Belfast em período natalício

Belfast não era uma cidade desconhecida para nós. Já a tínhamos visitado em 2019 no fim-de-semana em que se celebrava São Patrício (ver aqui). A visita desta vez foi apenas de um fim-de-semana para visitar os locais mais natalícios da cidade e nos locais icónicos de Belfast.

Durante esta viagem houve bastantes atrasos de voos e até voos cancelados. A neve que caiu na segunda semana de dezembro em Inglaterra fez com que vários aeroportos fechassem em Londres e por isso os voos cancelados. Se se encontrarem neste tipo de situação ou mesmo se souberem que o vosso voo está atrasado ou chegaram demasiado cedo ao aeroporto, podem sempre visitar/ficar no hotel que fica mesmo ao lado do aeroporto, o Maldron Hotel Belfast. Apesar de não termos passado aqui nenhuma noite, jantámos aqui enquanto esperávamos por mais uma pessoa. Recomendo o queijo feta frito – muito bom. Isto se tiverem azar como nós claro. Eu na verdade já tive 3 más experiências em voos para a e da Irlanda. Por qualquer razão sempre que vou à Irlanda há uma tempestade ou nesta viagem um nevão.

Anyway, passando à frente, vamos dizer que os voos descolam e aterram a horas. Agora como chegar à cidade? Há um autocarro – Airport Express 300 – a cada 15 minutos que parte do aeroporto até ao centro da cidade 7 dias por semana. O autocarro demora cerca de 40 minutos e o bilhete é de 8 libras só num sentido ou 11.50 libras se for bilhete de ida e volta. Podem ver mais informações em: https://www.belfastairport.com/to-from/by-buscoach

Nesta viagem, fizemos o percurso a pé ou de carro. Da última vez que visitámos Belfast andámos sempre a pé dentro de Belfast, mas se quiserem adicionar a Irlanda do Norte e visitar a Calçada dos Gigantes ou o castelo Dunluce, aconselho mesmo a alugarem um carro. Os dois dias que vou agora descrever começaram por volta das 10 da manhã para aproveitar bem o dia, mas não estarmos demasiado cansados – afinal as noites acabaram na conversa até altas horas. Desta vez não ficámos em nenhum hotel, mas sim hospedados na casa de um amigo. Mas existem boas opções como o Hotel Europa, o FitzWilliam hotel (onde ficámos na outra viagem) ou se quiserem uma verdadeira experiência da Irlanda do Norte têm o Titanic Hotel Belfast. Há também opções mais baratas que podem encontrar no booking.com


Primeiro dia

Primeira paragem foi no castelo de Belfast que fica em Cavehill. O castelo não fica no topo da colina/montanha, mas do seu recinto tem-se uma bonita paisagem sobre a cidade. Ao que parece os donos do castelo tem uma predileção por gatos e isso é comprovado pelas muitas esculturas e empedrados no chão a representar este animal. O castelo foi construído em 1860 e atualmente é reconhecido como um dos locais a não perder em Belfast. O castelo pode ser reservado para eventos como casamentos e batizados, o que aconteceu no dia em que o viemos visitar. No entanto, os jardins continuam abertos ao público mesmo nestes dias – o que é o melhor. Para subir ao topo de Cavehill existem vários trilhos sendo o mais fácil o que parte do castelo.

Antes de voltarmos à cidade fomos ao Peace Walls, também um dos locais mais conhecidos de Belfast. Estes muros separam dois bairros, um predominantemente republicano e outro nacionalista católico. Um dos episódios da história da Irlanda do Norte que vão inevitavelmente ouvir se visitarem Belfast são os “The Troubles“. Este foi um conflito de grande violência dominado por diferenças políticas que causaram muitas mortes e sofrimento. Por um lado, havia a maioria da população, esta protestante, que estavam em favor em conservar os laços com o Reino Unido (de que fazem hoje parte). Por outro lado, havia a minoria da população, esta católica que defende uma Irlanda unida, ou seja, a Irlanda do Norte unir-se à República da Irlanda (chamemos a Irlanda do Sul). As diferenças políticas ainda se fazem sentir na cidade, tal como o impacto que teve na vida de várias famílias, apesar de atualmente ser em menor escala e menos violento.

Depois de voltar para a cidade fomos almoçar ao italiano The Chubby Cherub. A decoração é fantástica e a comida ainda melhor. Aconselho a experimentarem os cocktails e a marcarem mesa com antecedência. Website do restaurante pode ser encontrado: https://chubbycherubbelfast.com/

Depois de um almoço delicioso fomos para o City Hall onde também se encontra o mercado de Natal. Dentro do City Hall vão encontrar uma enorme árvore de Natal. Aproveitem para visitar a exposição permanente onde vão puder saber um pouco mais sobre a Grande Fome e como afetou imensamente o país. Também aqui encontrarão em detalhe os acontecimentos que aconteceram durante os “Troubles”. Mal saímos do City Hall fomos envolvidos pelo mercado de Natal – muitas barraquinhas, muita comida e uma grande tenda a vender bebidas onde música tocava alto. Nada como um mulled wine bem quentinho para acender o espírito natalício.

Outro lugar cheio de luzes e decorações de Natal é o Victoria Square – o centro comercial de Belfast. Havia luzinhas a piscar por todo o lado. Antes de irmos ver outro “monumento” de Belfast, o Big Fish, passámos por um túnel que mais natalício não podia ser o Joys Entry.

Ao pé do rio Lagan não só vimos o Big Fish como também o primeiro vitral sobre a Guerra dos Tronos. No total há seis vitrais (eu acho que vimos só três enquanto aqui estivemos), para celebrar 10 anos desde as filmagens desta série na Irlanda do Norte. Com a noite a cair fomos a um pub onde estava a dar o mundial de futebol. O pub foi escolhido ao acaso, na verdade foi naquele onde havia uma mesa onde nos pudéssemos sentar. Como o jogo acabou às 9 da noite fomos procurar um lugar para jantar. Aconselho a jantarem mais cedo – porque parece incrível, mas às 9 da noite está quase tudo fechado. Acabámos numa pizzeria que estava aberta até tarde – Little Wing Pizzeria. Ainda estivemos à espera de mesa e durante a espera fomos a um bar mesmo ao lado da pizaria “Love or Death” onde provei um dos melhores cocktails de toda a viagem. A pizza também estava bastante boa e com fome ainda soube melhor.


Segundo dia

No segundo dia, o dia que íamos voltar para casa, fomos tomar um almoço tardio ao Maggie Mays ao pé do Jardim Botânico. Eu pessoalmente achei que a comida podia ter mais sabor, mas penso que é só uma opinião minha, uma vez que o local estava cheio e havia fila para entrar. Depois de encher a barriga fomos visitar os Jardins Botânicos e o museu Ulster. A entrada tanto para os jardins como para o museu é gratuita. No museu existem várias exposições de arte, arqueologia, tesouros da Armada Espanhola, história de Belfast, zoologia e geologia. Não seria o Ulster Museum o maior museu da Irlanda do Norte.

Para acabar a viagem em grande fomos até ao Titanic Quarter. Para visitar o museu do Titanic é preciso adquirir um bilhete de custo 21.50 libras. Como não quisemos gastar esse dinheiro passeámos pelo paredão junto ao canal, o que foi bastante agradável. Também é possível caminhar no local onde o navio Titanic foi construído e onde no final se encontra mais um dos vitrais da Guerra dos Tronos. Esta caminhada foi sempre acompanha pelos famosos guindastes amarelos, um dos maiores ícones de Belfast – Goliath e Samson. Nada representa mais Belfast do que este local.

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