Índice nesta página
- Bodegas Mezquita (Cruz del Rastro)
- Torre de la Calahorra
- Puerta del Puente
- Patios Cordobeses
- Plaza de las Tendillas
- La Gloria
- Iglesias de la Rota Fernandina
- Taberna Casa Bravo
- Próximo post
Depois de passarmos as primeiras horas a explorar o centro histórico de Córdoba estava na altura de também conhecermos a parte gastronómica. Hoje foi um dia um bocadinho diferente do normal, normalmente nós tomamos um bom pequeno-almoço que nos deixe satisfeitos até ao jantar, mas hoje com a hora despertina do nosso comboio em Ronda isso não aconteceu. E as bolachas que tínhamos comido há muito que já lá iam.
Bodegas Mezquita (Cruz del Rastro)
O nosso próximo local a visitar era a Torre de la Calahorra que ficava do outro lado do rio e a caminho ficava o restaurante Bodegas Mezquita, mais especificamente o da Cruz del Rastro onde acabámos por entrar. Existem várias Bodegas Mezquita espalhadas pela cidade, mas escolhemos esta por ser a que estava mais perto. Normalmente aconselha-se a fazer marcação atempada principalmente para jantar, mas para almoço, como nós que viemos à 1 da tarde, não há esse problema. Na verdade, tivemos o restaurante só para nós durante a refeição.


A ideia não era fazermos uma refeição propriamente dita, queríamos mais petiscar vários pratos. E por isso escolhemos 3 pratos diferentes, em tamanho de tapa. Na maior parte dos restaurantes no sul de Espanha, tem-se a 1/2 ração (ración), as tapas, que é mesmo apenas para petiscar. O preço das tapas varia consoante o prato, mas em geral fica entre os 5 e os 6 euros. A ración, que é já o prato, custa em geral entre os 9 e os 14 euros. Repito que o preço é dependente do prato. Neste restaurante até havia três tamanhos, as tapas, as medias e a ración.

Os três pratos que escolhemos foram:
- Berenjenas califales rebozadas con reducción de vino dulce Pedro Ximénez y ajonjolí – beringelas fritas com molho doce: 5.25 euros
- Croquetas de jamón del puchero de la abuela con mayonesa de huevo frito – croquetes de presunto com maionese: 5,70 euros
- Albóndigas Mozárabes en salsa de almendras y azafrán – almôndegas com molho de açafrão: 5,70 euros.
Para acompanhar pedimos uma cerveja artesanal, Bendito Momento, que era bastante boa apesar de termos achado um bocadinho cara. No entanto, era uma coisa da casa e assim também tivemos oportunidade de a experimentar.

Para mim as beringelas e os croquetes ganharam o prémio, enquanto que o meu marido adorou as almôndegas. Apesar de cada preferência, todos os pratos eram muito bons e por isso recomendamos sem dúvidas a Bodegas Mezquita como um local para comer, seja almoçar, petiscar ou jantar.
Torre de la Calahorra
Com os estômagos bem mais aconchegados atravessámos a ponte (Puente de Miraflores) que nos levou até perto da Torre de la Calahorra. Esta torre foi construída no século XIII como fortaleza defensiva no período de Al-Andalus. Também mais tarde, esta torre funcionou como fortaleza quando a cidade passou a estar sob o domínio dos reis de Espanha, o que aconteceu depois da conquista de Fernando III, o Santo.

Em 1931, a torre de la Calahorra foi declarada como Monumento Histórico-Artístico de Córdoba e desde 1985 a torre está sob a mais alta categoria de protecção devido ao seu valor cultural e histórico em Córdoba.
Dentro da torre encontra-se o museu vivo de Al-Andalus, mas nós não o visitámos. Para dizer a verdade até estar aqui a escrever nem sabia que havia um museu dentro da torre. Nós andámos ali à volta da torre, mas não me lembro de ver uma entrada ou de ver alguma sinalização deste museu. Pelas fotografias parece que a entrada é debaixo do arco da ponte romana que liga à torre.

Apesar de não termos visitado o museu andámos ali pela margem junto ao rio Guadalquivir, no Paseo fluvial de la Calahorra, de onde se tem uma vista privilegiada da outra margem incluindo a ponte romana (Puente Romano) e a propriedade Alcázar de los Reyes Cristianos (o qual iríamos visitar no dia seguinte).
Puerta del Puente
Para passar para a outra margem fomos pela ponte romana que nos levou até ao arco feito de pedra clara, a Puerta del Puente. O arco era a entrada sul para a cidade e fazia parte das muralhas que cercavam Córdoba. Nesta altura a Puerta del Puente também era conhecida por Puerta de Algeciras.

No entanto, o arco que ali se encontrava não teve sempre a mesma arquitectura do actual. O arco como hoje o vemos foi remodelado depois da visita do rei Filipe II à cidade em 1570.
Patios Cordobeses
Mesmo não sendo maio, normalmente estão abertos ao público. Mas infelizmente quando chegámos, às 2 e meia, estavam a fechar para almoço e quando perguntámos quando abriam, a pessoa que lá estava não foi muito acessível. Por isso decidimos não voltar mais tarde. No entanto, é um bairro giro e mesmo assim valeu a pena o passeio.


Se o horário na internet estiver correcto, fecham às 2 e meia e depois voltam a abrir às 5 da tarde. Se a pessoa a quem perguntámos tivesse tido uma atitude diferente talvez tivéssemos voltado, sendo assim não aconteceu.
Plaza de las Tendillas
O próximo local era a Plaza de las Tendillas, que é a praça principal de Córdoba. A arquitectura desta praça é a mesma desde 1921. No meio encontra-se a estátua equestre de Gran Capitán.

Gran Capitán era a alcunha de Gonzalo Fernández de Cordóba que lutou em nome dos reis espanhóis e em nome da religião cristã. Gran Capitán esteve envolvido em várias lutas inclusive contra o reino muçulmano em Granada, contra os franceses defendendo o reino de Aragão e de novo contra os franceses em Itália, a pedido do papa Alexandre VI.
La Gloria
Enquanto estávamos nesta zona da cidade decidimos ir petiscar mais qualquer coisa. Foi assim que nos vimos sentados neste restaurante com uma atmosfera descontraída, quase mais de taberna ou de café do que propriamente de restaurante.
Como não tínhamos muita fome decidimos pedir um prato e partilhar entre os dois. O que queríamos experimentar desde que tínhamos andado a pesquisar sobre pratos tradicionais era o flamequín, que consiste em lombo de porco enrolado em fatias de presunto e depois panado. Estávamos convencidos que íamos adorar. Havia várias versões deste prato neste restaurante, o tradicional ou o especial que se podia escolher com queijo Roquefort, com rabo de Toro ou a versão cordobés. Nós decidimos experimentar o flamequín cordobés.

As expectativas eram altas, mas infelizmente foi uma desilusão. Havia qualquer coisa ali que sabia a ranço. Nós pensámos que era o presunto ou talvez o ovo picado, que parece que faz parte da versão do flamequín cordobés. Foi uma pena, até porque voltámos a experimentar o flamequín, desta vez o tradicional, num restaurante em Sevilha e aí adorámos este prato, tal como esperávamos.
É com muita pena que baseado na nossa experiência, a La Gloria tenha ficado aquém das expectactivas. Até porque o interior do restaurante é super giro e gostámos bastante do ambiente, mas da comida nem tanto.
Iglesias de la Rota Fernandina
Iglesia de Santa Marina, Iglesia de San Augustín y Eglesia de San Lorenzo
Antes de voltarmos para o apartamento para descansarmos um bocado antes do jantar, fomos visitar as igrejas que ficavam perto de onde estávamos, a iglesia de Santa Marina, Iglesia de San Augustín, Iglesia de San Lorenzo e Iglesia del Carmen. As primeiras 3 igrejas fazem parte da rota das igrejas Fernandinas, razão por a qual as escolhemos visitar.



Iglesia del Carmen
A igreja del Carmen foi originalmente o convento da Ordem dos Carmelitas Calçados, a qual se estabeleceu em Córdoba em 1580. Hoje em dia, os edifícios do convento foram transformados e fazem parte da Faculdade de Direito. No entanto, a igreja em si ainda pode ser visitada. Apesar desta igreja não fazer parte da rota das igrejas fernandinas, a entrada á gratuita.
Taberna Casa Bravo
Depois de visitarmos as igrejas e de um dia bastante preenchido que começou bastante cedo voltámos para o apartamento.
A ideia era descansarmos por umas horas antes de irmos jantar. E como já não queríamos andar muito decidimos ir à Taberna Casa Bravo. E que escolha maravilhosa! Aconselho este restaurante, aconselho mesmo muito.


Apesar de termos andando a petiscar durante a tarde às 9 da noite, a hora em que fomos jantar, a fome já tinha voltado. E como era um jantar de aniversário demo-nos o direito a ter entradas, prato principal e sobremesa. E tentámos escolher pratos que ainda não tínhamos provado até então.
Para entradas pedimos:
- Patatas bravas – batatas com molho picante
- Croquetas de punchero – croquetes tradicionais
Para prato principal pedimos uma sopa chamada de Potaje Flamenco de Garbanzos Y Espinacas con Chorizo.

Não sabíamos muito bem o que esperar deste potaje, mas o que nos chegou foi uma sopa deliciosa de grão-de-bico com espinafres, chouriço e outras carnes. O meu marido que disse só queria comer as patatas bravas com os croquetes mandou logo vir também uma sopa para ele. Pedimos meia ración, mas o que nos chegou foi um prato cheio. Nem quero imaginar como seria se tivéssemos pedido a ración! Para sobremesa mandámos ainda vir uma fatia de Pastel Cordobés para dividirmos. O pastel era feito de massa folhada e o recheio sabia a geleia de gila.

Em Córdoba, este foi o melhor restaurante e voltávamos aqui num piscar de olhos. Houve dois restaurantes que gostámos muito nesta viagem, este, a Taberna Casa Bravo, e o restaurante Bodegón Afonso XII onde jantámos na última noite em Sevilha. Não sei dizer qual foi o melhor, ambos estão no topo. Se vierem a Córdoba e se puderem apenas escolher um restaurante, este é sem dúvida a nossa sugestão.
Próximo post
Depois do jantar voltámos para o apartamento até porque saímos do restaurante já eram 10 da noite. Para o dia seguinte íamos descobrir como é o pequeno-almoço tradicional e visitar dois dos locais mais importantes de Córdoba, a Mezquita-Catedral e o Alcázar de los Reyes Cristianos. Fica isto para a próxima semana.
One thought on “Experimentar a gastronomia local enquanto se visita Córdoba”