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Brunch em Gavà
Domingo, o último dia da viagem, amanhecia mais uma vez solarengo. Aliás um dia de verão em pleno outubro. Todos os dias que tínhamos estado em Barcelona tinham sido de calor, mas o de hoje seria particularmente quente.
Ao contrário de Sábado, hoje acordámos um bocadinho mais tarde. Como metade do nosso grupo tinha voo no início da tarde decidimos passar uma manhã lazeira em Gavà. Saímos de casa já perto das 11 da manhã para ir tomar o brunch. Escolhemos o ‘El Cafe de la Rambla’ que fica na rua principal de Gavà. Sentados à esplanada aproveitámos aqueles últimos momentos em família num ambiente relaxado e sereno antes de apanharmos o autocarro (L99) para o aeroporto.


Depois de deixarmos os que partiam mais cedo para casa, apanhámos o autocarro para Barcelona, afinal o nosso voo era só às 10 da noite e mesmo assim acabou por se atrasar e sairmos bem mais tarde.
Montjïuc
Desta vez fomos para a zona de Montjïuc. Já tinha visitado uma parte deste lugar em 2017 (ver aqui) como por exemplo o castelo com vistas maravilhosas especialmente para a zona de Barceloneta, mas nesta montanha havia muito mais para visitar. Hoje iríamos ficar pela parte do sopé da montanha onde fica o Museu Nacional de Arte da Catalunha, as Torres Venezianas e a Fonte Mágica. Esta zona foi completamente transformada devido à Exposição Universal que decorreu em 1929 em Barcelona.
Tal como a de 1888 também a exposição de 1929 impulsionou a arte e a cultura na cidade. Brevemente vou só dizer que a Exposição Universal é uma espécie de feira onde cada país tem a oportunidade de mostrar os grandes feitos da sua nação, o que pode ser em diferentes áreas tais como cultura, arte ou engenharia. Esta exposição oferece a oportunidade de conhecer o que está a acontecer no mundo, especialmente numa altura em que não havia internet e por isso a informação e o conhecimento não eram tão facilmente acessíveis. Como vimos quando falámos do Parc de la Ciutadella, em 1888 esse foi o local da exposição enquanto que em 1929 foi aqui em Montjïuc.
Torres Venezianas

Quando chegámos a este local o primeiro monumento que vimos foram as Torres Venezianas. Estas duas torres são símbolos icónicos da cidade fazendo parte do legado deixado pela exposição de 1929. Aliás estas duas torres foram instaladas para servirem de entrada à Exposição Universal. As duas torres simétricas foram construídas entre 1927 e 1928 com base na torre do Campanário de São Marcos em Veneza e por isso o seu nome, Torres Venezianas. Apesar de a torre de Veneza ter maiores dimensões, estas duas torres não deixam ninguém indiferente. A parte engraçada é que estas torres quando foram construídas eram para ser temporárias, ou seja, depois da exposição eram para ser demolidas. E por isso os materiais usados na sua construção não foram os de melhor qualidade. Como depois da exposição decidiu-se em manter as torres tem desde então havido um trabalho imenso de manutenção para compensar a falta de qualidade dos materiais.
Fonte Mágica

Depois de admirarmos as Torres Venezianas seguimos pela estrada em direcção à escadaria que subia para o Museu Nacional de Arte da Catalunha. A meio do caminho ainda parámos brevemente perto da Fonte Mágica. O seu nome é devido ao conhecido espectáculo de luzes e jactos de água organizado à noite. No entanto nos tempos que correm infelizmente este espectáculo está cancelado pois Barcelona, ou melhor toda a Espanha, tem sofrido de seca extrema. Sendo assim a água fornecida a esta fonte foi cortada. Um alerta de emergência foi comunicado pelas autoridades no início de 2024 depois de 3 anos de seca extrema. Por enquanto o espectáculo da Fonte Mágica é apenas uma miragem.
Quatro colunas
Entre a fonte e o museu, enquanto se sobe pelas escadarias, encontram-se as quatro colunas. Estas colunas não são as originais, as primeiras foram construídas em 1919 e demolidas em 1928. A sua demolição foi ordenada pelo Miguel Primo de Rivera y Orbaneja, ditador que governou Espanha entre 1923 e 1930, por representarem o nacionalismo catalão. A altura em que a ordem de demolição foi dada esteve ligada à Exposição Universal que decorreria no ano seguinte e que traria todas as nações a Barcelona.

Felizmente em 2008 o Parlamento da Catalunha com o apoio de todos os partidos políticos aprovou a restituição deste símbolo catalão. Em homenagem aos patriotas catalães as colunas foram reconstruídas em 2010 a poucos metros do seu local original.
Museu Nacional de Arte da Catalunha
Ao chegar ao topo das escadarias ficámos frente a frente com este magnífico edifício que é o Museu Nacional de Arte da Catalunha. E o melhor era que se olhássemos para trás teríamos uma vista magnífica daquela parte da cidade.

A entrada do museu é paga tirando sábados depois das 3 da tarde e primeiros domingos do mês. Sem planearmos fomos visitar o museu no primeiro domingo do mês de outubro com a agradável surpresa de o puder visitar gratuitamente. Mas tivemos de ser rápidos porque o museu fechava às 3 e nós a entrar uma hora antes de fechar. Mesmo assim tivemos a oportunidade de visitar várias colecções do museu como por exemplo:
- Românico medieval
- Gótico medieval
- Renascença e Barroco
- Arte moderna


Mas há muito mais para visitar por exemplo colecções de fotografia, desenhos, gravuras e cartazes. A construção deste museu foi impulsionada pela Exposição Universal em 1929 tendo as colecções aumentado com o tempo o que levou também à remodelação das várias salas dentro do museu.
Para mais informações sobre o museu clique no seguinte link: https://www.museunacional.cat/ca
Miradouro panorâmico do centro comercial Arenas de Barcelona
Como às 3 da tarde o museu fechou voltámos a descer as várias escadarias, a passar pelas Torres Venezianas e a entrar no centro comercial que fica de frente, o Arenas de Barcelona. Como estava realmente calor, de tal maneira que se tivéssemos decidido antes fazer um dia de praia não teria de todo sido uma má ideia, aproveitámos o ar condicionado e um dos cafés para nos sentarmos a tomar uma bebida fresca.

Mas a ideia de virmos a este centro comercial não foi nem pelas lojas nem pela bebida ou comida. Viemos sim pelo miradouro que fica no topo do centro comercial. E nem um cêntimo custa! O miradouro panorâmico de 360º oferece vistas magníficas de toda a cidade principalmente da zona de Montjïuc. Fica aqui a dica!
Ramen Shifu
Antes de irmos para o aeroporto ainda havia tempo para uma última refeição. E desde o início da viagem que sabíamos onde queríamos ir. Ramen tem-se tornado um dos pratos japoneses mais famosos da cidade com vários restaurantes óptimos (muito bem avaliados) por onde escolher. Como o meu marido tinha experimentado Ramen Shifu em Valência e tinha adorado era num destes locais da franchise que íamos finalizar a nossa viagem a Espanha. O restaurante mais perto de onde nos encontrávamos era o que ficava ao pé do Passeig de Gracía e até podíamos ter lá chegado em menos de 15 minutos se tivéssemos ido de metro, mas decidimos ir a pé num passeio de meia hora. O caminho é sempre a direito por isso não havia muito que enganar.

Quando chegámos o restaurante estava practicamente vazio e rapidamente nos vimos sentados numa das mesas. A decoração do restaurante era muito gira com vários desenhos animados japoneses (também conhecido por anime) espalhados pelas paredes.
Para localizações e mais informações visitem o website oficial: https://www.ramenshifu.com/
Vou já ser spoiler e dizer que não achei a refeição nada de especial e mesmo o meu marido disse que os mesmos pratos que tinha comido em Valência tinham sido melhores lá. Ou seja, para mim infelizmente foi uma desilusão. Mas talvez porque também ia com grandes expectativas.
Para entrada pedimos Takoyaki, 4 croquetes de polvo com molho de okonomiyaki e maionese decorados com flocos de peixe. Da refeição este foi o prato que gostei mais mas o rácio polvo:massa não estava a melhor, muita massa e pouco polvo. Ficou até a pergunta no ar se um dos croquetes tinha polvo. Para ramen eu pedi o Fried Chicken Ramen para não ser o mesmo que o do meu marido, e foi uma grande desilusão – sabia a canja. O molho sabia exactament a canja. O do meu marido, o Spicy Fried Chicken Ramen era muito melhor. Apesar de ele ter pedido um nível de picante mais alto do que devia. Mas pronto, parece-me que eu é que pedi mal. Acontece. Mas claro que não fiquei super fã deste restaurante, mas talvez tenha só de voltar e pedir algo diferente. Algo com menos sabor a sopa portuguesa, isso é certo.


Aliás o mesmo se passou este mês, mas agora em Inglaterra. Um dos famosos restaurantes franchise para comer ramen no Reino Unido é o Wagamama. E eu adorei o meu ramen de carne de porco desfiada e o meu marido odiou o dele, o de carne de vaca. Por isso digo que talvez tenha sido eu a escolher mal, porque certamente uma má escolha pode ter um impacto imenso sobre opinião com que ficamos sobre um certo restaurante.
E foi aqui que se acabaram as nossas 48 horas em Barcelona. Apesar de tudo visitámos imensos locais para o tempo que tínhamos. E adorámos cada minuto. O que aprendemos sobre a cidade? Que o modernismo revolucionou Barcelona, que um arquitecto chamado Gaudí deu um valor artístico e cultural imbatível a Barcelona e que explorar pequenas cidades como Gavà é como encontrar pequenos tesouros escondidos.
Se tiverem mais dias para explorar Barcelona não deixem de ir ao topo do Montjïuc, visitem as ruazinhas do Bairro Gótico e espantem-se no museu do chocolate. Isso e muito mais podem ver na página sobre a minha viagem de 4 dias a Barcelona: