A viagem completa ao Gerês, com todos os trilhos, restaurantes e hotéis, está disponível na página Parque nacional Peneda-Gerês.
Xertelo
A nossa viagem pelo Gerês estava a acabar e após uma semana estávamos prestes a realizar o último trilho. Depois de deixar Pitões das Júnias chegámos ao Xertelo para fazermos o trilho PR9 MTR- Trilho dos Poços Verdes.
O trilho começa na aldeia de Xertelo que tal como em outras aldeias por onde tínhamos passado não é autorizada a circulação de viaturas não pertencentes a locais ou residentes. Portanto tivemos que estacionar à entrada da aldeia ao lado do Bar Sete Lagoas.

PR9 MTR – Trilho dos Poços Verdes
O trilho pode ser feito de várias formas uma vez que existem caminhos alternativos que vão dar às lagoas. Aquele que nós fizemos teve uma distância de 10.76Km e demorou cerca de 3 horas e meia. Recomendo este caminho a quem também quiser fazer este percurso. Certamente seria a nossa escolha se o fizéssemos de novo.
Moinho
Começámos o trilho ao entrar na aldeia de Xertelo. Mais adiante encontrámos uma placa com a indicação ‘moinho (cubo vertical)’, um dos pontos de interesse deste trilho. A partir deste ponto começámos a subir até ao moinho.
O moinho, agora restaurado, é um dos legados mais importantes da região, recebendo ainda as águas transportadas pelas levadas. Este moinho é especial devido à sua estrutura que permite transportar a água até ao tecto, que ao cair do telhado forma uma cascata. Na altura em que aqui estivemos infelizmente as levadas estavam secas e sem as águas das levadas não vimos este efeito cascata.

Depois de passarmos o moinho seguimos sempre pela estrada larga. Mesmo quando a certa altura encontrámos uma placa a direccionar para um trilho mais estreito. Esse trilho foi o caminho que fizemos quando voltámos, que segue junto às levadas. Seguindo pela estrada larga, depois da subida inicial, o caminho segue quase sempre a direito.
As paisagens desta parte do caminho foram das mais bonitas da viagem. Mais ou menos no quilómetro 3 chegámos a um cruzamento onde virámos à esquerda. Mesmo antes de chegarmos ao cruzamento passámos por uma família de cavalos. Mas em vez de me sentir numa espécie de conto de fadas na minha cabeça já corriam imagens de patadas, feridos e mortos. Tudo à conta das nossas últimas experiências. Felizmente não se passou nada de inédito e começámos a descer em direcção às lagoas. Foi quase ao fundo da descida que o caminho se cruzou com o do trilho mais estreito.

Represa do Pinhedo
Mesmo antes de chegarmos às lagoas, a cerca de 1Km de distância, passámos por uma represa. Penso que esta será a represa do Pinhedo. Este é um bom local para tomar banho, sendo o caminho para chegar à água mais fácil aqui do que nas lagoas.
Poços Verdes do Sobroso
As sete lagoas chamadas de Poços Verdes do Sobroso fazem parte do complexo hídrico da Serra do Gerês. As lagoas são alimentadas pela represa que funciona como posto intermédio entre as águas do rio Fafião e da barragem de Paradela. Parte deste complexo fazem parte mais de 12Km de túneis que atravessam os maciços graníticos. Estes túneis são quase invisíveis a olho nu de forma a manter a paisagem natural da serra e ao mesmo tempo fornecer água às várias localidades da região.
A cada um destes poços está atribuída uma ‘acção’ diferente, cuja ordem da lagoa mais próxima da represa até à mais afastada é a seguinte: nadar, relaxar, meditar, desfrutar, usufruir, cuidar e revigorar.


Ainda pensámos em tomar banho numa destas lagoas, mas no final não conseguimos encontrar um caminho com o qual nos sentíssemos seguros. Talvez influenciados pelos avisos que tínhamos ouvido antes, a de que os acidentes acontecem aqui com regularidade. E devem realmente acontecer pois quando chegámos encontrámos um placar com o aviso de perigo. Nele aconselhava-se a não fazer a travessia de uma margem para a outra nem no Inverno nem em alturas de muita chuva. Isto porque com o piso molhado existe o perigo real de queda e afogamento.
Ainda fizemos uma tentativa de chegar a uma das lagoas através de um carreiro, mas acabámos por desistir e voltar para trás. Tal como disse, se quiserem tomar banho nesta zona, recomendo a represa do Pinhedo (ou assim penso ser o nome da represa).


No caminho de regresso seguimos pelo carreiro mais estreito, e apesar de ser um piso diferente, não foi difícil de percorrer. Não só o percurso foi practicamente feito a direito, como também assim tivemos a oportunidade de ver as levadas com os seus vales envolventes.
Fojo do Lobo
Tal como em Fafião, também mesmo a chegar à aldeia de Xertelo existe ainda um fojo do lobo, a antiga armadilha para a captura de lobos. Este fojo considerado património nacional encontra-se em óptimas condições que se podem ver a partir do trilho. Se quiserem fazer um pequeno desvio, podem ir até ao miradouro que faz agora parte do fojo.

De novo na Vila do Gerês
Para a nossa última noite voltámos ao Hotel Adelaide na Vila do Gerês. Não vou falar muito sobre o hotel uma vez que o fiz no post 2ª Paragem no Gerês. Não houve nenhuma razão específica para ficarmos no mesmo hotel, mas não nos arrependemos.
O quarto onde ficámos desta vez tinha uma varanda ainda maior para aquela vista espectacular. E foi aqui que acabámos a tarde, sentados à varanda a beber e a comer.


Para jantar acabou por haver uma mudança de planos. Inicialmente tínhamos pensado voltar ao restaurante Lurdes Capela para experimentar o Bife à Gerês, um bife com molho de queijo que muito nos tinha sido recomendado. Mas depois da tarde passada a petiscar decidimo-nos por algo mais leve.
Vai…Vai Gerês
Foi por isso que acabámos a descer a rua do hotel até à vila e jantar no café ‘Vai…Vai Gerês’. O nome pode ser original, mas a comida que oferecem é a normal para a de um café, hambúrgueres, sandes e pizzas. Não significa que a comida não era boa, pelo contrário foi de encontro àquilo que procurávamos. Escolhemos o prego no pão e o hambúrguer especial com queijo, fiambre, alface e ovo. Para quem procura uma coisa simples e descontraída, este café é o ideal.

Depois da refeição fomos dar uma volta pela vila, mas a vila não sendo grande levou-nos a passar pelos mesmos locais dos da primeira vez em que aqui estivemos.
Massagens e um adeus
Para o dia seguinte tínhamos marcação para duas massagens no Hotel Adelaide. A nossa ideia inicial era o de as termos feito no dia em que chegámos ao hotel, mas sem marcação atempada era impossível arranjar vaga para aquele dia. Só conseguimos dividir uma sessão de 1 hora por 2 de meia-hora para o dia seguinte.
Aconselho a fazerem marcação atempada, especialmente se quiserem um tratamento mais completo, porque o serviço de wellness e relax do hotel é bastante procurado.
Por isso, a última manhã no Gerês foi passada com um de nós a aproveitar o seu último pequeno-almoço enquanto o outro estava na massagem. A massagem que nos foi marcada (de 30 minutos) é chamada de terapêutica ou descontruturante. Esta é uma massagem localizada com o objectivo de aliviar a dor e contracturas musculares resultantes por exemplo do stress ou má postura. Como devem calcular depois de uma semana a andar com peso às costas, não contando com todos os episódios caricatos, a senhora acabou por ter algum trabalho em conseguir relaxar-nos. Aconselho imenso a aproveitarem deste serviço.
Apesar de termos passado uma semana no Gerês e termos percorrido uma grande parte do parque nacional ainda há zonas que estão na lista para uma próxima visita. Estas são zonas que ficam na parte mais oeste do parque como Castro Laboreiro, Soajo e Lindoso. Fica assim marcada mais uma viagem para um futuro próximo.







