Norfolk e King’s Lynn

Norfolk faz parte de uma viagem que incluiu também North York Moors e Leeds.

Índice desta página

  1. Viajar em Novembro
  2. Norfolk
    1. Horsey Gap
    2. Blakeney
    3. Morston Quay
  3. King’s Lynn
    1. St Mary’s Lodge Bed & Breakfast
    2. Jack’s at Woodlakes
  4. Outras cidades desta road trip

Para muitos, os meses de Inverno são os que têm menos piada. Há ali um pico no final de dezembro com o Natal e o Ano Novo, mas em geral são meses aborrecidos. Mas não para nós. Os nossos aniversários calham exactamente nestes meses, um em novembro e outro em janeiro. E isso significa que tiramos sempre férias durante os meses de inverno. Por vezes significa não encontrar o tempo que mais gostaríamos, um do exemplo foi a viagem a Nápoles, que devido ao mau tempo não pudemos subir ao vulcão Vesúvio. Mas em outras vezes viajar durante estes meses mais enfadonhos é a altura certa. E foi o que aconteceu nesta road trip de 5 dias por 3 partes diferentes de Inglaterra – a costa de Norfolk, a costa e o parque nacional de Yorkshire e a cidade de Leeds. Para cada local que visitámos e para o que queríamos ver em cada o início de novembro era a altura ideal.

Com este post abrimos assim esta viagem que começou em Norfolk. Para viajar usamos o nosso próprio carro e para quem não tem carro aconselho a alugarem um. Penso que é possível fazer esta viagem de transportes públicos, mas infelizmente a minha experiência com os comboios em Inglaterra é péssima e tanto pode correr tudo às mil maravilhas como pode acabar no meio de cancelamentos e longos atrasos. O melhor é mesmo ter um carro, especialmente para uma liberdade de horários e fácil acesso a locais mais remotos.

Agora porquê Norfolk e onde fica em Inglaterra?

Norfolk fica a nordeste de Londres, acima de Cambridge. A parte da costa desta região é a parte que fica mais a Este de Inglaterra e a cidade mais conhecida é Norwich. Nós não visitámos as cidades porque o nosso objectivo principal era visitar as praias, especialmente Horsey Gap e Blakeney. E a razão? Para ver os leões marinhos e os seus bebés!

Há vários pontos do país onde se podem ver estes engraçados animais, não apenas em Norfolk. No entanto esta é uma das zonas mais conhecidas. Eu fiquei a saber sobre isto porque uma das minhas colegas de trabalho vai todos os anos a Norfolk visitar os leões marinhos durante o inverno. As focas podem ser vistas durante todo o ano, mas nos meses de inverno é quando há uma grande afluência aos areais das praias para darem à luz. E é por isso que entre novembro até fevereiro é a altura ideal para ver os leões marinhos bebés. Esta experiência é 10 vezes melhor do que ir a qualquer jardim zoológico.

Durante esta altura há uma maior preocupação em manter o ambiente natural para que as focas não sofram perturbações causadas pelos humanos. Portanto, durante os meses de inverno é proibido ir até ao areal das praias e ver de perto os leões marinhos o que penso que vai deixar muita gente desapontada. Mas acreditem que não faz bem nenhum a estes animais terem uma selfie delas e das vossas caras de parvos nas redes sociais. Aliás qualquer interacção humana pode resultar na morte de um dos bebés. Para evitar qualquer tipo de comportamento humano desrespeitoso há várias patrulhas de voluntários nos locais mais conhecidos.

Então depois de explicada a razão para a viagem e de dar um sermão, passamos ao dia em si.

Horsey Gap

Saímos de Watford de manhã cedo para o primeiro trecho da viagem de quase 215 quilómetros. Esta parte da viagem demorou quase 3 horas até chegarmos a Horsey Gap, onde o parque de estacionamento pago fica a 100 metros das dunas. O parque de estacionamento está aberto das 8 da manhã até às 6 da tarde e custa 4 libras por 2 horas, 6.20 por 4 horas e 8.50 libras pelo dia todo.

Colónia de leões marinhos em Horsey Gap, Norfolk

Quando chegámos, o parque de estacionamento já estava bastante cheio e havia várias pessoas a andar por ali e até uma banca com dois voluntários que tentavam angariar fundos para a protecção dos leões marinhos. Seguimos pelo caminho sinalizado que sobe pelas dunas e em menos que nada víamos a primeira colónia de leões marinhos. Os leões marinhos desta região chamam-se os leões marinhos cinzentos (Grey Seals) também conhecidos por Atlantic Grey Seals ou Horsehead Grey Seals.

Como disse acima não se pode descer até às praias, mas pode-se continuar pelo trilho que segue junto às dunas. A cada poucos metros fomos encontrando mais e mais leões marinhos. E foi um espetáculo tão fofinho a ver os pequenitos aos saltitos. Para terem uma noção da enormidade deste evento entre 2024 e 2025 nasceram mais de 3000 leões marinhos na costa de Norfolk!

Estivemos aqui durante uma hora a passear e a ver com todo o prazer os leões marinhos. Foi uma espécie de sonho concretizado. E fica já aqui o spoiler que voltámos a ver estes animais, mas noutro dia e noutra localização do país.

Blakeney

Morston Quay

Tinha lido que Blakeney Point era um dos melhores locais para os ver leões-marinhos e para tal o mais fácil era fazer uma viagem de barco a partir de Morston Quay. Infelizmente quando chegámos ao parque de estacionamento em Morston Quay houve duas razões que nos fez não ficar. Em primeiro lugar o estacionamento era pago e não era assim muito barato. Para além disso só aceitavam o pagamento em dinheiro vivo, o que nós não tínhamos. Ponto número dois foi estar tudo muito parado nesta zona, mesmo o centro de visitantes estava fechado, parecendo mais um campo baldio no meio do nada.

Two Magpies Bakery

Fomos então até Blakeney, podia ser que daqui conseguíssemos ver alguma coisa. Aviso desde já que vimos algumas coisas, mas não leões marinhos. Deixámos o carro no Blakeney Carnser car park, o qual apesar de também ser pago era bem mais barato – 3 libras pelo dia inteiro e dava para pagar com cartão. Como chegámos às 3 e meia, antes de irmos em direcção à costa fomos ainda comer qualquer coisa. E nem mais, mesmo em frente ao parque de estacionamento tínhamos a Two Magpies Bakery.

O difícil foi escolher o que queríamos comer, mas lá conseguimos terminar esta tarefa difícil e em menos de nada voltávamos a sair munidos de café, de uma sandes croque monsieur e de um folhado ‘spiced moroccan roll’. E claro não conseguimos fugir à tentação por isso também trazíamos uma fatia de bolo que apesar de delicioso não deu muito jeito para comer enquanto andávamos. Ou seja, a dica que fica aqui é que antes de irem para o carro passem novamente nesta pastelaria para comer o bolo.

Fica aqui a página de Instagram da Two Magpies Bakery: https://www.instagram.com/2magpiesbakery/

Norfolk Coast Path

O caminho que acabámos por fazer foi aquele que segue pela Norfolk Coast Path. Primeiro vai em direcção ao mar, mas nunca chega ao pé da praia devido ao rio Glaven que separa este trilho da praia. O trilho que fizemos foi circular, acabando a parte de terra perto da cidade Clay next the Sea e que depois segue pela estrada alcatroada de novo para Blakeney.

O caminho que queríamos ter feito era o que está marcado a preto no mapa abaixo, mas o que acabámos por fazer foi o circular marcado com umas manchas espaçadas verdes escuras (‘French Marshes’ fica no meio’ deste trilho, perto do ponto 1). Por isso como podem ver não tivemos nem perto do que era suposto fazermos.

Mapa da página oficial do National Trust: Blakeney Point coastal walk

Para mais informações sobre Blakeney National Nature Reserve cliquem em: https://www.nationaltrust.org.uk/visit/norfolk/blakeney-national-nature-reserve

Para ver sobre as viagens de barco para observação de leões marinhos e possíveis reservas cliquem em: https://www.nationaltrust.org.uk/visit/norfolk/blakeney-national-nature-reserve/seal-watching-at-blakeney-point

Para verem os detalhes do percurso do mapa acima, cliquem em: https://www.nationaltrust.org.uk/visit/norfolk/blakeney-national-nature-reserve/blakeney-point-coastal-walk

Pelo caminho para o carro, agora já na estrada alcatroada, passámos pela igreja de São Nicolau (St Nichola’s Church) que como estava a anoitecer usámos como um ponto de referência. Apesar de nesta altura ainda serem 5 horas da tarde, a noite já se punha e quando chegámos ao parque de estacionamento em Blakeney já era noite cerrada.

Igreja de São Nicolau

Aliás uma das piores coisas do inverno em Inglaterra especialmente depois da mudança da hora que acontece em finais de outubro, é o dia acabar ainda antes das 5 da tarde. Isto associado com a falta de sol, já que durante semanas seguidas ele não se vê, faz com que algumas pessoas sofram de depressão sazonal. E apesar de eu nunca ter sido diagnosticada com tal, sinto uma grande diferença no humor, na energia, no bem-estar. E é por isso que ultimamente tenho escolhido locais com uma maior probabilidade de ter algum sol de inverno quando viajamos em janeiro, como foi sul de Espanha em 2025. Mas, felizmente tenho tido sorte, porque mesmo quando viajámos até à Escócia e a York em janeiro, na maior parte do tempo o sol brilhou num bonito céu azul sem nuvens.

Mas não foi o que aconteceu nesta semana em novembro, pois apesar de não termos apanhado chuva não vimos o sol nem sequer um dia. Algo que me deixou bastante desapontada, mas também sei que não há nada a fazer, é aceitar.

King’s Lynn

St Mary’s Lodge Bed & Breakfast

Como no dia a seguir o nosso destino era junto à costa de Yorkshire aproveitámos para ir já fazendo caminho. Foi esta a razão para escolhermos o alojamento perto de King’s Lynn em vez de passarmos a noite mais perto de Norwich ou mesmo de Blakeney Point.

O local escolhido foi o St Mary’s Lodge Bed & Breakfast. Chegámos perto das 7 da noite e fomos recebidos por um casal muito simpático. Depois das apresentações feitas, das informações prácticas dadas como o pequeno-almoço e como funcionavam as várias chaves e de mais umas palavras de boas-vindas foi nos entregue as chaves do quarto. O quarto não era muito grande, mas chegava-nos bem para passar a noite. E a melhor parte era que St Mary’s Lodge ficava numa zona bastante calma, sem carros, sem barulhos e incrivelmente sem vizinhos.

St Mary’s Lodge Bed & Breakfast

Antes de irmos para o quarto ainda pedimos uma recomendação a este casal de onde deveríamos jantar. Afinal nós não conhecíamos a zona e não há ninguém melhor para saber os melhores locais do que as pessoas que vivem ali. Assim depois de pormos as malas no quarto e nos instalarmos telefonámos para o restaurante sugerido a marcar uma mesa para dali a uma hora. Isso dava-nos algum tempo para descansar antes de termos de voltar a sair. E como o sistema de pequeno-almoço passava por escolher o que queríamos da lista apontando no papel que deveria ser entregue durante aquele serão, poderíamos fazê-lo antes de sair.

Passando já para o pequeno-almoço do dia seguinte, fomos recebidos no jardim de inverno (conservatory em inglês) onde uma mesa muito bem arranjada de frente para o jardim nos esperava.

O pequeno-almoço que tínhamos pedido no dia anterior chegou-nos pouco depois e gostámos imenso do salmão fumado e do pão frito. Eu sei que o pão frito não é a melhor opção para o coração, mas também só o comemos de vez em quando durante as férias.

Enquanto tomávamos o pequeno-almoço o casal ainda esteve um bocado a falar connosco sobre as férias, sobre a vida deles, de onde viveram e trabalharam, e como acabaram a escolher Norfolk para passar a sua reforma. Foi como tomar o pequeno-almoço com um casal amigos dos nossos avós.

E este pequeno-almoço foi o fecho perfeito do nosso tempo em Norfolk.

Pequeno almoço no St Mary’s Lodge bed and breakfast

Avisos

  1. A página do booking.com para este estabelecimento pode ser acedida aqui, no entanto não sei se é ainda possível fazer marcações. Eu fiz uma pesquisa de datas disponíveis até meados de 2026 e não havia nenhuma. No entanto, há imensas opções de alojamento em King’s Lynn (ver aqui)
  2. Outro aviso é que no Google Maps o St Mary’s Lodge Bed & Breakfast não está bem assinalado. Em comparação ao local assinalado no Google Maps esta casa fica mais a norte numa curva da church road quase a chegar à igreja Wiggenhall St Mary the Virgin.

Jack’s at Woodlakes

Este foi o restaurante que nos foi recomendado tendo ao mesmo tempo sido aconselhado a telefonar primeiro para saber se ainda havia alguma mesa livre. Ao que parece este é um local bastante popular da região.

Woodlakes Leisure Park

O restaurante fica dentro de um parque de férias, o Woodlands Leisure Park, que não é bem um parque de campismo, pois em vez de tendas o que há são casinhas pequenas de madeira algumas com jacuzzi no jardim. Descobrimos isto durante o pequeno passeio que demos depois do jantar. Este também pode ser uma opção para alojamento, no entanto parece-me que é um bocadinho mais caro do que o Lodge onde ficámos.

Para quem quiser dar uma vista de olhos ao Woodlakes Leisure Park deixo aqui o link: https://livretreats.com/location/woodlakes-retreat-norfolk

Quando chegámos o restaurante estava super animado e sim, bastante concorrido, quase todas as mesas cheias e os empregados a andarem de um lado para o outro. O menu era bastante parecido com o de pub e depois de alguns momentos de indecisão pedimos um dos hambúrgueres do menu do dia, o ‘Triple Oink Burger’, com hambúrguer de porco, bacon e carne de porco desfiada com molho barbecue.

O nosso jantar em Jack’s at Woodlakes

Gostava muito de dizer que a comida tinha sido muito boa, mas a verdade é que os hambúrgueres estavam bastante secos. Achámos também que os preços eram um bocadinho elevados, mas não ao ponto de nos incomodar. Aliás se voltar a Norfolk de maneira nenhuma descartarei a oportunidade de cá voltar.

O website oficial do Jacks at Woodlakes pode ser acedido em: https://www.jacksatwoodlakes.co.uk/