Índice deste post
Este é o terceiro post sobre a nossa visita à cidade de Sevilha, depois de Córdoba e Ronda. No último post, ficámos na visita à catedral, um local recheado de história e obras de arte sem esquecer da subida à torre Giralda. Hoje vamos continuar pelo nosso dia a explorar Sevilha o que inclui a visita ao Real Alcázar Sevilha e à Plaza de España enquanto que pelo meio se experimentava a gastronomia tradicional local.
Real Alcázar Sevilla
Depois de ficarmos a conhecer a catedral de Sevilha, o próximo local a visitar era também este um dos mais conhecidos da cidade, o Real Alcázar. Umas das primeiras coisas que tenho a reconhecer foi o quanto subestimámos o tempo que precisaríamos para visitar o Real Alcázar. Com as várias salas e imensos jardins facilmente se passa aqui mais de meio-dia e nós infelizmente não pudemos dar-lhe o tempo merecido.

Os bilhetes de entrada custaram-nos 15.50 euros a cada um, e tal como para a catedral é necessário também escolher a hora da visita. Como a catedral e o Real Alcázar ficam mesmo em frente um do outro, chegar a um depois de visitar o outro, como nós fizemos, é completamente possível e sem esperar atrasos.
Podem fazer a visita com a ajuda de um áudio guia o qual pode ser acedido ao scanar um QR code que está à entrada. O áudio guia separa a visita em 21 diferentes secções, mas se visitarem o site oficial do Real Alcázar e virem o mapa, podem encontrar nele marcados 53 diferentes marcos de interesse (para ver mapa carregue aqui)
Em 913, o califa de Córdoba, Abderrahmán III, manda construir o Real Alcázar para aqui ser a nova sede para o seu governo. Esta sede ia substituir a antiga que se encontrava onde hoje fica a Iglesia Colegial del Divino Salvador.


Depois da conquista cristã em 1248, o Real Alcázar passa a ter outras funções como sede da coroa e esfera do poder municipal, que são ainda as suas funções actuais. Passando este edifício a estar sob o domínio dos reis castelhanos outras construções foram adicionadas à propriedade como o Palácio Gótico onde se mistura dois estilos arquitetónicos característicos das duas religiões; o muçulmano e o cristão. Mais tarde, em 1356, foi construído o palácio mudéjar de Pedro I com conceitos mediterrâneos árabes.
Da nossa visita foram realmente as várias salas do Palácio de Pedro I que mais nos impressionou incluindo a Alcoba Real, Patio de las Doncellas, Salón del Techo de Felipe II e Salón de Embajadores. Os trabalhados das paredes e tectos tal como os vários arcos formavam um conjunto esplêndido tornando este local um dos mais bonitos da cidade. Já nos jardins, não deixem de visitar os Baños de Doña María de Padilla assim como o Jardín del Estanque de Mercurio.


Este foi um dos lugares mais bonitos da viagem ficando lado a lado com a catedral de Sevilha. E depois de visitar Ronda e Córdoba facilmente reconhece-se o passado comum onde as marcas arquitectónicas estão ainda bem presentes.
Para mais informações sobre a história do Real Alcázar, horários e compra de bilhetes visitem o website oficial em https://alcazarsevilla.org/


Acabámos por não ficar mais tempo porque já passava das 2 da tarde e a fome começava a chegar. Afinal como disse anteriormente, o pequeno-almoço do hotel não era grande coisa e não chegava para passar o dia sem petiscar. E eu sabia exactamente onde queria ir.
Iglesia Colegial del Divino Salvador
Mas antes ainda fomos visitar a Iglesia Colegial del Divino Salvador já que com a compra dos bilhetes para visitar a catedral também tínhamos entrada gratuita para esta igreja.
Devido aos vestígios arqueológicos descobertos pensa-se que neste local foi erguida uma mesquita, a grande mesquita de Ibn Adabbás entre 829 e 830, apesar de não haver qualquer documentação que o comprove. Também se supõe, novamente devido aos vestígios arqueológicos descobertos na zona, que uma basílica romana existia ali antes como parte do complexo citadino quando a cidade estava sob o domínio dos Romanos, a qual foi integrada na construção da mesquita. Uma das evidências são os vestígios do minarete da mesquita que inclui na sua construção uma lápide romana.


Quando em 1248,Filipe III conquistou a cidade em nome dos reis castelhanos, estes cristãos, a mesquita passou a estar sob o domínio cristão altura em que foi construída uma capela em nome da Virgem Maria como símbolo de cristandade. Também o minarete da mesquita foi alterado e passou a ser uma torre sineira. No entanto, a 24 de Agosto de 1356 devido a um terramoto que assolou a cidade a parte superior da torre sineira foi destruída.
No entanto, outras construções foram adicionadas durante o século XVII como a Capela Sacramental e a Capela de Cristo Desamparado. No entanto, com o passar do tempo, a mesquita foi destruída, um novo templo foi construído o qual ruiu devido aos fracos pilares de suporte e só em 1712 foi finalmente acabada a nova igreja. Nos últimos anos tem havido vários trabalhos de restauração, num esforço de manter este edifício.
Durante a visita a esta igreja não só pode-se conhecer os vários retábulos magníficos como a exposição de vestígios romanos na parte inferior da igreja.
Para mais informações visitem o website oficial da Iglesia Colegial del Divino Salvador em https://www.catedraldesevilla.es/iglesia-de-el-salvador/
Retábulo das Santas Justa y Rufina
Uma das peças que gostei bastante quando visitei a igreja está associado a uma lenda conhecida em Sevilha. Esta refere-se às Santas Justa y Rufina que são consideradas como as padroeiras e protectoras da cidade. Estas raparigas foram duas irmãs que viveram no século III quando Sevilha se chamava Hispalis. Ambas foram martirizadas pela sua crença no cristianismo e por propagar a palavra do Evangelho.

Nas iconografias mais tradicionais de Justa y Rufina ambas são retratadas junto à torre Giralda pois diz-se que foi devido à sua protecção que a torre não caiu durante o terramoto de 1504. Normalmente, têm as palmas das suas mãos viradas para cima simbolizando o seu mártir juntamente com objectos de barro alusivos à sua profissão como ceramistas. Nas suas representações, ambas aparecem juntas tal como no retábulo da Iglesia Colegial del Divino Salvador, obra esta criada em 1712.
Bar El Comercio
Depois de visitarmos esta imponente igreja, à qual aconselho imenso a irem, especialmente se tiverem entrada incluída com a visita à catedral, eis que fomos comer os nossos primeiros churros da viagem. Afinal não se pode dizer que se visitou bem a cidade sem experimentar esta massa frita acompanhada com molho de chocolate. E um dos lugares mais conhecidos para experimentar esta iguaria é o Bar El Comercio, que ainda por cima ficava bastante perto da igreja onde tínhamos estado.
Este local está aberto desde 1904 e vende outros petiscos tradicionais da cozinha Andaluza. Quando chegámos, o restaurante/bar estava bastante cheio, mas conseguimos uma mesa num dos cantos. E claro que pedimos os churros com chocolate (1 dose para partilhar) e para beber quis experimentar um viño dulce de naranja que era bastante parecido com o nosso vinho do Porto. O meu marido por sua vez escolheu uma cerveja local.

Os churros chegaram à nossa mesa bastante rápido, aliás à nossa mesa e a outras pois havia mais gente a fazer o mesmo que nós. E os churros tinham acabado de ser preparados pois do salão onde estávamos sentados podíamos vê-los a serem amassados, fritos e cortados.
Os churros eram bons, achámos o chocolate um bocado aguado e experimentámos churros depois noutro sítio onde eram muito melhores, tanto os churros como o chocolate. Não sei se a fama deste local é resultado das muitas partilhas das redes sociais ou se simplesmente não os apanhámos no melhor dia. Mas no final, vir aqui acaba por fazer parte da experiência. Afinal nao é todos os dias que nos sentamos num espaço com mais de 100 anos de serviço.
De momento o Bar El Comercio não tem website, mas podem a sua conta de Instagram aqui: https://www.instagram.com/explore/locations/1023601570/cafe-bar-el-comercio/
Torre del Oro
Quando saímos do Bar El Comercio já passava das 5 da tarde e o próximo ponto de paragem era a Torre del Oro o que nos dava uma nova oportunidade de andar junto ao rio.
Passeando pela margem do rio é difícil não identificar esta torre de menagem do século XIII que conta com uma altura de 36 metros e que hoje alberga o Museu Naval de Sevilha. O seu nome, Torre del Oro, foi-lhe atribuído devido à luz dourada que o seu reflexo fazia nas águas do rio. Durante trabalhos de restauração foi descoberto que este brilho era devido a uma mistura de argamassa de cal e palha prensada.

Nós não entrámos dentro da torre, mas pode-se visitar o museu. Dizem que a entrada é gratuita, mas para visitar o seu interior é necessário dar uma contribuição voluntária. Por isso diga-se que a entrada é mais ou MENOS gratuita. Para nós chegou-nos ver o seu exterior.
Para mais informações sobre a Torre del Oro e o Museu Naval de Sevilha visitem o website em https://fundacionmuseonaval.com/museonavalsevilla.html
Próximo post
Com o chegar do final de tarde começámos a ir para o local que me tinha levado a Sevilha, a Plaza de Sevilla, e posso já dizer que não desiludiu. Mas para já vou deixar a praça e o resto da viagem para as próximas semanas.