3 dias em Dublin & montanhas Wicklow

Índice para esta página:

  1. Preparativos para a viagem
    1. Voar para a Irlanda
    2. Autocarro do Aeroporto de Dublin para o centro da cidade
    3. Hotel Riu Plaza The Gresham Dublin
    4. Tour gratuita pela cidade
  2. Primeiro dia – Dublin
    1. Livro de Kells & Trinity College
    2. Estátua de Molly Malone
    3. Catedral de Cristo
    4. Guinness Storehouse
    5. Ponte Ha’penny
  3. Segundo Dia – Excursão até às Montanhas Wicklow
    1. Detalhes da excursão
    2. Primeira paragem no cemitério de Glencree
    3. Segunda paragem em PS. I Love Bridge
    4. Guinness Lake
    5. Glendalough Lake
    6. Avoca Village
  4. Dublin à noite
    1. Fitzsimons Temple Bar
    2. Temple Bar
    3. Donuts em Dublin
  5. Terceiro dia – Dublin
    1. St Patrick’s cathedral

Primeira viagem de 2020, Dublin na República da Irlanda. Depois de muito nos espremermos para conseguir juntar um dia de férias a um fim-de-semana lá conseguimos no início de Janeiro fazer esta viagem. Partimos no Sábado de manhã, num voo que pensámos ser rápido, afinal de Londres a Dublin demora-se cerca de 1 hora. Sabíamos de antemão que o tempo não ia ser o nosso melhor amigo, dava chuva para Sábado e Segunda, sendo o Domingo o dia de sol entre tempestades. No entanto subestimámos o quanto pode ser violenta uma tempestade na Irlanda. O voo de ida revelou-se uma experiência que eu direi enriquecedora em vez de aterradora uma vez que o senhor piloto tentou aterrar 2 vezes enquanto nos lançava numa descida própria de montanha russa. Havia quem rezasse, quem soprasse como se estivesse a dar à luz e quem simplesmente se agarrasse à cadeira da frente como se esse gesto as protegesse de alguma forma no caso do avião cair. Tudo teria valido a pena se no final tivéssemos aterrado no sítio certo, mas depois da segunda tentativa falhada decidiram aterrar em Shannon. O meu marido ia tão distraído que quando saiu do avião pensou ter aterrado em Dublin, o que o piloto disse não ir acontecer só para aí umas 3 vezes.

Distância entre Dublin (onde era suposto aterrarmos) e Shannon (onde aterrámos)

Como podem ver no mapa acima estávamos naquele momento do outro lado do país. Nada de especial. Pois, não, eu não gostei nada de perder meio dia no autocarro entre Shannon a Dublin, num fim-de-semana em que já achava que o tempo era pouco. O autocarro foi fornecido pela Ryanair, a companhia aérea com a qual tínhamos voado. Ao menos isso!

Portanto a viagem não estava a começar da melhor forma, primeiro acordar às 5 da manhã para apanhar o avião, depois aterrar do outro lado do país, passar 3 horas de viagem no autocarro que parou, atenção!, no aeroporto de Dublin, não no centro da cidade. Chegámos finalmente a Dublin, depois de apanharmos um segundo autocarro que nos levou do aeroporto até ao centro da cidade, por volta das 2 e meia da tarde.

Agora passando ao lado positivo da viagem e deixando para trás os azares do início do dia. Apanhámos o autocarro para o centro da cidade rapidamente. Podíamos apanhar o 700 ou o 747, que passam constantemente, o preço do bilhete é 7 euros por pessoa (sim é caro, mas lembrem-se é Dublin) e nós como ficámos instalados no hotel Hotel Riu Plaza na O’Connell Street, saímos na paragem que ficava a menos de 2 minutos de distância.

Nome completo Hotel Riu Plaza The Gresham Dublin, um hotel de 4 estrelas mesmo no centro da cidade. Nós marcámos, como muita vezes, o nosso quarto usando a plataforma do booking.com, incluindo pequeno-almoço. O átrio e a zona da recepção do hotel transmitiam uma certa classe que nós gostámos muito, para além que o nosso quarto era super-espaçoso. Eu realmente adorei a nossa estadia.

O pequeno-almoço (fotografias em baixo), achei-o bastante variado e com boa qualidade. Não me teria importado nada ter ficado hospedada mais um dia ou dois, confesso que não de todo.

Falando em localização do hotel na cidade não poderia ser melhor. O hotel está localizado numa das ruas com mais comércio da cidade onde existem vários restaurantes, bares, cadeias de fast-food, mesmo em frente ao hotel há uma estação onde param imensos autocarros e fica a uma distância simpática de todos os pontos turísticos da cidade. Talvez se disser que fica na rua onde se encontra o “Spire of Dublin”, imagino que se chame em português o Pináculo de Dublin (?) (ou algo semelhante), um monumento em aço em forma de agulha que mede 120 metros de altura sendo a maior escultura do mundo, vocês percebem o quanto bem localizado era a nossa escolha para dormida. Num dos serões também experimentámos o bar do hotel o que foi bastante relaxante depois de um dia e noite animados. Os preços das bebidas são similares às dos pubs da cidade, para além que o Baileys Coffee era mesmo bom (fotografia abaixo à esquerda).

Voltando à nossa viagem, fizemos então o check- in no hotel, pusemos as nossas malas no quarto e saímos finalmente para explorar a cidade. Infelizmente, como perdemos metade do dia já não fizemos o que se tinha planeado para a manhã que era tomar um pequeno-almoço reforçado ao pé do hotel e depois juntarmos-nos a uma das tours gratuitas pela cidade, de maneira a como tínhamos pouco tempo em Dublin, aproveitarmos para explorar desta forma os sítios mais importantes e depois entrar onde realmente achássemos que valia a pena. As tours se estiverem interessados são de 3 horas e existem pelo menos duas companhias que as fazem. Ambas fazem excursões em Inglês e em Espanhol. Os sites para as duas companhias encontram-se abaixo para que possam ver os horários. A principal diferença poderá ser onde a tour começa, nesse aspecto pode ser que uma destas tours vos de mais jeito que a outra.

https://www.dublinfreewalkingtour.ie/freetoursouth

https://www.neweuropetours.eu/sandemans-tours/dublin/free-tour-of-dublin/

Dublin significa Guiness e Guiness em Dublin significa a fábrica da Guiness. Com apenas a tarde de Sábado para explorar Dublin, decidimos focar-nos nas principais e mais importantes atracções da cidade, o que incluía entrar pelo menos na Guinness Storehouse (Fábrica da Cerveja Guinness) e ver o Livro de Kells que se encontra na Biblioteca Velha (Kells book and Trinity College Dublin). Entretanto, íamos aproveitando para passar por outros pontos importantes da cidade que não requereriam muito tempo.

Interior da biblioteca da Trinity College

Começámos por esta zona da cidade pois era um dos sítios que eu queria muito visitar. Para quem não sabe (eu não sabia antes de visitar Dublin) o livro de Kells é um dos maiores tesouros da Europa medieval. Um manuscrito em Latim que contém os quatro evangelhos do Novo Testamento assim como vários textos introdutórios e tabelas. Diz-se que o livro foi escrito por monges cristãos por volta de 800 D.C. Como tal, o livro de Kells é considerado o maior tesouro nacional da Irlanda.

Em relação à biblioteca, a sua câmara principal chamada de “Long Room” (Sala Comprida) foi construída entre 1712 e 1732. A sala tem quase 65 metros de comprimento e mais de 200000 livros entre eles livros raros. O lindíssimo tecto abobado da sala foi construído em 1860 com o intuito de criar mais espaço para livros. Ao longo da sala encontram-se bustos de mármore representando personagens importantes nas áreas da filosofia e literatura, como é o caso de Aristóteles e Shakespeare, por exemplo.

Alguns factos interessantes sobre a biblioteca

– Letras que faltam

Em cada coluna há uma sequência alfabética de letras. No entanto, nem todas as letras do alfabeto figuram na coluna. Falta por exemplo a letra “J” visto não existir esta letra no Latim.

– Fita branca

Alguns livros que se encontram nas prateleiras têm à sua volta uma fita branca. Esta fita de algodão é usada para segurar capas e folhas soltas.

– Passagens secretas

Quando se olha para a parte superior da Long Room, à primeira vista parece que cada secção está separada. Então como se poderia passar de uma secção para a outra? É possível devido à existência de “passagens secretas” entre as prateleiras.

Livros com fita branca e a ausência da letra “J” na coluna
Experiência pessoal:

O cheiro a papel antigo, a imponente sala e saber que existem naquele espaco livros muito antigos faz que este sítio seja paragem obrigatória em Dublin. O bilhete de entrada custa 8 euros por pessoa (mas sinceramente acho que se subirem as escadas para o Long Room acabam por não pagar nada) e passeámos por esta zona durante cerca de meia hora. A parte exterior do Colégio também é muito bonita e vale a pena perder um bocadinho a passear por aqui, especialmente se não estiver a chover.

Parte exterior do Trinity College

Depois da Trinity College fomos até uma estátua bastante famosa de Dublin, a estátua de Molly Malone. Agora quem foi Molly Malone? O nome atribuído e a estátua estão ligadas a uma música tradicional Irlandesa “Cockles and Mussels”. Conta a melodia que uma mulher nascida nas províncias de Dublin no século XVII vendia peixe pela rua. Esta árdua trabalhadora acabou por falecer devido a uma febre incurável e reza a lenda que o seu espírito continua a deambular pelas ruas da cidade gritando “Cockles and Mussels, alive, alive-o!” (Moluscos e mexilhões vivos). Não se sabe se Molly Malone foi na verdade uma personagem real ou fictícia. No entanto, a estátua de bronze que se encontra na Grafton Street é real e diz-se que tocar nos seios da estátua traz sorte (daí a cor da estátua ser diferente nesse específico local).

Com o sol já a por-se, pois no Inverno o sol esconde-se por volta das 4 e pouco, fomos nos dirigindo para a Guinness Storehouse. Saindo de zona onde se encontra a estátua de Molly Malone, seguimos para a Catedral de Cristo (Christ Church Cathedral). Na verdade, durante o nosso fim-de-semana passámos por esta parte da cidade, onde se encontra a Catedral, uma série de vezes, não sei se é porque fica mesmo no centro de Dublin ou porque a nossa viagem foi um bocado mal organizada.

O edifício da catedral é facilmente visível devido à sua imponente estrutura. O bilhete de entrada custou-nos 8 euros por pessoa, porque sim, em Dublin para se visitar qualquer coisa é preciso pagar e não é barato. A catedral no seu interior é bonita, com o seu tecto abobado e os vários arcos que separam a zona central dos corredores laterais (fotografias abaixo).

No entanto, o mais curioso dentro desta igreja é a existência de duas múmias. Mas estas são múmias curiosas, porque são pertencentes a um gato e um rato. Na zona da cripta, onde também se encontra a exibição com artefactos e manuscritos de importância religiosa, encontram-se estas múmias. Agora de onde elas vêem? Em 1860 o orgão da catedral passou por um processo de manutenção que levou à separação das várias partes que o constituem. Em um dos tubos do orgão foram então descobertos dois corpos mumificados, o de um gato e de um rato. Pensa-se que estes animais ficaram ali presos no momento em que o gato perseguia o rato e devido às condições únicas dentro do tubo, os corpos ficaram preservados de tal forma que ainda hoje se pode ver os bigodes do gato.

Múmias de um gato e rato em exposição na Catedral de Cristo

Como não queríamos apanhar transportes públicos decidimos ir a pé até à fábrica da Guinness, que ficava a mais ou menos 20 minutos de distância. A poucos minutos da Catedral decidimos que era altura de comer qualquer coisa antes de irmos saborear cerveja. De qualquer forma não tínhamos almoçado com toda a troca de voos de manhã e assim parámos no Boojum, um restaurante de uma cadeia de comida “fast-food” mexicana onde se vendem burritos e tortillas. Nós já tínhamos experimentado os burritos quando estivemos em Belfast (Irlanda do Norte) e por isso estávamos seguros que ficaríamos bem servidos em Dublin.

Chegámos à fábrica da Guinness faltavam 10 minutos para as 5. Estávamos um pouco receosos que não conseguíssemos entrar. Primeiro não tínhamos comprado bilhetes e depois faltava pouco para a última ronda. No entanto tivemos sorte. Tivemos apenas que esperar nem 15 minutos e entrámos. Pelo que tinha lido por vezes há filas bastante longas, por isso acho que tivemos mesmo sorte. O que já era tempo depois do dia complicado que tivemos. Durante a visita aos 7 andares da fábrica foi-nos explicado os vários ingredientes necessários para a confecção desta famosa cerveja, tal como um pouco da sua história e importância para Dublin, acabando por uma pequena lição sobre como a saborear (já viram copos mais fofinhos?). Como esperado o bilhete de entrada inclui uma cerveja (não a do copo pequenino) que preferimos bebê-la no terraço superior coberto com uma vista de 360º sobre a cidade.

Voltámos para o centro da cidade, mais meia hora a andar, e antes de chegarmos ao nosso hotel ainda passámos pela ponte Ha’penny, uma pitoresca ponte pedonal que foi a primeira a ser construída sobre o rio Liffey, conectando as duas margens da cidade, em 1816. Na nossa era moderna é difícil imaginar que os habitantes de Dublin tinham de apanhar o ferry para passar aquele estreito trecho do rio, antes da construção da ponte Ha’penny.

Ponte Ha’penny
Vista do canal e de Dublin da ponte Ha’penny

Na nossa viagem à Irlanda do Norte, o ponto alto tinha sido a Calçada dos Gigantes e a costa irlandesa. Foi por isso que apesar de termos apenas um fim-de-semana prolongado em Dublin quisemos aproveitar o Domingo para visitar não a cidade mas pontos importantes relacionados com a natureza. Depois de muito procurar decidimos-nos por uma excursão às montanhas Wicklow. Existem várias agências que fazem esta viagem por isso não vou dizer que a nossa é a melhor, mas nós não temos nada a apontar de negativo, muito pelo contrário, não podíamos ter ficado mais bem servidos.

The Spire

Depois de um pequeno-almoço no hotel pela manhãzinha fomos apanhar o autocarro que nos levaria às montanhas. O autocarro partia às 9:15 e tínhamos que fazer o check-in a partir das 9 no Dublin Visitor Center que fica na 16 Upper O’Connell Street. Por nossa sorte ficava mesmo ao lado do nosso hotel. Recomendo que quando comprarem os bilhetes escolham um dia que não dê mau tempo, pois este passeio à chuva não tem o mesmo encanto. Nós por acaso tivemos sorte que o único dia que não chovia era aquele em que podíamos participar na viagem. Tal como o motorista disse apanhámos a calmaria entre tempestades. E não se preocupem em comprar os bilhetes com antecedência, nós comprámos-os no dia antes de partimos para Dublin. Se quiserem comprar também bilhetes para a mesma excursão aqui vai o link: https://graylineireland.com/tours/wicklow-mountains-tour/ e o itinerário:

09:00  Check-in at the Dublin Visitor Centre, 16 Upper O’Connell Street, Dublin 1.
09:15   Departure towards the Wicklow Mountains and Glendalough
10:45  Arrive at Glencree Cemetery
11:50   Arrive at P.S. I Love You Bridge
12:15   Arrive at Guinness Lake
13:00  Arrive at Glendalough Lake
15:30  Arrive at Avoca Village
17:30  Arrive back in Dublin City Centre

A maior parte desta hora e meia foi passada dentro de Dublin, uma vez que a viagem se iniciou mesmo no centro da cidade. O motorista, que também era o nosso guia, foi-nos apontando para curiosidades associadas a Dublin, incluindo a sua história e explicação dos vários pontos turísticos.

Perto do cemitério de Glencree, parámos no centro de Glencree (Glencree centre for Peace and Reconciliation) onde existe um cafezinho e uma casa-de-banho. Para chegarmos até ao cemitério descemos primeiro a colina onde nos deliciámos com a maravilhosa entrada para a natureza onde uma pequena cascata cantava àquela hora da manhã.

O cemitério que ficava no topo da outra margem da colina, chama-se Cemitério de Guerra Alemão. Existem 134 tumbas, onde se conhece a identidade de 53 dos sepultados. No entanto, desconhece-se a quem pertence 28 das tumbas ali existentes. Apesar da maior parte dos mortos que aqui jazem serem vítimas da 2ª Guerra Mundial, existem 6 tumbas que pertencem a prisioneiros que viviam no campo de prisioneiros Britânico durante a 1ª Guerra Mundial.

Entrada para o cemitério de Glencree
Glencree

Como podem ver pelas fotografias esta primeira paragem abriu-nos o apetite para a beleza das montanhas Wicklow.

De acordo com o motorista existem pessoas que participam nesta excursão apenas para visitarem esta ponte. Esta ponte é famosa porque foi local de filmagem do filme “PS. I Love You“, um romance dramático realizado em 2007 com Hilary Swank as Holly Reilly-Kenned e Gerard Butler as Gerry Kennedy. No filme é nesta ponte que o casal se conhece e por isso local famoso e de paragem obrigatória a quem vá até às montanhas de Wicklow, mesmo que não tenham visto o filme ou não gostem dele. Eu, apesar de ter visto o filme, não vim no passeio por causa da ponte, mas achei o local muito bonito e sim, talvez até se possa dizer que é um local romântico, se esquecermos os imensos turistas à volta.

Pessoalmente esta foi a melhor paragem do dia. Guinness Lake (o lago da Guinness) ou Lough Tay é um lago dentro de uma propriedade privada que oferece uma paisagem panorâmica magnífica, rodeado por falésias de granito. O nome do lago deve-se à sua forma e cor, que se diz ser semelhante a uma pint de Guinness: a areia branca da praia na costa norte como a espuma da cerveja e a cor escura da água como a própria cerveja. Atenção que apesar de sim, a água que se usa para a confecção da Guiness realmente vir das montanhas Wicklow, a que é usada não tem cor escura. Como disse acima, esta para mim foi a melhor paragem devido à beleza indescritível deste local.

Lago Guinness

Como podem verificar pelo itinerário mencionado mais acima, esta foi a paragem mais longa da excursão. E assim tinha de ser porque este parque nacional tem imenso para oferecer. Um vale entre dois rios com a beleza Irlandesa em pleno para desfrutar. Comecemos pela Cidade Monástica Antiga, uma cidade medieval com mais de 1500 anos onde ainda se erguem as ruínas de igrejas, da Catedral, do cemitério e a distinta torre redonda (imagens abaixo).

Continuando pelo caminho chega-se ao “Lower Lake“, um lago mais pequeno seguido de um muito maior, o “Upper Lake” onde a paisagem é de tirar a respiração (imagens abaixo).

Subindo um pouco a colina tem-se acesso à cascata Poulanass. Nós demorámos cerca de 2 horas a fazer todo o percurso, mas há tabuletas espalhadas pelo caminho a indicarem quanto tempo vos vai levar a chegar a determinado ponto. Para terem uma nocao, entre os dois lagos leva-se mais ou menos 15 minutos a andar. E não, fazer esta caminhada não requer demasiado esforço físico, facilmente se chega a todos os pontos dentro deste parque. No entanto, existe à entrada um mapa que foi-nos aconselhado tirar uma fotografia para não nos perdermos.

Mapa dos trilhos em Glendalough

A nossa última paragem foi nesta pequena vila ou melhor aldeia mais conhecida por ter sido palco de filmagem de várias séries e filmes. Por outro lado, esta zona também é conhecida pelas minas de cobre. Aqui aproveitou-se para uma experiência mais do género gastronómica onde bebemos mais uma pint de Guinness e uma cidra no pub da Avoca Village.

Um dos locais definitivamente mais falados e conhecidos em Dublin, é o Temple Bar District onde se encontra o mais famoso pub da cidade o Temple Bar. Para jantar acabámos por um escolher um pub que fica ao lado do famoso Temple Bar chamado “Fitzsimons Temple Bar”. A comida foi mais ou menos e nós achámos caro e o menu com pouca escolha, por isso não vos digo para virem aqui, assim como nós não voltaríamos a jantar neste local.

Um pouco desalentados pelo fraco jantar fomos até ao Temple Bar ver se nos animávamos. E digo-vos o ambiente ali era tão diferente do anterior como da noite para o dia. O bar estava cheiíssimo, com música ao vivo, muita animação e ainda com decorações de natal, o que eu adorei. O bar é enorme por isso apesar de estar lá dentro imensa gente conseguimos encontrar um balcão e duas cadeiras onde nos sentámos. Eu adorei este pub e consigo perceber o porquê de ser tão famoso. Os preços das bebidas são semelhantes aos dos outros pubs por isso não deixem de ir com medo de terem de deixar lá um braço para puderem desfrutar uma cerveja. Tivemos neste no Temple Bar bastante tempo, mas quando saímos ainda quisemos explorar este distrito. Para além de vários pubs, existem imensos restaurantes principalmente fast-food e lojas de recordações. Imensas pessoas andavam na rua e não achei que fosse uma zona perigosa para andar a noite.

Temple Bar (exterior)
Temple Bar (interior)
Temple bar (interior)
Temple bar (interior)

Como disse à pouco o jantar tinha sido fracote e por isso a dada altura quisemos algo coisa que nos aquecesse o estômago. Eu fui para os doces. Antes de fazer esta viagem não tinha ideia que os donuts fossem uma coisa tão em voga em Dublin, mas existem lojas a vender donuts em todo o lado. E é mesmo em todo o lado. Difícil é resistir. No caminho de regresso fui a uma dessas lojas na rua do nosso hotel, a O’Connell Street enquanto que o meu marido foi ao Burguer King que ficava mesmo ao lado. Ele não parava de dizer que mais valia termos ido ao Burguer King jantar do que ao pub. Como vos disse no post sobre o nosso hotel, a O’Connell Street é uma longa rua onde se encontram imensas lojas, incluindo dois MacDonald’s, dois Burguer King, imensos restaurantes, lojas de recordações e lojas de apoio aos turistas. Mesmo àquela hora tardia havia imensas pessoas na rua e a maioria dos restaurantes abertos por isso se vos der a fome a meio da noite sempre podem vir até aqui.

Donuts numa das lojas em O’Connell Street
Donuts numa das lojas em O’Connell Street

Para acabar a noite e como estava frio fomos para o bar do nosso hotel, o Hotel Riu Plaza The Gresham Dublin, onde bebi um delicioso Irish Baileys e o meu marido uma cerveja Irlandesa. A atmosfera do bar era relaxante e transmitia quietude, exactamente o que precisávamos depois de um dia em cheio.

Últimas horas em Dublin. O mau tempo recomeçara ou seja chuva, chuva, chuva! Começámos por descer a O’Connell Street como o fizemos tantas vezes durante esta viagem. Parámos ao pé do grande Spire of Dublin com a estátua de James Joyce mesmo ao lado. James Joyce foi um escritor, poeta, professor, romancista e crítico literário Irlandês. Considerado um dos mais influentes e importantes autores do século XX teve um grande impacto para a vanguarda modernista.

Languidamente passámos pela ponte O’Connell para o outro lado da cidade e descemos a Grafton street, uma das principais ruas comerciais da cidade até ao parque St. Stephen (St. Stephen’s Green). Apesar de ser um bonito parque e um dos mais importantes da cidade, o tempo não nos permitiu ficar aqui muito tempo e rapidamente seguimos até à nossa última paragem- a Catedral de São Patrício (St. Patrick’s Cathedral). O bilhete de entrada para a catedral custa 8 euros por pessoa e têm incluído a opção de se juntarem a uma visita guiada que começa de meia em meia hora. Confesso que nós começámos pela visita guiada mas rapidamente perdemos o interesse e visitámos a catedral por nossa conta.

A catedral de São Patrício é a Catedral Nacional da Igreja da Irlanda, uma igreja que fiz parte da Comunhão Anglicana. Segundo a tradição, São Patrício usava um poço que existia nas proximidades para baptizar quem se convertesse ao cristianismo e por isso se construiu uma pequena igreja para assinalar o local. O edifício que hoje ali se ergue foi construído em 1220 e ao longo dos séculos foi sobrevivendo a guerras e revoluções. Os bonitos vitrais datam do final do século XIX e inicio do século XX e vários artistas e entidades estiveram envolvidos na sua criação, a razão porque cada janela regista um diferente estilo artístico. Tal como o nome da catedral indica, esta igreja é dedicada ao mais famoso santo da Irlanda. Como tal abriga inúmeras representações de São Patrício. No entanto, como não se sabe ao certo como na verdade ele se parecia há muitas diferentes imagens do santo.

E assim terminava a nossa viagem a Dublin. Apesar de o seu começo ter sido atribulado, o tempo ser próprio de Janeiro e do pouco tempo, acabámos por adorar a cidade e principalmente a beleza natural da Irlanda.


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