamos a cerca de meia hora de caminho. A meio fomos discutindo o que seria o nosso jantar. Como estávamos com pouca fome, quando chegámos ao centro histórico de Córdoba, entrámos num supermercado Carrefour e comprámos umas tapas para jantar no apartamento. Acabámos por comprar uma baguete, uma caixa de chourição e queijo brie que foram acompanhados por cerveja.

Pode-vos parecer uma refeição simplória ou até mal desperdiçada, já que provavelmente não voltamos a Córdoba para puder experimentar mais restaurantes. Mas digo-vos que esta acabou por ser a escolha certa e não nos esqueçamos que ainda faltava Sevilha onde teríamos a oportunidade de experimentar outros pratos tradicionais de Andaluzia. Para além que ainda tínhamos metade do dia seguinte em Córdoba onde iríamos visitar a famosa cidade-palácio, Medina Azahara, e provavelmente comer qualquer coisa antes de apanhar o comboio para Sevilha.
Terceiro dia em Córdoba (1/2 dia)
Pequeno-almoço no café Trinidad
Hoje era o último dia em Córdoba, ou melhor o último meio-dia já que contávamos ir para Sevilha depois do almoço. Acordámos às 8 e pouco e às 9 estávamos no café Trinidad para tomar o nosso pequeno-almoço. As escolhas não são muitas, por exemplo não dá para pedir uma torrada com queijo e presunto, ou pede-se com presunto ou pede-se com queijo. Sei que assim o é porque eu tentei pedir com as duas coisas. Como não dava, mudei o pedido completamente e pedi uma ‘tostada’ com marmelada que também veio com manteiga. Uma escolha que fez este dia começar mesmo muito bem, pois como já disse anteriormente eu desconhecia esta maravilhosa mistura, marmelada com manteiga, até tomar este dia.

Se ficarem no apartamento El balcón de la Trinidad e mesmo que não fiquem, mas que calhem a vir tomar o pequeno-almoço a este café fica aqui a sugestão – peçam ‘tostada con marmelada’. Apesar de como no dia anterior o pedido que mais popular é sem dúvida a ‘tostada con jámon’.
Como chegar a Madinat al-Zahra
Depois do pequeno-almoço fomos apanhar o autocarro para visitar as ruínas da cidade-palácio Madinat al-Zahra, também conhecida como Medina Azahara. Tínhamos pedido ao dono do apartamento se podíamos deixar as malas até mais tarde, pedido que foi prontamente aceite. Como já disse anteriormente, a escolha deste apartamento como acomodação em Córdoba, foi uma óptima escolha por vários motivos e não tenho nada de negativo a apontar. Muito pelo contrário.

Para chegar a Medina Azahara o melhor é apanhar o autocarro, mas também dá para ir a pé, já que fica a cerca de 1 hora e meia de caminho do centro de Córdoba. De autocarro a viagem demora meia hora. Nós apanhámos o autocarro 01 na paragem ‘República Argentina’. Atenção que os bilhetes têm de ser pagos com dinheiro já que não aceitam cartão. Felizmente perguntámos a um senhor que também ia apanhar o autocarro e que nos disse a tempo de irmos levantar dinheiro a uma caixa de multibanco que ficava numa das ruas transversais. Comprámos apenas o bilhete de ida que nos custou 1.80 euros a cada.

Quando chegámos à nossa paragem, Cruce Medina Azahara, tivemos de andar uns 10 minutos até ao centro de turismo onde se adquirem os bilhetes de entrada. Mas não é aqui que ficam as ruínas. Aqui fica o museu, o café, as casas-de-banho e o auditório onde passa o filme ‘Madinat al-Zahra: la ciudad brillante’ que conta um pouco sobre a história e a construção de Medina Azahara. No entanto, para visitar as ruínas é preciso sair, ir até à paragem de autocarro que fica mesmo em frente, mostrar os bilhetes ao motorista e pagar 3 euros pela viagem de autocarro (ida e volta). É este autocarro que faz a travessia entre o centro de turismo e as ruínas de Medina Azahara. Aqui já se pode pagar os bilhetes de autocarro com cartão, o que nos deixou bastante aliviados porque não tínhamos dinheiro para estes bilhetes de autocarro e depois para os bilhetes de autocarro de volta para Córdoba.
A visita a Madinat al-Zahra
A nossa visita a Medina Azahara acabou por ser na seguinte ordem: primeiro o museu no centro de turismo, depois apanhar o autocarro e visitar as ruínas da cidade, e finalmente voltar para o centro de turismo onde vimos o filme de 15 minutos sobre esta cidade-palácio no auditório.

Vamos agora falar um bocadinho de cada secção da visita, começando com a história da cidade, as escavações que ainda hoje estão a decorrer e o que esperar tanto na visita ao museu como às ruínas.
O nascimento e propósito de Medina Azahara
Em 940, o primeiro califa de Al-Andalus, Abd al-Rahman III ordenou a construção de uma cidade destinada a ser a capital política e administrativa do Califado. Esta nova cidade foi construída a oeste de Córdoba, no sopé da Sierra Morena (serra morena). A localização desta cidade permitia ao califa ter uma vista extensa do Vale de Guadalquivir e dos campos em redor. Para delimitar os perímetros desta cidade foi construída uma muralha retangular com quase 45.000 metros que também separava internamente a cidade em duas partes distintas, o Alcázar e a Medina.
- Alcázar
Era nesta parte da cidade que o califa e a sua corte viviam, tal como era aqui onde se encontravam os edifícios administrativos e oficiais do califado. O Alcázar estava situado na zona superior da cidade.

- Medina
A medina, em oposição ao Alcázar, ficava na zona inferior da cidade. Era neste sector que se encontrava a parte urbana tal como a mesquita. Apesar da sua grandiosidade a vida desta cidade foi bastante curta; apenas 75 anos até as primeiras destruições e pilhagens o que coincidiu com o início da revolução que levou à dissolução do califado. A partir desta altura, a cidade foi gradualmente abandonada sendo os seus materiais de construção constantemente pilhados acabando por levar ao seu enterramento.
E desta breve história sobre a cidade passamos às escavações que trouxeram de volta esta cidade à luz do dia.
Escavações

As primeiras escavações em Medina Azahara começaram em 1911 e prolongaram-se ao longo do século até à actualidade, tendo estas sido interrompidas durante alguns períodos de tempo como por exemplo durante a guerra civil. Hoje em dia, este é um dos locais arqueológicos mais importantes que retratam a história do califado, não só em Espanha como em toda a Europa. E não é só devido ao seu peso histórico, mas também pela sua dimensão, já que conta a cidade conta com um total de 112 hectares. Medina Azahara foi em 2018 declarado como Património Mundial pela UNESCO.
Ruínas da cidade
Quando visitámos as ruínas da cidade estavam a decorrer vários trabalhos arqueológicos de exploração do terreno, tanto que o percurso da visita era limitado por cordas para não perturbar os trabalhos em curso.
E apesar de as escavações terem começado há mais de 100 anos, a área até então escavada representa apenas um décimo do tamanho total da cidade. A secção que hoje pode ser visitada é a parte central do Alcázar onde ficamos a conhecer a arquitectura de alguns dos edifícios do governo do Califado assim como algumas casas senhoriais, como por exemplo a casa de Ya’far, que era o primeiro-ministro.

Museu e auditório
No museu de Medina Azahara podem-se encontrar imensos artefactos que foram encontrados durante as escavações. Todo o edifício do museu funciona como uma infraestrutura dedicada à gestão do património histórico que um local de dimensões como Medina Azahara requer.
A criação deste museu resolveu vários problemas que foram surgindo à medida que as escavações progrediram, pois devido à enorme quantidade de material arqueológico que foi sendo encontrado, o edifício original construído para este efeito tornou-se rapidamente inadequado.

No museu, a exposição permanente é constituída por 4 secções inter-relacionadas:
- Fundação da cidade e o seu contexto histórico
- Construção e arquitectura da cidade
- A cidade e os seus habitantes
- Destruição e recuperação de Medina Azahara
Nós deixámos o filme que passa no auditório a cada 15 minutos para último e acho que acabou por ser o melhor. Com o filme conseguimos visualizar com maior clareza como as várias partes da cidade que tínhamos acabado de visitar se ligavam entre si. Mas ver o filme antes de ir pode ajudar a ter uma melhor percepção das várias partes da cidade quando se visita as ruínas. Acho que o quero dizer é que não deixem de ver o filme porque realmente ajuda a perceber como era Medina Azahara e como a cidade funcionava.
A visita a Medina Azahara e museu incluído é gratuito para quem é da União Europeia. Apenas precisam de mostrar o cartão de cidadão ou alguma identificação para terem entrada gratuita. Para quem não é da União Europeia o bilhete custa 1.50 euros. No entanto, relembro que para chegar às ruínas é necessário apanhar o autocarro que custa 3 euros, sejam vocês da União Europeia ou não.
O problema de voltar a Córdoba
Depois de visitar Medina Azahara pensámos que voltar a Córdoba seria tão fácil como tinha sido partir; bastava apanhar o autocarro que vinha no sentido oposto e pronto. Mas não foi bem assim.
Só quando fomos pesquisar no Google Maps, agora já fora do centro de turismo, é que soubemos que o próximo autocarro só passaria dali a 1 hora e meia. Por isso acabámos por fazer uma grande parte do caminho de volta para Córdoba a pé. Eu diria que fizemos quase metade do percurso já que foram uns 45 minutos a andar até chegarmos a uma zona onde houvesse mais autocarros. Isto acabou por ser em Palmeras onde apanhámos um outro autocarro que passava pelo centro de Córdoba.
Depois desta experiência, o meu conselho é que vejam os horários dos autocarros que passam perto de Medina Azahara em direcção a Córdoba com antecedência para melhor organizarem o tempo de visita e de retorno à cidade. Claro que para quem viaja de carro este não é um problema.
Almoço no Bocadi
Quando chegámos a Córdoba já passava das 2 da tarde, e para evitar episódios como o do dia anterior decidimos ir comer qualquer coisa antes de irmos buscar as malas. Havia uma coisa que estávamos com desejo de experimentar e até estivemos no dia anterior no ‘vai-não vai’ em pedir para casa. Então o que queríamos experimentar era sandes de choco frito.

Quando pesquisámos sobre o melhor local para comer este petisco perto de onde estávamos o que nos apareceu foi o Bar Bocadi, e foi aqui que fomos. Quando entrámos encontrámos uma fila enorme, mas afinal era quase tudo para serviço de take-away. Passados poucos minutos estávamos sentados com o menu à frente. E o que nos interessava eram os bocadillos, pequenas sandes com vários recheios. Fica aqui a rápida explicação que não se aplica apenas ao Bar Bocadi mas em geral em Espanha: uma ‘Bocata’ é uma sandes grande, ou melhor uma sandes de tamanho normal, enquanto que um ‘Bocadillo’ é uma sandes mais pequena. Neste restaurante os preços variam de acordo com o recheio do bocadillo mas é super barato ficando em geral entre os 1.70 e os 2 euros por sandes.

Nós pedimos dois bocadillos para cada um, um com carne e outro com chocos fritos e maionese. As sandes que nos chegaram à mesa eram de tamanho considerável e bastante boas. Para mais pelo preço acho que a qualidade é de espantar. Este restaurante está aberto tanto para almoço como para jantar. Não é um sítio requintado aliás o ambiente é bastante informal, mas pelo preço podem experimentar uma grande variedade de bocadillos ou entre outras coisas como a sopa salmorejo ou patatas bravas. Alternativamente, este restaurante também tem um menu de pratos tradicionais e cada prato fica a cerca de 5 euros cada.
Partida de Córdoba para Sevilha
Depois da refeição no Bar Bocadi e de irmos buscar as nossas malas ao apartamento El balcón de la Trinidad partimos para a estação de comboios. Quando chegámos à estação, um comboio que ia para Sevilha partia dali a 10 minutos, mas decidimos que era arriscado tentarmos ir nesse já que ainda tínhamos de que comprar os bilhetes e depois encontrar a linha certa para apanhar o comboio. Por isso acabámos por escolher o seguinte que saía dali a 45 minutos, já às 16:36. Esta viagem acabou por ser bem mais da tarde do aquilo que esperávamos, mas o problema com o autocarro de Medina Azahara para Córdoba alterou os planos. Felizmente não tínhamos nada marcado para aquele dia em Sevilha.

Também podíamos ter comprado os bilhetes de comboio online, mas não os quisemos comprar com antecedência visto que não sabíamos bem as horas em que estaríamos na estação prontos para partir. No entanto, a viagem entre Córdoba e Sevilha é rapidíssima, em cerca de 50 minutos depois de partir de Córdoba, chegávamos à nossa última cidade desta viagem. A companhia de comboios é a Renfe e podem comprar os bilhetes online ou verificar os horários dos comboios no website: https://www.renfe.com/es/
Veja os roteiros das outras cidades incluídas nesta viagem