




Índice desta página
- Preparação para a viagem
- Costa da Irlanda do Norte
- Dia de São Patrício em Belfast
- Segundo dia em Belfast
- 48 horas em Belfast durante o período natalício
- Vídeo da Irlanda do Norte & Belfast
Preparação para a viagem
Com todos os preparativos para o nosso casamento em Junho as nossas viagens tem sido para Portugal e o “bichinho de ver novos sítios” já andava à volta de mim. Foi por isso que “obriguei” o meu noivo a usar as restantes férias que tinha deste ano para irmos por um fim-de-semana prolongado à Irlanda do Norte. Estudámos qual o fim-de-semana do mês de Março que ambos tínhamos livre e acabou por calhar naquele em que se celebra o dia de São Patrício. Muitos nos disseram que éramos malucos; que a cidade ia estar uma confusão nesta altura, que haveria muito mais pessoas na cidade, que só íamos ver bêbados pelas ruas, eu sei lá. Muitas foram as opiniões e comentários negativos sobre nos aventurarmos-nos neste fim-de-semana em particular em Belfast. Mas sabem que mais? Ainda bem que assim foi, pelo menos pudemos viver e ter contacto em primeira mão com o verdadeiro espírito irlandês. A lição desta historia? Não liguem aos comentários dos outros e vão onde e quando vos apetecer.



E sim, pensámos primeiro em ir a Dublin, uma cidade mais conhecida, mas depois de vermos os preços dos hotéis decidimos que Belfast era um destino mais em conta para as nossas carteiras. Ainda estivemos divididos confesso, mas como um amigo meu, que vive em Belfast se mostrou disponível para nos levar até à costa, a meu ver, um dos pontos principais a visitar na Irlanda do Norte, a nossa decisão foi facilitada. Marcámos os voos – partida no sábado de manhã e volta na segunda à noite. Os voos de Londres para Belfast demoram apenas 1 hora e aterrámos em Belfast por volta das 9 da manhã de sábado. O aeroporto não fica perto do centro da cidade e aconselho-vos a apanharem um autocarro ou o Uber (como nós fizemos na regresso a casa), dependendo de onde fica o vosso hotel.
Costa da Irlanda do Norte
O primeiro dia desta viagem à Irlanda do Norte foi para nós o melhor dos 3 dias. Veio-nos buscar ao aeroporto um amigo nosso que vive em Belfast para depois seguirmos directos para a costa, com paragem a meio na destilaria Bushmills. Se quiserem fazer o mesmo (o que aconselho vivamente porque vale muito a pena) têm duas opções – ou marcam uma excursão que normalmente dura 1 dia inteiro e passa por vários pontos ou então alugam um carro e conduzem vocês pelos locais junto à costa que mais vos agrada. Esta última opção é a minha preferida mas para quem não gosta/possa conduzir há alternativas e não é por isso que não tem forma de visitar a costa do Norte da Irlanda.
Destilaria Bushmills

Como disse acima, fizemos uma paragem a meio antes de chegar à costa , na Destilaria Bushmills. A destilaria abria às 10, e pouco mais tarde era dessa hora quando aqui chegámos. Antes de fazermos a visita fomos tomar o pequeno-almoço ao café adjacente ao bar da destilaria, pois nós já sabíamos que whisky em estômago vazio não é uma boa ideia. Claro que no café os preços são um bocado puxados, mas já se contava com isso. É o assim em todo os sítios turísticos. A visita à destilaria tem que ser feita com um guia, mas começa uma de 10 em 10 minutos, por isso a espera não é longa. O guia avisa logo de início que não é possível tirar fotografias nem gravar dentro da destilaria, daí as fotos serem escassas. A visita em si foi bastante informativa e como já nos tinha sido dada uma explicação detalhada sobre o whisky escocês (Edimburgo) percebemos mais facilmente quais as diferenças que existem entre whisky irlandês e escocês. No final da visita tivemos direito a experimentar dois tipos de whisky, um deles só é vendido ali naquela destilaria. Eu, não sendo muito apreciadora desta bebida fiquei por uma margarita de whisky, uma bebida bem mais feminina.


Calçada dos Gigantes
Depois de mais conhecedores de whisky seguimos para a Calçada dos Gigantes. O tempo quando lá chegámos apresentava-se como o que se espera do Reino Unido, chuva e frio. Para não ficarmos completamente encharcados apanhámos um autocarro que desce até perto do mar, onde se encontra efectivamente a Calçada dos Gigantes. Felizmente enquanto aqui estivemos o tempo melhorou e pudemos desfrutar mais à vontade desta zona. Suponho que a maior parte de vós já tenha visto fotografias da peculiar paisagem que aqui nos é oferecida, as muitas colunas prismáticas de basalto como se formassem uma calçada feita para gigantes, daí o nome. Esta zona foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1986 e como Reserva Natural em 1987.


Existe uma lenda associada a esta zona, claro que existem varias versões mas esta era a que o meu amigo sabia:
“Segundo a lenda irlandesa, ali vivia um gigante chamado Finn MacCool que queria lutar com um gigante escocês, o Benandonner que vivia na costa escocesa em frente. No entanto, o gigante tinha um problema, não existia maneira de ele conseguir atravessar o mar. A lenda conta que MacCool resolveu o dilema construindo uma calçada que ligava as duas costas usando enormes colunas de pedra. O gigante escocês aceitou o desafio e viajou até à Irlanda usando a tal calçada. A mulher de Finn MacCool com medo que o marido fosse morto, enquanto este dormia vestiu-o como se de um bebé se tratasse. Quando Benandonner chegou à Irlanda e viu o “bebé” pensou “Se o bebé é deste tamanho, não quero saber de que tamanho é o pai” e a correr voltou para casa esmagando a calçada pelo caminho, de forma a que o gigante irlandês não o pudesse apanhar.”
Por ali se podem encontrar rochas que dizem ser o orgão que o gigante irlandês tocava e as suas botas. Isto devido à forma das próprias rochas.


Passeámos bastante tempo por ali – sabíamos que aquele seria o ponto alto da nossa viagem (e foi). Haviam de ver o meu noivo, já ele estava contente a tirar milhares de fotos. Como tinha parado de chover subimos a colina a pé e pudemos ver a paisagem de vários ângulos. Atenção para visitar a calçada não é preciso pagar, apenas se quiserem visitar o centro turístico que inclui um museu sobre esta zona, e o autocarro – 1 libra para cada lado. O museu não o visitámos, não achámos que valesse a pena, ao contrário da própria Calçada, que como já disse várias vezes, recomendo mesmo.
Castelo Dunluce
Continuando a conduzir pela costa parámos no Castelo Dunluce.

Este castelo medieval agora encontra-se em ruínas mas ainda pode ser visitado. Infelizmente para entrar paga-se bilhete e decidimos não o fazer. No entanto, não deixámos de passear naquela zona por um bocadinho. Como já era início de tarde a fome começava a aparecer. O meu amigo conhecendo um sítio perto que ele dizia ter sobremesas magníficas dissemos logo que sim já a babar-nos todos. O tal sítio chama -se Ramore. Se aqui quiserem vir aconselho-vos a confirmar a hora que eles estão abertos, isto porque chegámos aqui por volta das 3 da tarde e já não recebiam mais clientes que estavam prestes a fechar. Imaginem o quanto nós ficámos desapontados, afinal era mesmo as tais sobremesas o que nos estava a apetecer. Derrotados, fizemos-nos à estrada e começámos a dirigir-nos a Belfast, com a paragem pelo meio no Dark Hedges.
Dark Hedges
Este local foi palco de gravações da famosa série “A Guerra dos Tronos” e como somos fãs queríamos vir aqui. Na verdade quando aqui chegámos não achámos que fosse um dos sítios mais bonitos, mas pelos vistos tinham cortado há pouco tempo árvores naquela estrada e foi por isso que o panorama não se apresentou tão místico como esperado.

Com este sítio terminava a nossa aventura pela costa irlandesa e seguimos finalmente para Belfast. Ainda foram umas 2 horinhas de viagem até chegar ao nosso hotel. Posso-vos dizer que nesta altura estávamos derreados. Tínhamos acordado às 5 da manhã para apanhar o avião e depois de mais de 12 horas a passear estávamos que nem podíamos. Naquele altura já nem tínhamos forças para mais passeata, só queríamos mesmo ir tomar banho, sair para jantar e voltar ao hotel e descansar. E assim foi. Eram 18:30 quando saímos do nosso quarto para ir jantar.
Restaurante Cosmo
Fomos ao restaurante COSMO, um restaurante-buffet, o que se ajustou ao que pretendíamos porque acabámos por só ter tomado o pequeno-almoço durante o dia todo. Quando chegámos havia fila de espera e a recepcionista avisou-nos que teríamos que esperar no máximo 45 minutos. Apesar de não muito contentes decidimos ficar e ainda bem – não tinha ainda passado 10 minutos quando fomos chamados. O restaurante é enorme e tem imensa variedade de comida. Eu só tenho pena de me ter sentido tão cansada que nem consegui desfrutar devidamente a comida. Aconselho a virem aqui se também gostarem deste tipo de restaurantes. O Cosmo fica num centro comercial chamado de Victoria Square, o maior de Belfast. Fiquei a saber depois que se pode subir ao topo do centro comercial de onde se tem uma vista panorâmica sobre a cidade. Nós como não sabíamos não o fizemos, mas vocês podem ter essa oportunidade.
Hotel Fitzwilliam, Belfast
Chegando finalmente ao hotel não fizemos mais nada – apenas desfrutar o merecido descanso. O quarto em que ficámos no Hotel Fitzwilliam ficou voltado para uma zona sossegada e ainda bem, visto que a frente do hotel fica voltada para uma das estradas mais movimentadas da cidade e por isso mais barulhentas, mas nós fomos uns sortudos neste aspecto. A cama era super confortável e tivemos duas óptimas noites de sono. O quarto em si era espaçoso e muito bonito – talvez com demasiados espelhos mas não deixa de ser isto opinião pessoal. Ainda aproveitámos o chocolate quente e as bolachinhas que tínhamos disponíveis no nosso quarto. Vejam lá que até 2 chocolatinhos eram colocados todos os dias em cima das almofadas. Quanto ao pequeno-almoço, falarei-vos nos respectivos dias (só digo que as reviews são positivas).


Dia de São Patrício em Belfast
Domingo, dia de São Patrício, o padroeiro da Irlanda. Este é um dia de muitas celebrações por todo o país e Belfast não podia escapar. E era mesmo nesta cidade, Belfast, que nos encontraríamos durante este dia. Tínhamos vários locais planeados para visitar, mas queríamos o fazer com calma, aproveitar o ambiente de festa que se vivia e sentia nas ruas. Em Belfast, ao meio dia e meia iria-se realizar uma parada/procissão em honra a São Patrício. Começaria em frente do edifício do City Hall (câmara municipal) e seguiria por toda a cidade. É um bocadinho como uma mistura entre as marchas populares e o Carnaval em Portugal.

Mas…vamos primeiro ao pequeno-almoço. Como sabem, tínhamos pequeno-almoço incluído com o quarto de hotel. Este foi diferente do que estávamos acostumados (para melhor), porque para além do usual pequeno-almoço continental com os habituais iogurtes, cereais, sumos, queijos, manteiga, croissant, frutas, etc., também tínhamos direito a pedir um prato quente incluído no menu, entre as escolhas estavam panquecas doces ou salgadas, pequeno-almoço inglês, omeletes e algo que eu queria experimentar havia já a algum tempo – os chamados ovos benedict (vejam foto abaixo). Posso garantir que estava tudo delicioso e rodeados de um ambiente bastante requintado.

City Hall e desfile de São Patrício
Para esta manhã pensámos começar a nossa descoberta da cidade pelo City Hall (câmara municipal) mas quando lá chegámos, descobrimos que só abriria pela 1 da hora devido a parada de que vos falei acima. Por isso decidimos ir adiantando mais sítios que gostávamos de visitar e mais tarde regressar aqui.

O ambiente da cidade era eléctrico e sugeridos pelo o que nos rodeava acabámos por ir a uma loja com souvenirs tipicamente irlandeses e comprámos uns chapéus a condizer com a comemoração. Sentimos-nos ridículos mas só por uns minutos, visto que por todo o lado havia pessoas com os mesmos ou semelhantes adereços. Ainda passámos pela Catedral de St. Anne (Santa Ana) mas como estava a decorrer a missa naquele momento não se podia visitar/ tirar fotografias (o que faz completo sentido) e decidimos voltar para perto do City Hall e esperar pela parada que estava agendada para dali a meia hora, no Donegall Square. Perto da hora do começo encontravam-se naquele local imensas pessoas e a animação era intensa. A para começou e consistiu em bailarinas com diferentes tipos de músicas, carros alegóricos, e acrobatas. Tal como vos disse, uma mistura entre o Carnaval e as marchas populares.



Ali estivemos durante cerca de meia hora até a última “exibição” partir. Era assim 1 da tarde e por esta altura abriu o City Hall. A entrada é gratuita e aqui se encontram diversas salas, cada uma contando uma parte da história da cidade de Belfast, desde o passado ao presente. A informação aqui dada é bastante interessante, já que Belfast foi palco de conflitos políticos, levando a violência, desacatos e mortes, durante a segunda metade do século XX, conhecido como o conflito na Irlanda do Norte ou The Troubles em inglês. Se estiverem interessados sobre esta parte da história de Belfast existe um tour gratuita pela cidade explicando exactamente o que se passou, vejam no seguinte link https://www.belfastfreewalkingtour.com/belfast-political-tour.
Contudo, o mais impressionante do City Hall é mesmo a imponência do edifício na sua parte exterior, que como para também celebrar com a cidade o dia de São Patrício, se iluminou de verde naquele noite.


Catedral de St Anne
Seguindo com a nossa viagem, dirigimos-nos novamente à Catedral de St. Anne. Felizmente já tinha acabado a missa e podemos apreciar a beleza desta igreja à vontade e como tal tirar fotografias. A entrada também aqui é gratuita. A catedral de St. Anne é também conhecida como a Catedral de Belfast. O interessante é que esta igreja é uma igreja protestante que serve duas dioceses, a Connor e a Down and Dromore e por isso é dirigida por dois bispos, um para cada diocese.

A catedral foi construída entre 1899 a 1904 em volta da igreja de Santa Ana que já lá existia. Aqui encontram-se obras de arte maravilhosas, relíquias históricas e mosaicos belíssimos. Dois dos detalhes importantes nesta catedral – um deles o chamado Spire of Hope (Pináculo da Esperança), um pináculo de 40 metros que se eleva do tecto de vidro do telhado da catedral e visível à noite – e a cruz celta que se encontra no altar.
Igreja de St Patrick


Para mim o ponto alto da nossa viagem na cidade de Belfast estava prestes a acontecer com a nossa visita à prisão Crumlin Road Goal. Da catedral até à prisão fomos apreciando a cidade e ainda visitámos uma igreja que ficava a caminho, a igreja de São Patrício (St. Patrick’s church).
Crumlin Road Goal
Prisão de Crumlin Road: Para se visitar a prisão só com um guia. A tour é apenas feita em inglês, apesar de haver panfletos em várias línguas, incluindo português de Portugal. Obviamente que a prisão já não se encontra em funções e não o está desde 1996, tendo sido posteriormente aberta ao público como um museu. Na tour foi nos explicada quando a prisão foi construída, quando deixou de funcionar e como eram as condições dos prisioneiros ali dentro. A tour/edifício está dividida nas seguintes partes (a seguinte informação é dada pelos panfletos durante a tour):
- “Edifício da Recepção: Onde os novos prisioneiros eram revistados e contados. Eles deixariam a sua identidade e começariam a ser identificados com o número da prisão que lhes era dado. Aqui os prisioneiros era fotografados e colocados em cubículos despidos, lavados e eram-lhes entregues o uniforme da prisão
- Celas Históricas: Os prisioneiros eram colocados nas suas celas antes de serem levados perante o juiz. Cada cela podia levar até 20 prisioneiros durante curtos intervalos de tempos.
- Túnel: Construído em 1849/1850 o túnel liga a prisão ao tribunal que se encontra em frente da prisão. O túnel encontra-se aproximadamente 1.5 metros debaixo da estrada. Acredita-se que mais de 25000 prisioneiros usaram o túnel desde 1970 a 1996.
- Escritório do Governador: Esta área era onde a administração da prisão tomava lugar. Os padres, secretárias, a capela, os médicos e as chaves da prisão encontravam-se nesta zona.
- Alas: 4 alas – cada ala tem 3 pisos, a ala D tem 4. As celas recordam períodos diferentes da prisão, umas tão antigas que são desde 1840 até aos últimos anos da prisão. Contém uma cela dos prisioneiros condenados onde estes esperariam até serem enforcados.
- Enterros: De acordo com a lei da época os homens executados deveriam ser enterrados por entre as paredes da prisão sem terem sinalização. A nenhum membro da família era permitido ficar com os pertences dos homens executados e não era permitido ver o corpo do homem enterrado. Dos 17 homens executados na prisão, 15 continuam enterrados por entre as paredes da prisão. 2 corpos foram exumados entre 1999 e 2001. “


A acrescentar a esta informação talvez que:
- O tribunal está fechado e o edifício encontra-se em mau estado já que agora está abandonado.
- Enquanto estávamos no túnel, o guia informou-nos que aquele local é um dos mais assombrados da prisão. Por falar em fantasmas, existe a possibilidade de fazerem uma tour paranormal na prisão (vejam no website deles), mas aviso que tem que ser marcada com antecedência, porque nós até a queríamos ter feito mas para os dias que ali nos estávamos já estava lotada.
- Um dos momentos mais impressionantes da tour é no momento que o guia nos mostra a sala onde os homens condenados à morte aguardavam até à sua execução e onde a forca se encontrava (não vou contar porque senão perde piada a visitar), mas acreditem que perturba um bocado.
Albert Memorial Clock
Regressámos para o centro de Belfast (a prisão fica um bocadinho fora do centro da cidade), para vermos a torre do relógio, Albert Memorial Clock. A torre facilmente é reconhecida e se lá estiverem reparem que ela está um bocadinho inclinada (um pouco com a Torre de Pisa em Itália). Apesar de inclinada, esta torre já foi restaurada em 2002 num projecto com um fundo multimilionário. Mesmo ao lado realizava-se um pequeno concerto com umas barraquinhas e música ao vivo. Celebrações do dia de São Patrício, lembram-se?

Titanic Quarter
Seguimos para a ponte em direcção ao Museu do Titanic. Sim, é verdade, o Titanic foi construído em Belfast e é um grande ponto turístico da cidade. Acho que toda a gente conhece o navio Titanic e o desastre que ocorreu. Infelizmente quando chegámos ao museu já estava fechado. Sempre pensámos que seria mais rápido chegarmos ao museu, mas mesmo assim não pudemos deixar de apreciar a sua arquitectura moderna. Toda esta zona da cidade chama-se Quarteirão do Titanic (Titanic Quarter) e é também aqui que se encontra uma “coisa” famosa mas peculiar em Belfast, the Samson and Goliath Cranes (os guindastres de Samson e Goliath). incrível como aquelas duas grandes estruturas amarelas são famosas em Belfast.

Big Fish
A tarde estava rapidamente a dissipar-se mas não tínhamos vontade de dar a grande volta para o centro da cidade e por isso parámos num bar para beber qualquer coisa. Aqui experimentei o famoso Irish Coffee, mas já me disseram que aquilo não estava bem feito, a ver pela fotografia. Descansámos e ganhando energia fomos para perto do hotel onde íamos jantar. Quando voltámos a passar pela ponte reparámos numa estátua de um peixe, todo em azul em cerâmica, o Big Fish. Esta estrutura foi criada em 1999 para celebrar a a regeneração do Rio Lagan e sua importância histórica para a cidade.

Boojum
Uma das coisas que me disseram que não podia MESMO perder em Belfast eram os burritos do Boojum. Sim, o nome é assim meio estranho mas prometeram-me que eram os melhores que eu alguma vez comeria.

Boojum é uma rede de fast-food especializada em comida mexicana (burritos, churros, quesadillas). Existem vários espalhados pela Irlanda e para nossa sorte havia um mesmo à frente do nosso hotel. Eu apenas tinha experimentado uma vez, mas noutro restaurante e não tinha ficado fã. Foi por isso que as minhas expectativas não eram muito altas. No entanto a minha opinião mudou. Realmente no Boojum os burritos têm muito sabor e são deliciosos. O meu noivo atá queria comer dois – ele que adorou a carne (pulled pork) e não parava de o mencionar. Agora sou eu que recomendo a quem vá a Belfast (ou a outra parte da Irlanda) para provar os famosos burritos do Boojum.
Cathedral Quarter (noite)
Para o final do nosso dia fomos dar mais uma volta e acabámos em um dos muitos bares da zona velha da cidade, a chamada Cathedral Quarter, assim chamada devido à sua localização próxima com a Catedral de Santa Ana (St. Ann’s Cathedral). Eu não sei o nome do bar a que fomos, mas o que há mais por ali é escolha. Como era dia de São Patrício e no dia a seguir feriado, os bares estavam a abarrotar de gente, por isso acabámos por entrar naquele em que pudemos. Havia música ao vivo – músicas conhecidas tocadas ao violino, estilo irlandês, o que eu gostei muito. Como disse acima esta é a zona para sair à noite, onde encontram muitos restaurantes e bares nas ruas pitorescas desta zona.


Hotel Europa
Mais tarde, já de rastos de tanto andar e dançar ainda fomos beber uma Guiness ao bar do Hotel Europa. Dizem que a Guiness sabe melhor na Irlanda, por isso tinha que ser. O hotel Europa é conhecido por ter sido o hotel mais bombardeado da Europa e do Mundo, tendo sido bombardeado 36 vezes durante os conflitos que ocorreram no final do século XX; The Troubles ou o Conflito na Irlanda do Norte. O bar do hotel tinha bastante requinte e passámos um serão bastante agradável. Mesmo mesmo antes de irmos para cama fomos ao bar do nosso hotel para beber um cocktail (acho que estávamos embalados pelo ambiente de Belfast).


Segundo dia em Belfast
Segunda-feira, feriado na Irlanda do Norte. Acordámos de manhãzinha e partimos para o nosso pequeno-almoço. Cansados, mas contentes. Os últimos dois dias tinham sido bastante produtivos e hoje tínhamos pouco planeado, muito mais tempo para apenas desfrutar a cidade.


Hoje, já sabíamos o que pedir para o pequeno-almoço – eu panquecas doces e o meu noivo (agora já marido) o completo pequeno-almoço inglês. As panquecas vinham mesmo fofinhas e saborosas, as melhores que já comi na vida.
Ulster Museum & Botanic Gardens
Saímos bem mais cheinhos do hotel e fomos-nos encaminhando para o Museu Ulster (Ulster Museum) e para o Jardim Botânico (Botanic Gardens), os dois sítios que ainda nos faltava visitar. O tempo estava assim para o xoxo e as ruas meio desertas mas não quisemos perder o ânimo. O museu Ulster fica dentro do Jardim Botânico e este é não só o museu mais importante como o maior da Irlanda do Norte. O museu tem exibições bastante diversificadas, desde dinossauros, animais, pedras preciosas, rochas, múmias, peças de peso histórico, entre muito mais.
A entrada para o museu é gratuita. Visitámos praticamente quase todas as secções, demorando-nos talvez mais nas partes com animais e dinossauros. No final, o que mais nos impressionou foi uma tapeçaria da Guerra dos Tronos (a série que acabou há pouco tempo e da qual somos fãs) e que era enorme. O trabalho ali exibido é incrível.

Como disse em cima, o museu localiza-se no Jardim Botânico e foi para esta parte que seguimos. No Jardim Botânico encontram-se duas grandes estufas – The Tropical Ravine e The Palm House– , onde se pode admirar espécies exóticas de árvores, de plantas e de flores, muitas específicas do hemisfério sul. O acesso a estas duas estufas é público e gratuito.


Observatory no Grand Hotel
Na volta, em direcção ao centro da cidade, ainda éramos para ter parado um bocadinho e experimentado um sítio que me tinha sido recomendado – o French Village Café & Bistro, mas como havia fila para entrar e não tendo muita fome, fomos seguindo. Acabámos por parar no Observatory, no topo do Grand Hotel. A vista da cidade dali é maravilhosa e aproveitámos para a ver de todos os ângulos que aquele sala nos permitia. Tenham cuidado é com aquilo que pedem, porque os preços de algumas bebidas são um bocado puxados, mas tal não é de surpreender. Se não estiverem a prestar atenção a custos e se gostarem de doces aproveitam e tomem aqui o vosso lanche (afternoon tea).


Mikeys
Dando-nos a fome e não querendo fugir muito daquela zona, não só porque estávamos cansados mas porque tínhamos táxi às 5 da tarde fomos experimentar um sítio que nos tinha chamado atenção no dia anterior, o Mikeys. Mikeys é um pequeno restaurante de hambúrguer e cachorros mas o slogan (vejam abaixo) deixou-nos curiosos e ainda por cima davam desconto naquele dia – batatas, hambúrguer/cachorro mais bebida por 5 libras.

Eu gostei bastante do meu hambúrguer e só por vergonha não pedi outro. O meu companheiro de viagens pediu um “Sloopy Joe” – um hambúrguer com carne picada muito picante. E acho que era mesmo muito picante pela maneira como ele ainda hoje fala dessa difícil refeição. Por isso, essa não é uma boa escolha. Mas o hambúrguer normal tal como disse, muito bom.
48 horas em Belfast durante o período natalício
Veja como passar 2 dias a visitar os locais mais icónicos da cidade de Belfast durante o período natalício:
https://viajarcozinharedietar.com/2024/12/07/belfast-em-periodo-natalicio/
Vídeo da Irlanda do Norte & Belfast
Vejam também: