Indíce neste post
- Roteiro pelo sul de Espanha
- Primeiro hotel em Sevilha
- Chegar a Ronda
- Em Ronda
- Um intervalo não requisitado
- Mirador de los Viajeros Románticos
Para a nossa primeira viagem de 2025 queríamos ir a um sítio onde a probabilidade de estar sol fosse alta e onde as temperaturas fossem amenas. Depois de semanas sem ver o sol e com a noite a chegar às 3 da tarde estávamos a precisar de uma mudança de clima. Afinal viver em Inglaterra tem estas ‘pequenas’ desvantagens. Como já há algum tempo tinha Sevilha na ideia, marcámos uma semana para visitar Sevilha e já agora incluir outras cidades, que acabaram por ser Ronda e Córdoba.
Roteiro pelo sul de Espanha
O itinerário teve que ser organizado atempadamente para sabermos como e quando íamos para cada cidade. Ficou então escolhido voar para Sevilha no sábado à noite e ficar lá uma noite. No dia seguinte, apanhar o autocarro de manhã para Ronda. Na segunda-feira apanhar os comboios para Córdoba e depois passado 2 dias e meio o comboio para Sevilha onde ficaríamos mais dois dias antes de voltar para casa.

Com este itinerário em vista e com os bilhetes para visitas e transportes comprados atempadamente partimos de Londres para Sevilha. Deixo já aqui o spoiler que foi uma viagem fantástica, adorei imenso Sevilha, espantei-me com Córdoba e fiquei enamorada por Ronda.
Primeiro hotel em Sevilha
Aterrámos já ao final do dia em Sevilha e fomos logo para o hotel, onde iríamos passar a primeira noite. O hotel era o Ibis Styles Sevilla City Santa Justa. Para aqui chegar do aeroporto apanhámos o autocarro EA e a viagem demorou cerca de meia hora. Foi também este o autocarro que apanhámos quando voltámos para o aeroporto. Os hotéis desta viagem foram reservados em duas plataformas, no booking.com e no trip.com.

No total ficámos em 2 hotéis diferentes em Sevilha e este foi sem sombra de dúvidas o melhor. Apesar de o termos escolhido por engano; quando tínhamos estado à procura de como ir de Sevilha para Ronda pensámos que o autocarro passava pela estação de comboios de Santa Justa, a poucos minutos do hotel. Afinal esse percurso já não é feito e para apanhar o autocarro tem de se ir à Plaza de Armas que fica a cerca de 40 minutos a pé. Mas foi um erro feliz, gostei imenso da decoração do quarto, do ambiente do hotel, o recepcionista foi muito simpático e o pequeno-almoço o melhor da viagem. E este foi mais barato do que o outro hotel onde depois ficámos na cidade. Por isso se for para ficar em algum sítio aconselho o hotel Ibis Styles. Pode ser este em Santa Justa ou outro da mesma cadeia de hotéis que estão espalhados pela cidade.

Com o check-in feito e as malas pousadas no quarto era hora de irmos jantar. Infelizmente a hora tardia impedia-nos de escolher livremente o que queríamos comer pois já não havia muitos estabelecimentos abertos àquela hora que vendessem comida. Mesmo quando perguntámos ao recepcionista, quando fizemos o check-in, disseram-nos que àquela hora só havia um sítio local, mas mesmo aí a cozinha fechava em meia hora. Como também não queríamos estar a fugir, até porque haveria muitas oportunidades para experimentar a cozinha local, acabámos por ir parar ao ‘nosso’ local de emergência: o Burguer King.


E estava bastante cheio principalmente quando já estávamos sentados, pois tinha mesmo nessa altura terminado um jogo de futebol. E já se sabe que no Burguer King a comida é rápida, razoavelmente barata e não há muito que enganar. E nos dias seguintes fartamo-nos de experimentar restaurantes locais.
Depois do jantar fomos para o quarto. Afinal tínhamos que acordar cedo no dia seguinte para ir apanhar o autocarro.
Chegar a Ronda
No domingo de manhã acordámos ainda não eram 8 horas para nos arranjarmos, irmos tomar o pequeno-almoço, o qual já disse acabou por ser o melhor da viagem, e pormo-nos a caminho para a Plaza de Armas. Como não conhecíamos bem a zona saímos por volta das 9 da manhã para chegar à estação de autocarros com algum tempo de antecedência.
Quando começámos a nossa caminhada matinal de 40 minutos, o tempo estava meio ‘xoxo’ com bastante nevoeiro, mas durante o caminho o nevoeiro levantou-se e quando chegámos ao autocarro já o sol brilhava num céu azul sem nuvens.


O nosso autocarro estava marcado com saída às 10 da manhã. Tínhamos já comprado os bilhetes com 10 dias de antecedência com medo que se pudessem esgotar. Comprámos os bilhetes na Omio (https://www.omio.com/) e cada bilhete ficou a 12 euros e pouco. A companhia de autocarros que escolhemos chama-se DAMAS e não tivemos qualquer problema com os bilhetes ou com a viagem.


A viagem demorou 2 horas e pouco e passou num ápice. Isto também porque a viagem entre Sevilha e Ronda é muito bonita, passa-se por vales, montes, montanhas e castelos. Sem falar das pequenas vilas. Paisagens completamente arrasadoras que mostraram que viajar de autocarro para Ronda tinha sido a escolha certa.
Em Ronda
Hotel Colón
Quando chegámos a Ronda fomos primeiro ao nosso hotel. Apesar de ser bastante cedo para fazer o check-in queríamos perguntar se podíamos deixar as malas e mais tarde voltar ao hotel para receber a chave do quarto. O hotel onde ficámos foi o Hotel Colón com uma óptima localização. Em 15 minutos estava-se no centro da cidade e mesmo ao lado tinha-se a Alameda do Tajo, um dos locais mais famosos da cidade.
Quando chegámos ao hotel disseram-nos que se voltássemos à 1 o nosso quarto estaria pronto e que poderíamos entrar mais cedo (eram agora perto do 12:20). Assim sendo, decidimos deixar as nossas malas e começar o nosso percurso por Ronda e a meio voltar para trás para fazer o check-in.
Iglesia de Nuestra Señora de la Merced
Com vista a voltar dali a quarenta minutos fomos primeiro visitar a igreja que ficava mesmo ao lado do hotel, a iglesia de Nuestra Señora de la Merced. Apesar de linhas simples o edifício é impossível de passar despercebido. A igreja é mais conhecida por guardar a relíquia ‘mano incorrupta de Santa Teresa’. Santa Teresa de Ávila reformou a Ordem Carmelita juntamente com São João no século XVI. Desta reforma resultou um braço da Ordem Carmelita, la Orden de los Carmelitas Descalzos, que se focava na oração, na vida comunitária e na austeridade. A palavra ‘descalzos’ neste tópico significa vida de pobreza e de simplicidade.


Junto à igreja encontra-se o convento onde moram as últimas 4 freiras parte desta Ordem. De momento, estão numa angariação urgente de mais membros pois de acordo com as leis do Vaticano, o convento requer no minímo a presença de 6 membros para se manter aberto. E por isso este convento do século XVI está em risco de ser encerrado.
Alameda del Tajo
Mesmo ao lado da igreja fica a Alameda del Tajo. Para quem não sabe ‘tajo’ em espanhol significa corte e neste caso significa desfiladeiro. E a palavra tajo aplica-se aqui uma vez que a cidade de Ronda é separada por um grande desfiladeiro. A Alameda del Tajo leva-nos através de um jardim até à ponta desse desfiladeiro. E as paisagens daqui são completamente inesquecíveis.
Indo tanto pela rua acima ou pela rua abaixo vão-se encontrando pequenos miradouros, mas a paisagem acompanha-vos por todo o caminho. No Mirador del Coño que tem ao centro um pequeno coreto encontrámos um ambiente de sonho, não só tínhamos aquela paisagem como um senhor a tocar músicas na concertina.
Plaza de Toros de la Real Maestrana de Caballería de Ronda
Descendo pela rua de repente vimos uma estátua imponente de um touro. Esta estátua ficava mesmo em frente à praça de touros onde hoje em dia também se encontra um museu que conta a história das touradas e das personagens importantes de Ronda nesta arte. Ambos podem ser visitados.

Aliás, as touradas é algo muito importante para Ronda, pois diz-se que esta cidade foi o berço das touradas, onde estas se tornarem uma arte e ganharam a fama que as segue até hoje.
Eu como sou completamente contra esta arte não quis entrar na praça de touros, nem aqui nem em Sevilha, mas fica aqui a dica para quem estiver interessado. Contudo ainda tirámos a fotografia à estátua do touro.

Descemos mais um pouco pela alameda e parámos no Mirador de Ronda. E acreditem que aquela paisagem não cansa.
Puente Nuevo e miradoro de Aldehuela
Quando se chega ao centro da cidade chega-se à ponte mais famosa do sul de Espanha, el Puente Nuovo. Esta ponte é sem dúvida a parte mais conhecida de Ronda e mesmo que nunca tenham ouvido o nome desta cidade com certeza que já viram alguma fotografia da grande ponte de 98 metros. Aliás foram estas fotografias que nos fizeram incluir Ronda no nosso itinerário. E ainda bem que o fizemos.

Puente Nuevo (ou ponte nova) liga as duas partes da cidade, a parte nova e a parte velha, separadas pelo alto e majestoso desfiladeiro no qual passa as águas do rio Guadalevín. Pela cidade espalham-se vários miradouros e para uma visão superior o melhor é o Mirador de Aldehuela. É impossível ficar indiferente perante a ponte e as fotografias são muito pouco comparado com a experiência de estar ali ao vivo.
A ponte começou a ser construída em 1751 e só foi acabada passado 40 anos depois em 1793. As obras deste grande projecto foram dirigidas por José Martín de Aldehuela (quem deu o nome ao miradouro). A ponte foi construída em três estágios, primeiro a base e o arco inferior, depois o grande arco e a sala por cima do arco que funcionou como prisão e hoje é um centro de interpretação com informação relevante sobre a ponte. Por último, foram construídos os dois arcos laterais.
Esta não foi a primeira ponte a ser construída em Ronda. Em 1735 já tinha sido ali construída uma ponte com 35 metros de diâmetro. Infelizmente, o arco da ponte desabou 6 anos mais tarde tirando a vida a cerca de 50 pessoas.
Hoje em dia Puente Nuevo é sem dúvida o que traz mais turistas a Ronda.
Um intervalo não requisitado
Como já estava a chegar a 1 da tarde voltámos para o hotel, contentes por pudermos entrar no nosso quarto mais cedo, mas com alguma pressa para não perdermos muito tempo a retomar o nosso percurso que continuava no sentido contrário.
Quando chegámos ao hotel disseram-nos que o quarto ainda não estava pronto e para esperamos mais uns 15 minutos. Para não ficarmos ali a olhar para o nada fomos para o café que faz parte do hotel e pedimos umas cervejas para aproveitarmos o melhor daquela interrupção. Assim também tivemos oportunidade de conhecer este espaço.

No entanto, os 15 minutos passaram e mais 10 até que perguntámos se o quarto já estava pronto. Disseram que levaria mais 10 minutos. Como já estávamos quase a perder 1 hora do dia com o voltar para trás e esperas, dissemos que depois voltávamos mais tarde. A recepcionista ainda ficou com um ar meio ofendido. Mas lembrem-se que nós só tínhamos pedido para guardar as malas não para fazer o check-in mais cedo. E lembremo-nos que tínhamos apenas um dia para visitar Ronda.

Por isso voltámos a sair e a caminhar de volta ao ponto onde tínhamos estado, junto à ponte nova. Talvez de toda a nossa experiência de Ronda, isto foi talvez o que deixou um sabor mais amargo. Se não conseguem cumprir simplesmente não prometam nada que neste caso teria sido melhor para nós.
Mirador de los Viajeros Románticos
Passámos pela Puente Nuevo e chegámos a um cruzamento. Primeiro íamos explorar a parte à direita e mais tarde voltaríamos a este ponto para explorar a parte à esquerda. Este cruzamento é facilmente conhecido pelo bonito mural de cerâmica conhecido como os Viajeros Románticos. À volta do mural principal existem outros mais pequenos com frases e pensamentos alusivos a Ronda escritos por viajantes románticos ao longo da história.

Para o próximo post
Virámos à direita para irmos visitar aquela parte da cidade que incluía a Casa Museu Don Bosco, percorrer o Desfiladero del Tajo e visitar algumas das ruínas da cidade árabe. Tudo isto no próximo post.
One thought on “Preparativos da viagem ao sul de Espanha e primeiro reconhecimento de Ronda”